Caçada Semanal #122

O ano era 1996, Jorge Sampaio era eleito presidente de Portugal, Pokémon Red e Blue e a Nintendo 64 são lançados no Japão, a Alemanha sagrou-se campeã europeia de Futebol e decorrem os Jogos Olímpicos em Atlanta E.U.A,  nasceram Sophie Turner e Tom Holland e Peter André tem o seu grande sucesso musical Mysterious Girl.

O que é que isto tem a ver com a caçada desta semana? Absolutamente nada, mas como ontem passei por um canal de música onde estava a dar este vídeo achei que devia partilhar o seu ridículo com o máximo de pessoas possíveis. Uma espécie de dividir o mal pelas aldeias, algo que tentarei que não aconteça com alguns dos três jogos de que vou falar hoje, porque enquanto alguns têm boas ideias não acho que sejam dignos de andar por aí em muitos PCs.

Comecemos com Tyd wag vir Niemand (Time waits for Nobody)

Esta espécie de qualquer coisa em primeira pessoa, tem um conceito interessante. A sua aplicação é que falha consideravelmente. No rol de jogos conceptuais controlamos um(a) explorador(a) que entra num portal e é transportado para uma espécie de universo paralelo em que tem que ir do ponto A para o ponto B, passando por puzzle/caminho de obstáculos com a capacidade de temporariamente colocar todo o mundo em câmara lenta. Que dentro do campo dos super poderes é uma cena bem fixe*.

O único problema é que alguns dos caminhos de obstáculos são repetitivos, os assets do jogo não fazem grande sentido e tem imensos bugs. Caso crucial durante os meus testes, foi ter caído num precipício no exacto momento em que o jogo estava a fazer autosave, que me bloqueou todo o jogo e me obrigou a desinstalar e voltar a instalar, porque nem a opção de começar de novo estava acessível. Pelo preço de €9.99 acho que nem em saldos apesar de ter um conceito interessante.

Planet Ancyra Chronicles que é um pouco mais evoluído denota um esforço pela equipa de produção. De longe não é das melhores produções indie que joguei este ano, muito menos que alguma vez joguei, mas é fácil ver que dentro dos seus recursos tentaram fazer o seu melhor. Aqui há um objectivo, e há um tema. Recorrente em videojogos mas onde ainda há sumo para espremer, porque desde Alien que a ideia de estar a sós no espaço onde no máximo temos alguma espécie de inteligência artificial, nem sempre benéfica para nos acompanhar que a fórmula tem sido usada.

Há um certo encanto na simplicidade deste jogo, os puzzles não são complexos de todo e o ambiente está bem construído, tem algumas falhas mas nada de grave. Não sendo uma grande produção, não posso dizer que valha os €9.99 mas vale alguma coisa, será um risco para o jogador porque podem odiar, ou não. Para jogar pelo seguro, aproveitem em Bundle se encontrarem ou em grandes saldos.

E para acabar The Adventures of Capitano Navarro.

Hmmm… o que dizer sobre esta coisa?

Nem o consigo classificar, é um jogo de plataformas 3D? É um top down action-adventure? É um híbrido? Um mutante nojento sem sentido? Não sei, ocasionalmente aparecem estas coisas na redacção e eu fico com pena de quem as faz.

Nunca sei como classificar estes jogos, às vezes notamos logo que são shovelware que os produtores lançam em plataformas digitais assim que há um mínimo de movimento (coerente ou não) e podem inventar uma história qualquer sobre arte e jogos ou coisas tal como Gynophobia ou The Pasture entre outros, de que falámos no passado. Mas noutras ocasiões acredito, ou prefiro acreditar que os developers estão mesmo crentes que estão a fazer algo bem, apenas sem terem noção das suas fracas capacidades. Tipo o gajo que fez o busto do Ronaldo ou aquela mulher que há uns anos “restaurou” uma pintura numa igreja e a estragou toda. Mesmo por €2.99 não consigo dizer para alguém comprar este jogo, por mim, tirava-o do Steam já. É mau e quase não dá para controlar o personagem. Ao fim de 20 minutos ainda estava a tentar perceber se um dos botões fazia uma acção, virava a imagem ou ambos…

* Meter o tempo em câmara lenta é um poder brutal, ao contrário dos meus personagens da Useless League que têm poderes parvos, como poder voar só para Norte. Ser invulnerável nas unhas dos pés. Poder respirar em qualquer líquido excepto água ou poder mover-se à velocidade do som mas apenas quando se está a dormir.