Quando era moço fui a um lugar (que para mim foi) especial chamado a Ilha Mágica, em Sevilha, Espanha (duh). Para mim aquilo foi o melhor parque e dia de diversão de sempre (era novo, contentava-me com coisas mundanas), ficou marcado como um lugar que eu gostaria um dia de voltar e eventualmente relembraria as pessoas, as atividades, a magia e todas as coisas aleatórias que fiz quando lá estive.
Os fãs de Morrowind podem sentir o mesmo com este novo lançamento de Elder Scrolls Online. Um regresso ao passado de Elder Scrolls III em 2002, este novo capítulo veste-se de nostalgia, pondo-me de imediato entre os gigantes cogumelos e as clássicas docas, levando-nos à cidade ainda em construção do semideus Vivec, havendo ainda mais uma panóplia de novos lugares e coisas-por-acontecer, pois estamos 700 anos antes do jogo original.
Lancei-me neste mundo experimentando a classe nova, o Warden, que pelos três caminhos que me foram propostos deduzi que fosse uma espécie de “summoner” de animais, com a habilidade de controlar os elementos e a natureza devido a grande afinidade com o gelo e à sua ligação pessoal com as coisas verdes em geral.
Não sei se foi o ideal mas acabei por seguir um caminho de evolução híbrido, pois apesar de gostar da porrada que os animais davam, precisava da sobrevivência fornecida pelo gelo e da cura que a natureza verde me providenciava.
Em termos de feitiços, como me foquei mais na parte animalesca acabei por ter sempre um urso gigante comigo, que apesar de ser imponente e mandar o seu estilo não conseguia controlar com grande facilidade, tal como os ursos em geral, ele fazia maioritariamente o que lhe apetecia, mas enquanto levasse ele na pele os ataques que eram para mim, não me ia queixar muito.
Podemos contar também com uma nova Raid, que quando lá fui sozinho apenas para ver o que se passava e ter uma ideia do que escrever no artigo provou nem sequer ser um desafio… para o jogo, visto que fui obliterado em cerca de dois segundos de contacto, mas quando voltei com um conjunto de jogadores algo competentes… levamos semelhante coça que pensámos em voltar num futuro próximo, portanto, há pano para mangas, tácticas a decidir e estratégias de combate a ter em conta, não é simplesmente mais um “ir em frente e matar o que aparecer pelo caminho”.
Por falar em andar para a frente e matar tudo que aparecer pelo caminho, falemos das missões.
Como não sou muito grande fã de MMORPGs uma das minhas grandes queixas do género são as missões, normalmente sendo : “Vai ali e mata 750 bandidos” , “Vai ali e arranja 2123 patas de caranguejo vermelho” , “Segue o Zé Carlos durante uma hora e vê o que ele anda a fazer” … etc, vocês conseguem relacionar-se certamente com esta minha interjeição.
Em Morrowind não senti tanto isso, havia um claro propósito e uma sóbria ligação entre todos os passos que nos levavam de e para cada ponto de exclamação no vasto mapa de Elder Scrolls.
Não só as sidequests nos faziam sentir relevantes, ajudando a recuperar minas tomadas por bandidos, recolhendo livros de extrema importância, mas a quest principal, que não vou entrar em pormenores porque vocês vão querer o mesmo que eu… descobrir passo a passo O QUE RAIO ESTÁ A CONSUMIR UM LITERAL DEUS VIVO.
“Mas caro escritor-galinha, não vou ter paciência para subir a minha personagem de nível e passar o jogo base só para jogar Morrowind que tanto gosto e anseio”
– Joana Pereira, que faz perguntas à maneira –
Esta foi uma das preocupações dos fãs e uma das prioridades nas mais recentes atualizações do jogo, todo o conteúdo escala de acordo com o nível do jogador, quer sejas um pro de última geração com o urso mais polar e a armadura mais bling bling ou um nabo como eu lá cheguei com uma camisola de trapos e ceroulas do avô, o jogo oferece o mesmo desafio e escala as recompensas da mesma maneira para ambos, o que faz com que ninguém se sinta levado às costas.
Se ao invés disso, preferirem levar nas costas, o novo modo PvP também está pronto para acabar com amizades, intitulado Battlegrounds, esta adição coloca três equipas de quatro jogadores em vários modos clássicos desde Team Deathmatch, Domination ou o já conhecido capturar a bandeira.
Em suma, façam as trouxinhas e entrem no barco para Vvardenfell (spoiler, vão ser raptados), há muito conteúdo e muitas horas para explorar, caso já conheçam os mapas de Morrowind vão-se sentir em casa, pois pelo que apurei são exatamente iguais, exceptuando claro a (não) passagem do tempo, pois estamos 700 anos antes de um dos míticos, Elder Scrolls.