Caçada Semanal #122
Não me lembro se alguma vez fizemos uma caçada totalmente dedicada a um estúdio, especialmente uma caçada com quatro jogos. Talvez já tenham feito, eu tenho a certeza que nunca fiz, já vão mais de 300 textos no Rubber Chicken mas lembro-me vagamente de cada um o suficiente para não deixar passar um momento destes. A caçada de hoje é dedicada a 4 jogos da Drunken Apes, um estúdio que quer dar um passo em direcção aos jogos maiores depois de já ter lançado vários puzzlers para plataformas mobile e para Steam, como 3 de hoje, especificamente Mind Blox, Mind Reflection e Mind Cubes.
De certa maneira podia falar dos três jogos com um só tendo em conta as suas semelhanças, não fossem os nomes ser uma pista grande o suficiente nesse sentido, mas as suas diferenças são suficientes para cada um deles merecer uma menção. São diferentes uns dos outros mas cada um tem a sua própria linha de raciocínio.
“Ambos os três” são puzzlers de ecrã único. Ou seja, todo o problema e solução estão visíveis desde o primeiro momento, o seu design também é similar, preto absoluto sobre tons cinza e pastel que dão um ambiente sombrio a algo que podia ser tão banal como uma folha de papel, apesar de ser uma direcção artística já bastante rodada desde Limbo não posso criticar quando a vejo ser bem feita.
Nestes ambientes cada um tem a sua própria mecânica e cada jogador teria que escolher qual era a que se associa mais à sua mente por ter uma aptidão maior para esse estilo de enigma ou qual têm menos e precisam trabalhar mais. Afinal a mente é como um músculo que precisa ser treinada e alimentada equilibradamente. Tal como no ginásio, não convém saltar o dia das pernas.
Os puzzles de Mind Blox focam-se em juntar os ditos blocos no menor número de movimentos possível, já Mind Reflection pede que o jogador organize um caminho de tabelas e desvios para uma orb luminosa chegar ao seu destino e Mind Cubes tenta virar o ponto de vista do jogador que para chegar ao objectivo pode “rodar o plano” e alterar assim a gravidade. Todos os puzzles são acessíveis sem serem fáceis demais, e como cada jogo tem pelo menos 100, a compra de pelo menos um deles a €2.99 ou se apanharem um bundle com vários é uma boa escolha para um jogo casual e desafiante.
Deixando de parte o que a Drunken Apes já fez, temos Horror of the Deep, ainda em Early Access, que é o que eles andam a fazer.
Ainda numa fase inicial de construção mas já mostrando muito do empenho que este estúdio está a ter para “subir de divisão” Horror of the Deep é um survival horror como o nome indica (a sério estes gajos devem trabalhar em part-time para a DC Comics a dar nomes aos personagens…) feito para VR. Não sei se há um objectivo final no jogo, já que quando o começamos estamos caídos num poço com ruínas para explorar e o nosso caminho leva-nos cada vez mais para baixo. Será que saímos do outro lado da Terra ou no seu centro onde vivem os reptilianos? Há monstros e enigmas para resolver e mostra algum potential, especialmente para uma equipa de produção que não está familiarizada com esta escala de produção.
Não dúvido que vá sair daqui um bom jogo, não é o facto de serem inexperientes que os marca imediatamente para o fracasso, se puder levantar falhas para já é o facto de não ter nada que o destaque de tantos outros semelhantes no mercado. Mesmo assim, por €7.99 não é uma má compra para quem quiser apoiar estes rookies de quem eu aprecio o nome pois à muito a dizer sobre o estado alternativo provocado pelo excesso de álcool e até alguns dos seus benefícios.
É historicamente provado que na Persia antiga, qualquer assunto importante era debatido duas vezes, uma sóbrio e uma embriagado, a solução tinha que soar bem nos dois estados para ser aceite. símios bebâdos, não devem tomar grandes decisões mas não é por isso que não são divertidos.