O que é que acontece se juntarmos o aspecto variadamente fofo de um rato às ramificações e implicações sociais presentes numa qualquer civilização? Em duas palavras, Mouse Guard.

Como o nome e a comparação indicam, em Mouse Guard a história anda a volta de um grupo de ratos pertencentes à Guarda, e que nas suas várias missões visam proteger os seus territórios em prol da segurança e bem-estar dos vários aglomerados de todo o território contra os demais predadores.

Só a premissa potencia toda uma série de eventos e de role-play mais que memoráveis. Não só assumimos o papel de ratos (e justificar a adopção de uma voz de hélio) como também temos que garantir que trabalhamos em conjunto para um bem comum, pois quando se está no fundo da cadeia alimentar, as coisas não tendem a ser fáceis.

A nível de mecânicas, o sistema não é dos mais simples, mas também não é dos mais complexos. A própria criação de personagem desenvolve-se através da resposta a uma série de perguntas presentes no capítulo respectivo do manual. E a nível dos lances, onde constam somente dados de seis faces, os mesmos correspondem ao número da habilidade usada naquele preciso momento, podendo usar-se toda uma série de traços, ferramentas e conhecimentos da nossa personagem para adicionar mais dados, podendo contribuir também neste sentido toda e qualquer ajuda que os nossos colegas de equipa possam amavelmente prestar.

Para além disto, o jogo usa uma série de cartas quando conflitos surgem (Attack, Defend, Maneuver, Feint). Quando tal se verifica, o Mestre de Jogo trata de escolher três cartas e deixá-las viradas para baixo. Os jogadores fazem o mesmo, decidindo entre sim o que vão fazer nas três acções que serão representadas nas três cartas. Estando as mesmas escolhidas, são reveladas de par em par, Mestre de Jogo e jogador, seguindo-se as instruções para cada combinação: Attack VS Defend, Maneuver VS Feint, etc. O elemento táctico aqui presente, de antecipar aquilo que o Mestre de Jogo/os oponentes têm preparado, é uma excelente ferramenta para desenvolver não só uma vez mais o trabalho de equipa, como também construir momentos de tensão.

É um sistema único e com muito que se lhe diga. Felizmente tive a oportunidade de o experienciar em mais um one-shot do Rola Iniciativa, e o resultado está à vista: