Hora do Meh #20
Todos nós conhecemos artistas. E também conhecemos “artistas”, há uma diferença grande entre as duas espécies, porque ao contrário do que o público em geral pensa não fazem parte da mesma família da nossa fauna humana, enquanto alguns dos meus melhores amigos são artistas, pessoas que devido a uma vocação passam anos da sua vida a treinar e aprimorar as suas capacidades diariamente seja no desenho, escrita ou música, alguns conhecidos são “artistas”… daquele pessoal que se acha mais à frente que os outros, mais inteligentes e mais cultos, daquele pessoal que “não tem televisão porque isso é uma forma de entretenimento para a plebe, sem interesse, e que simplesmente mostra o quão fútil é a sociedade de hoje”. Em suma, malta com mania.
Famousity
Estão a ver o Uno? Aquele clássico jogo de cartas que satisfaz gerações e entretém tantos jovens embriagados em passagens de ano/férias/sessões de estudo/outras opções? Famousity é ligeiramente inspirado em Uno, da mesma maneira que um cão é ligeiramente inspirado num gato. São ambos animais de quatro patas, e são ambos jogos de cartas. Em vez de cores e números, este usa caricaturas de figuras históricas e/ou “famosas” como Charles Dickens, Napoleão Bonaparte, Oprah Winfrey ou Taylor Swift.
Jogando as figuras tenta-se fazer combinações com os símbolos dos seus atributos, para as recolher e ganhar pontos em combinações, uma complicação desnecessária e que faz o jogador pensar mais do que este jogo merece. Aliando esta complicação ao facto de ser um multiplayer em rede com massa crítica de quase 0 jogadores online a toda a hora é recomendado apenas se não tiverem mais nada para jogar e pelo menos mais três amigos tenham o jogo, senão… meh. Não vale os €6.99.
Super Inefficient Golf
Quantos jogadores de Golf, enquanto passeiam os tacos pelos campos verdejantes do seu clube, nunca pensaram: “Bom, bom era meter pequenas minas com vários efeitos de explosão e propulsão na bola e activando-as nos momentos certos levar a bola ao buraco…”?
Nenhum! E jogadores de mini-golf? Também não! Já “artistas” isso é outra conversa.
A 34Bigthings, achou isto boa ideia, um puzzle game num cenário de mini-golf, no qual em vez de calcular as tacadas através de força, ângulo e outros parâmetros habituais, o jogador é forçado a utilizar pequenos dispositivos coloridos, que vai acoplando à bola e detona para guiar a mesma ao buraco. A ideia até podia ser boa no guardanapo de papel em que foi criada à hora de almoço, mas a sua aplicação é fraca e confusa na maior parte do tempo. Pagar €4.99 por esta experiência é… meh.
Para finalizar, e já que estamos numa de puzzles: Take the Cake
Ao contrário dos outros dois jogos com quem está emparelhado neste artigo, este jogo não é mau, tem uma mecânica simples mas eficaz à base de plataformas e cores com efeitos, e até pode ser desafiante. Controlar a criatura de olhos esbugalhados até ao fim de cada secção para recuperar o seu bolo roubado por robots malvados entretém-nos ocasionalmente, mas apenas isso.
Infelizmente não tem nada de novo ou inovador, é apenas mais um sem destaque sobre todos os outros. Por €8.99 é tão meh como todos os outros mehs que andam por aí. Podem ter achado muito bom quando o fizeram mas é um produto simples.
Tal como há pessoas com mania, também há jogos com mania de artista, daquelas criações que se acham a melhor bolacha do pacote, mas quando vamos ver é daquelas com açucar em cima que ficam sempre para o fim porque já não há mais, só lá vamos quando não há mesmo nada para comer.