Na última semana as minhas viagens diárias têm sido na companhia da Mi-Clos Studio. Não exactamente com o estúdio mas com duas produções deles, repartindo bem o tempo de ida para o emprego com uma e o regresso a casa com outra.

As produções deste estúdio são-nos familiares, alguns dos nossos títulos mobile favoritos tal como Out There, Out There Chronicles ou Void and Medler para PC saíram das suas mãos. O jogo das manhãs era Out There Chronicles – Episode 2, precisamente a continuação de Out There Chronicles e como já havia gostado bastante da primeira parte desta espécie de Graphic Novel interactiva, não fiquei nada desiludido com esta iteração. Em Episode 2 continuamos a aventura de Darius e a tripulação (não totalmente voluntária) da sua nave que despenha num planeta desconhecido, o leitor tem que “ajudá-lo” a encontrar o caminho certo através de ameaças naturais e não só.

Tal como no caso do seu antecessor este “jogo” é ligeiramente limitado, tal como uma aventura de point and click em que há apenas uma opção para passar para o enigma seguinte a resolver, mas em vez de utilizar objectos para encontrar a solução temos que o fazer através de uma série de escolhas de acções e diálogos. Alguns dos pontos mais fortes de Out There Chronicles – Episode 2 estão na maneira como consegue fazer algo linear parecer tão desafiante através de tentativa e erro, ou a maneira de aprender línguas extra-terrestres. O seu maior trunfo, contudo é a arte puramente franco-belga do artista Benjamin Carré.

Out There Chronicles está já disponível para Android e IOS por 2.99€ que considero valer bem o preço.

Disponível apenas a partir de Março, também para Android e iOS, estará o jogo que testei em Beta nas minhas viagens da tarde, Antioch: Scarlet Bay.

Enquanto Out There se passa numa galáxia e futuro distantes onde a Terra foi destruída, Antioch passa-se no passado cada vez mais nostálgico dos anos 80, onde temos outra espécies de aventura gráfica mas desta vez para resolver um crime, um assassinato nas ruas escuras de uma cidade chuvosa que não consegue lavar a escumalha que a habita.

A maior diferença de Antioch além da temática é que retira, literalmente, parte da acção das mãos do jogador dando-a a outro. Aqui controlamos um polícia à nossa escolha, um detective veterano na sua última noite, ou um rookie que o vai substituir, nesta noite têm que trabalhar juntos para resolver o crime, e enquanto nós controlamos um deles, um outro jogador controla o outro. Pode ser um amigo ou um desconhecido, também podemos jogar a solo deixando um bot de I.A. controlar o nosso parceiro mas não achei essa opção muito interessante, talvez por falhas de ser uma versão beta.

A investigação é feita a dois, e temos que escolher onde ir, o que fazer em parceria, isto pode ser interessante e desafiante, mas pode ser uma frustração incrível porque ao estar emparelhado com um desconhecido que não sabemos a sua disponibilidade de jogo ou horários podemos estar horas ou dias à espera de uma resposta para avançar, sendo que sem ela seria impossível fazê-lo. Esta é uma jogada arriscada da Mi-Clos que teremos de esperar para ver se compensa ou não.

A Mi-Clos tocou-me com estes jogos, duas vezes, e gostei.