get it? huh? get it?

Estamos em 2017. a uma longa distância de 1997, quando um top-down shooter com veículos dava os seus primeiros tímidos passos no mundo dos videojogos. Falo daquele que é o pai de uma das PIs mais bem sucedidas de sempre, Grand Theft Auto. GTA, para os amigos.

Geneshift é, à primeira vista, um generoso mergulho de uma quente e estaladiça batata frita de videojogos num denso e voluptuoso mar de ketchup que é o universo GTA.

Visto de cima, controlamos a nossa personagem em ambientes urbanos, a pé ou de carro, eliminando inimigos com uma aparentemente interminável selecção de armas e poderes que vamos adquirindo com upgrades ao nosso código genético. Os inimigos, uma equipa misteriosa que faz testes em humanos, organizam-se para nos atacar e flanquear para evitar que, com uma bomba, possamos destruir o seu trabalho e soltar as vítimas das suas experiências, entretanto transformados numa espécie de zombies que, libertos, tratam de colocar a nossa aniquilação no topo das suas prioridades. Mal-agradecidos, portanto.

Frenético, este jogo genético, mostra-se também um pouco hermético, não havendo grande possibilidade de saltarmos do caminho pré-determinado em grande parte da campanha, tal como não há grande desculpa para a péssima rima. Não sendo algo que nos agrade particularmente, funciona bem da forma como esta está desenhada e nos transporta através de uma evolução gradual para sermos uma máquina de matar cada vez mais forte e eficiente.

A coisa é bonita, rápida, stressante e desafiante e é, sem dúvida, uma das melhores propostas de top-down shooters de sempre, salpicada com uma componente RPG sob a forma de skill-trees para adquirir por forma a facilitar a matança. Estas desbloqueiam os tais poderes que permitem contornar a linearidade dos níveis a percorrer e a ultrapassar as defesas dos inimigos que não se limitam a correr para nós a disparar, mas antes procuram tirar partido das suas forças e de determinados pontos do mapa em seu favor.

Geneshift é, assim, uma espécie de Hotline Miami mais cerebral (e menos gore) que se apresenta como uma proposta sólida e divertida, apesar de ainda se encontrar em early access. As funcionalidades co-op online são a cereja no topo de um bolo que promete – e cumpre! – agradar aos adeptos do gatilho rápido por umas longas horas. E, abaixo dos 10€ na Steam, podemos dizer que é uma compra obrigatória para os amantes do género.