No passado Sábado aconteceu a jornada inaugural de 2017 da Moche LPLOL, atualmente a única liga de League of Legends a decorrer no pais. Uma liga organizada por amantes deste videojogo e da sua comunidade local.

Apesar de quando chegámos o primeiro jogo da Liga já estava a decorrer e a sala de cinema do Fórum Picoas estava já com lotação a cerca de 60%, soubemos que para não variar numa competição Portuguesa (salvo raras excepções) começou com atraso. Mesmo assim o ambiente era vivido com ânimo e tanto para os visitantes, como para participantes ou organizadores o ambiente era agradável e de bastante amizade, sem grandes “ódios” que se pode assistir noutro tipo de desportos, jogadores que no ano passado jogaram com uma camisola e este ano jogam com outra, a manterem as suas relações de amizade com o clube que representaram antes.

Infelizmente a sala estava bastante abafada: o ar condicionado estava estragado. O palco estava todo encaixado todo na mesma linha, levando a uma proximidade preocupante das equipas no aspeto em que podia prejudicar o decorrer do jogo sem que ambas tivessem informações importantes da sua comunicação e táctica a serem ouvidas pela equipa adversária. SIM!, eu sei, tinham abafadores de som ou também chamados Peltor, mas desde quando isso impediu alguma coisa? Cá em Portugal, e também muito possivelmente lá fora, os jogadores de Counter-Strike usam binds para anular todo o som do jogo e ouvirem ou os ShoutCasters ou a equipa adversária.

Falando agora de eSports e da competição em si, este ano temos 3 equipas estreantes visto que os Alientech não apresentaram um plantel para preencher o seu Slot, sendo elas os xD Omen by HP, Equipa Satélite da For The Win eSports Club, os Why E-Sports, Equipa Satélite dos K1ck eSports Club e os velhinhos Exotic que já foram muito fortes em Counter-Strike e que após um período inactivo, agora voltaram em força e resolveram apostar no League of Legends entre outros.

A jornada inaugurou com os xD Omen by HP contra os Exotic, numa série de jogos que demonstra a minha grande preocupação da scene de League of Legends nacional, tanto a falta de interesse pelo jogo no que toca a explorar mais táctica e tecnicamente o jogo mas também a fraca qualidade que se vive hoje em dia nos jogadores competitivos em Portugal, pois o resultado deste BO2 foi 1-1 MAS não existiu uma vitória pela equipa dos Exotic mas sim um jogo em que os xD Omen by HP tinham na mão e não quiseram ganhar, num jogo que podia ter acabado aos ~35 mins com uma vantagem enorme para os xD Omen by HP.  Os mesmos tiveram medo de se aproveitar da vantagem que tinham tendo a perseverança da equipa dos Exotic conseguido um resultado mais favorável para a casa. No segundo jogo os xD Omen by HP demonstraram a sua superioridade de skill sobre os Exotic ganhando o jogo com mais à vontade.

Logo a seguir entraram em palco os Why E-Sports e os Doxa Gaming, estes últimos que apesar de não serem tão bons como fizeram anunciar antes da sua entrada o ano passado na Liga, são de facto uma pedra no sapato para as grandes equipas demonstrando que o treino na casa de gelados que dá o nome à equipa está a ter resultados. Neste caso a equipa dos Why E-Sports não é uma das grandes equipas tendo sido um 2-0 indiscutível para os Doxa Gaming.

Como terceiro jogo tinha-se a esperada nova equipa dos Electronik Generation contra os Grow uP Gaming, este ano que aquela é por muitos considerada a segunda melhor equipa na competição e mesmo em Portugal, sendo a única a utilizar 3 estrangeiros no plantel. Tiveram um grande upset logo na primeira jornada ao empatarem contra os Grow uP Gaming, tendo ganho o primeiro jogo sem que tivessem que suar para isso, no segundo jogo e já bem suado para os Grow uP Gaming no qual apesar da diferença de kills entre as equipas, a diferença de gold só se notou no ataque vitorioso por parte dos Grow uP Gaming à base dos Electronik Generation.

Por ultimo e já depois de muitas horas de competição e com um erro gravíssimo praticado em Portugal que é o inicio das competições apenas depois do almoço e que terminam a tarde e a más horas, mas infelizmente, já dizia o nosso atleta olímpico “de manhã é bom é na caminha…” começou o jogo mais aguardado do dia e talvez o mais aguardado deste primeiro Split. K1ck eSports Club contra For The Win eSports Club no qual esta antiga equipa da Alientech eSports passou com um camião por cima da reformulada equipa da For The Win eSports Club, em que ganharam 2 jogos sem qualquer sombra de dúvida ou até mesmo vacilo por parte de algum dos jogadores mostrando ainda que a recente saída do Fearless da equipa não afetou a performance no que toca à LPLOL.

Em última análise, a organização conseguiu dar muito mais do que já tinha dado em edições anteriores mesmo com o pequeno budget que têm. Nesta fase presencial não tiveram problemas de entradas limitadas por Sponsors, tiveram serviço de Catering para equipas e jogadores e inclusive algo inovador para Portugal e palmas para a LPLOL: palestras sobre marketing e promoção pessoal para que os jogadores aprendam a “vender-se” nas redes sociais, atraindo assim mais fãs, visualizadores e patrocinadores tanto para eles, para as equipas e também para a competição.

Quero deixar aqui a nota, tal como já referido em cima, o nível de qualidade dos jogadores este ano está muito baixo que demonstra muita falta de trabalho de casa dos mesmos, e também muitos problemas também devido à politica da RIOT. Existe uma notória falta vontade de vencer aos nossos jogadores, vontade de melhorar e muito possivelmente porque estão fechados numa “ilha” de eSports que é Portugal, não existindo competições internacionais que metam mais frequentemente as equipas de topo internacionais com qualquer uma outra. Idêntico ao que acontece em DOTA2, onde os campeonatos do mundo têm convidados e depois qualificadores abertos a TODOS os que se inscreverem. O League of Legends não está a morrer mas os jogadores globalmente estão cada vez mais casuais, porque RITO?