Caçada Semanal #117
Jogos de aventura, aventuras-gráficas, jogos point ‘n click, ou qualquer outra coisa mais ou menos ofensiva que lhes queiram chamar, são apenas algumas das definições que este género tem, alguma mais consensuais, outras menos.
Mas aquilo que existe em comum é que:
- São das memórias mais fortes e dos géneros favoritos aqui da equipa. Não fosse o nosso nome induzir-vos em erro.
- É um género narrativo e repleto de puzzles, a maioria deles que nos faziam ir para a cama a pensar na solução e que nos faziam acordar a pensar em como ultrapassar determinada secção do jogo.
- Foi um género mal-amado durante um período de tempo, mas que o mercado indie se tem encarregado de fazer regressar à ribalta.
Como são o exemplo os dois jogos indie que trazemos nesta centésima décima sexta caçada. Um deles que até foi um dos finalistas da primeira edição do Indie Dome, como parte desse excelente projecto que é o Square Enix Collective.
Tokyo Dark
Começando justamente por Tokyo Dark, a aventura point ‘n click que grande parte do público português pôde conhecer em primeira mão na Lisboa Games Week 2016, no espaço do Indie Dome. Parte integrante do projecto Square Enix Collective, cuja missão é conseguir o espaço e a viabilidade para produzir videojogos utilizando o peso comunicacional de um gigante como a Square Enix.
Se algo que saltou à vista na build disponível e que se mantém até à versão de lançamento é a qualidade estética e de animação de Tokyo Dark, que, evocando uma linguagem nipónica, consegue trazer-nos um novo espectro sobre o género.
Fugindo também ao habitual das aventuras-gráficas de criarem um ambiente de humor, Tokyo Dark tenta trazer a aura mais séria da Telltale (assim como as suas ramificações de escolhas) com um clima a roçar o terror, numa história em que somos uma detective do paranormal, e em que a nossa sanidade está constantemente a ser posta em causa.
Tokyo Dark é um dos mais distintos jogos do género e possivelmente aquele que vai permitir a todos os fãs das aventuras-gráficas encontrarem algo de diferente numa área que costuma estar mais colada às memórias da LucasArts.
Rogue Quest: The Vault of the Lost Tyrant
Falando justamente de jogos mais “conservadores” do género, ou mais clássicos, encontramos Rogue Quest: The Vault of the Lost Tyrant do estúdio ExperaGameStudio, que em tudo nos demonstra que os seus autores tiveram o mesmo caminho nos videojogos que muitos de nós.
E como é que sabemos isto? Porque Rogue Quest: The Vault of the Lost Tyrant é mais um de uma nouvelle vague de homenagens às produções da LucasArts, tentando recriar o mesmo ambiente estético, o mesmo humor, e as mesmas situações e puzzles relativamente pouco plausíveis mas que são a espinha dorsal de um subgénero não-oficial, mas perfeitamente reconhecível.
Nesta aventura lançada há minutos controlamos a ladra Cassandra Nech, que está a tentar encontrar o tesouro de um ditador morto, e que a coloca numa disputa curiosa com outras entidades que vão criar alguns momentos curiosos de rivalidade com ela.
Rogue Quest: The Vault of the Lost Tyrant é mais um exemplo dos vários que temos encontrado este ano e que demonstram o quão vivo está o género point ‘n click, ainda que a maioria, como é este caso, exista em linha de homenagem com os jogos que todos crescemos a adorar.