Se as nossas personagens conseguem sorrir diante da morte, nós também conseguimos sorrir perante os nossos mais profundos medos.
Apesar da diversidade de temas e da liberdade que os tabletop RPGs nos concedem, é preciso ter em conta os temas abordados e o grupo com que se vai jogar.
Temas em torno de tortura explícita, violações e afins podem incomodar alguns jogadores, colocando-os numa situação de desconforto e consequentemente arruinar a experiência de jogo.
Isto são tópicos importantes que podem ser resolvidos o mais depressa possível, sendo o melhor momento para o fazer uma sessão 0, que por si só visa comunicar com o grupo a fim de perceber que tipo de jogo é que querem jogar e o que pretendem obter da experiência.
Na sessão 0, então, pergunta-se ao grupo se há algum tema, algum episódio, alguma situação que não queiram ver a ter lugar. Contudo, é possível reverter esse medo, esse incómodo. Usando as liberdades que os vários sistemas amavelmente cedem, e comunicando activamente com o(s) jogador(es) em questão, é possível chegar a um ponto de conforto.
Este é outro dos elementos que fazem de tabletop RPGs excelentes ferramentas de terapia e de acompanhamento. Vários são os casos de pessoas/jogadores que viram os seus medos e as suas perturbações a serem atenuadas através das vivências em torno da mesa.
É óbvio que tudo depende da temática e da pessoa em questão, e muito certamente será um processo relativamente longo. Contudo, e havendo uma predisposição nesse sentido, nada como aproveitar e ajudar a enfrentar medos, rolando dados e sempre na companhia de quem só nos quer bem.