Caçada Semanal #119
Com o sucesso comercial da Nintendo Switch e a súbita viragem de atenções para a plataforma pode significar um dilúvio indie em breve. Posto isto, e como qualquer desvio de um curso de água, para uma torrente dirigir-se para um lado, significa que o caudal noutro lado fica mais estreito.
Depois de muitos e bons indies chegarem à 3DS, é natural que nos próximos meses o interesse do anterior sucesso da Nintendo seja diminuído por todos os indie devs, que apontam baterias à Switch.
Não sabemos se esta é a última caçada da 3DS, mas é bem provável que assim o seja.
Maldita Castilla EX
Desenvolvido pelo nosso velho conhecido Locomalito, que se dedica há muito a desenvolver jogos verdadeiramente retro, tão retro que até os poderíamos jogar no velhinho ZX Spectrum.
Não é o caso deste Maldita Castilla EX que é uma homenagem a outro período dos videojogos, mais especificamente a um dos títulos mais famosos da geração 16 bits. Falamos obviamente de Super Castlevania IV, a quem Locomalito adicionou algumas lendas e mitos espanhóis, criando uma espécie de versão “dobrada” do famoso jogo da Konami.
A mimetização dessa era dos videojogos é tão rígida que até a física de salto e de arremesso de projécteis em tudo faz lembrar os desafios próprios dos jogos da SNES. Mas menos rigor e precisão não esperaríamos de um criador como Locomalito.
Cristareino
Todos sabemos que a Kemco é muito profícua em JRPGs, especialmente em trazê-los para ambientes portáteis, sejam os smartphones ou a 3DS. Aliás, penso que nos últimos 2 anos cobrimos quase todas as produções do histórico estúdio japonês, e percebemos que o ritmo com que lançam videojogos só pode ser fruto de décadas de experiência de produção de videojogos.
No caso da Kemco, que tem um ano de experiência a mais do que os que eu tenho de vida, isso é notório. É verdade que o seu foco no mercado portátil e o domínio do RPG Maker permitiram um ritmo alucinante de lançamentos de jogos, alguns melhor, outros pior conseguidos.
Cristareino é um dos casos positivos. Clássico em grande parte das suas mecânicas, é no seu gigantesco elenco (sempre que chegamos a uma nova cidade encontramos entre 1 a 2 personagens para adicionar à nossa party) e um sistema de classes com mais de 20 diferentes, e que permitem combinações diversas e interessantes, na aventura mais ou menos cliché com um enredo decalcado de tantos outros JRPGs.
Mas a sensação que Cristareino nos dá é que mais uma vez a Kemco consegue equilibrar qualidade e baixo preço, produzindo um bom jogo para todos os fãs de JRPGs 16 bits. E que podem ter visto aqui o último deste estúdio a chegar à 3DS.