Está é a análise a Maelstrom. Maelstrom é um jogo de barcos em early access no Steam. A simplicidade destas primeiras linhas vai no sentido de encontrar um paralelismo com aquilo que nos é dado a experienciar dentro do jogo. E deixa-nos um amargo de boca, porque a coisa prometia bem mais do que cumpre, pelo menos por enquanto. Não é um jogo desagradável. Não tem falhas técnicas. Desenganem-se se pensam que isto é uma não-recomendação. É mais um “E quê?”. Ou um “E o resto?”. O que, ressalve-se, não é mau de todo. Ora vejamos…

Maelstrom está em Early Access. Lançado no dia 11 de Abril, o jogo propõe-nos um Battle Royale no mar. É nascer, velejar, disparar, esquivar e tentar ser o Winner Winner Chicken Dinner do Fortn… PUB… H1Z… do coiso!

Graficamente não há nada a apontar, o áudio também se encontra num nível bastante agradável. A jogabilidade é uma simplificação da navegação, a exemplo do que podemos ver em jogos como Assassin’s Creed 3 ou 4. Temos vários barcos à escolha, de diversas facções. Os Humanos, os Orcs e os Anões. Esqueçam contextualizações ou histórias. Não precisam de saber o que fazem os Anões com barcos. Who cares? É como perguntar de que mina vem o metal com que foram feitas as balas que temos na mão quando o que se pretende é dispará-las.

Assim, os diferentes tipos de barcos e navios, com resistências, velocidades, armamento e manuseamento diferentes, são colocados ali naquele ambiente caribenho, com marés, correntes, ondas e tesouros. Cenários bonitos, bem trabalhados, com ilhotas pintalgadas pelo mapa, correntes e contra-correntes a levar-nos até flutuantes destroços de madeira, ouro e powerups que podemos coleccionar para ficarmos ainda melhores a matar os desgraçados dos nossos inimigos.


Os confins dos mapas são delineados por águas paradas, sinónimo de morte às garras dos inimigos ou de uma qualquer criatura mitológica das profundezas. Algo a evitar, portanto.

Na arena, então, é cada um por si. Temos 3 tipos de munição. A normal, para dar dano à armadura e ao casco dos navios, uma para danificar as velas, tornando os inimigos menos manobráveis e uma própria para matar a tripulação. Cada navio tem diversos pontos de disparo, com número variável de canhões. Há diferenças entre estes. E, ao passo que uns disparam apenas para os lados, outros disparam para a frente e para trás também. Em todo caso, o tempo de recarregar é específico a cada ponto, pelo que podemos disparar do lado direito e, logo a seguir, do lado esquerdo. O número de canhões é proporcional ao dano infligido, naturalmente. Cabe-nos apontar e escolher quando disparar, sendo que o ângulo – e, consequentemente, o alcance do disparo – é calculado automaticamente pelo jogo. Simples, portanto.



E o problema é um bocado esse. Os mares rasos do jogo têm mais profundidade que as mecânicas de jogo nele existente. Oh, podemos salpicar a coisa, temos capitães que podemos adquirir e que nos conferem uns poderes extra, temos upgrades para os barcos, seguindo um caminho pré-definido… coisas que servem para ir dando algum vigor ao jogo. Mas sabe a pouco. É curto. E, ao fim de escassas horas de jogo, a coisa torna-se repetitiva, cansativa. Sem sal. Fazemos, claro está, o reparo de que Maelstrom se encontra ainda em Early Access. E não deixa de ser um bom jogo para quem gosta do género.

Está bem feito, é divertido e recomenda-se. Mas a falta de profundidade das coisas, aliada a alguma natural falta de equilíbrio e polimento em alguns aspectos do jogo, fazem com que não seja aquela recomendação vigorosa com um aceno de cabeça, e antes uma recomendaçãozinha, assim a modos que “vale a pena experimentar”, mesmo que se omita o “e comprar quando o jogo sair em definitivo, com mais conteúdo”.