Chamemos-lhe guilty pleasure, aquilo que me faz desde a Nintendo DS ficar completamente vidrado nos mini-jogos dos muitos Mama que já existem. Desde o apelo do primeiro jogo, com a sua apresentação toda fofinha em que uma personagem tipo Filipa Vacondeus misturada com o ambiente kawaii tão em voga nos dá tarefas e nos leva passo-a-passo a criar pratos cada vez mais complexos.

Para quem nunca jogou nenhum jogo destes, Cooking Mama não é um simulador culinário, muito longe disso. É um jogo criado em pleno apogeu da experimentação de jogos tácteis para o ecrã da NDS, e que tem mais de Wario e o seu WarioWare do que de Gordon Ramsey.

Com a Mama já fomos a vários sítios, entre a cozinha, o babysitting, o campismo, as artes manuais, a jardinagem e a agricultura, e só faltava agora voltarmos à cozinha para nos dedicarmos a fazer doces como o outro. Parece que agora “eu é mais bolos!”.

No caso português, Cooking Mama: Sweet Shop vem com uns anos de atraso, depois da vaga de cupcakes ter invadido o nosso território. Talvez nessa altura tivesse sido uma boa oportunidade para a Mama regressar, ainda que seja sabido que o sucesso comercial de outrora já se esfumou, ora vítima dos lançamentos sucessivos ou do próprio desinteresse do público neste tipo de mini-jogos tácteis.

O que talvez pudesse fazer sucesso neste momento para a série Mama, seria um Cooking Mama: Burger from de Bairro, ou qualquer coisa que termine com “Bairro” em geral, ou talvez o Shaving Mama: Barber and Tattoo Shop pudesse fazer as maravilhas do público masculino, e não só. Ficam as ideias, se alguma for para a frente gostaria de receber as devidas alvíssaras. 

Mas não, vamos para a pastelaria/doçaria, voltar a reproduzir aquilo que os cinco jogos principais mais uma série de spinoffs no regresso de mais mini-jogos e mais mecânicas perfeitamente idênticas a tudo aquilo que já jogámos.

Ainda assim há elementos que este Sweet Shop traz não só dos vários spinoffs mas também do jogo mobile free to play, e que está bem impressa no título: a possibilidade de vendermos as nossas criações, onde a nossa pontuação e desempenho têm influência no valor que a 

Herdeiro de uma geração Instagram, este jogo adiciona outras mecânicas pós-produção dos bolos/doces, e que se centram num momento livre de temporizador que nos permite decorar as nossas criações a nosso bel-prazer.

É claro que a bela da foto tinha de ser a possibilidade implementada, como todas aquelas que enchem as redes sociais para mostrar o que se vai comer. Sò ficou a faltar a selfie da Mama com os seus doces e este jogo não podia ser mais actual.

Cooking Mama: Sweet Shop é tão divertido quanto qualquer outro jogo da série. Inova pouco no estilo de mini-jogos que apresenta, mas “quem dá o que tem a mais não é obrigado” já diz a máxima popular. Talvez esta extra-exposição da série comece a fazer-se sentir, e a frescura de outrora já se tenha dissipado fazendo este Sweet Shop passar por debaixo do radar.

Mas a sua jogabilidade curta, com pequenas tarefas começam a denotar o esgotamento de ideias próprias de quem já lançou quase duas mãos-cheias de jogos em tão poucos anos.