Caçada semanal #137

Conhecem aquela piada da galinha indie? Aquela do “porque é que uma galinha indie atravessa a estrada?” Para ir para a Switch, onde aparentemente vende mais.

A enxurrada de indies a chegarem à híbrida da Nintendo não se compara com o que acontece no Steam, mas infelizmente para todos nós a quantidade de shovelware ameaça também ser uma cruz pesada na loja digital da Switch.

Felizmente que esse não é o caso dos 3 indies da Switch que trazemos esta semana.

Blossom Tales: The Sleeping King

À falta de cão, caça com gato. É um bocado neste espírito que devemos agarrar Blossom Tales: The Sleeping King, que preenche um espaço muito específico dos nossos desejos para a consola. E aplaca aquela saudade de jogar um The Legend of Zelda em 2D.

Blossom Tales: The Sleeping King não disfarça a sua presença enquanto tributo a A Link to the Past. Não chega ao patamar que uma das grandes obras da História chegou, mas isso não lhe invalida ou retira a óbvia qualidade que tem.

Cada minuto aqui passado vai soar estranhamente familiar. Não precisamos de grandes explicações para percebermos o que está a acontecer ou de como nos movimentarmos pelas sequências de dungeon crawling porque já as conhecemos de outras andanças.

Blossom Tales: The Sleeping King é um jogo curto, mas que vai aquecendo a saudade até a Virtual Console dar um ar de sua graça na Switch.

https://www.youtube.com/watch?v=pcRmj_ceYkA

Star Ghost

Na mesma senda de Blossom Tales, Star Ghost vem apelar à nossa nostalgia e às saudades por um schmup simples, daqueles que preencheram a infância de muitos de nós na saudosa geração de 8 bits.

Star Ghost tem esse espírito mecânico, ainda que visualmente seja algo simples, mas contemporâneo. Utilizar um botão para disparar e o analógico para nos movimentarmos, como tantos side scrolling shoot’em ups faziam nos velhos tempos.

À semelhança de muitos desses jogos, Star Ghost é verdadeiramente implacável. Vamos perder tantas vezes que percebemos automaticamente que grande parte do seu charme reside no seu desafio e na ginástica estratégica que temos de fazer ao final de cada nível.

O nosso dinheiro permite-nos apenas fazer upgrade a um aspecto único quando terminamos cada sector, o que significa que temos de escolher qual será o nosso foco, e a forma que tiramos o melhor proveito dessa singela melhoria.

Para quem quer matar saudades dos schmups old school, este pequeno indie cujo desafio lhe estende a duração para largas horas é uma das melhores hipóteses na Switch.

Dustoff Heli Rescue 2

Falando em nostalgia, se há um jogo que me marcou ao longo de semanas ali na pré-adolescência foi Desert Strike, que um primo tinha comprado para a Mega Drive e do qual gostava muito menos do que eu acabei por gostar.

Mas contrastando com aquele que é para mim (e possivelmente para muitos) o melhor jogo de helicópteros de sempre, Dustoff Heli Rescue 2 conseguiu a espantosa façanha de complicar extraordinariamente os comandos do jogo. Eu imagino que controlar um aparelho destes na vida real seja difícil, mas já que o original (e esta sequela) sempre tiveram uma abordagem divertidamente arcade, não consigo perceber a necessidade de colocar tantos botões diferentes para sequer pôr o aparelho no ar.

Se ultrapassarmos este problema, este simpático indie low poly acaba por ser uma brisa. Com níveis em 2.5D, nos quais temos de percorrer para conseguir prestar apoio e suporte às nossas tropas, Dustoff Heli Rescue 2 é divertido mas faz-nos lembrar que poderia ser ainda melhor.

É que toda a customização do helicóptero aliado ao excelente desafio tornam-no um jogo interessante mas que transpira em todos os momentos o seu direccionamento para o mercado mobile, com repetições de níveis, itens coleccionáveis e afins.