Tu-ti-tu-ti-tu ti-tu ti-tu
Those sprites were fast as lightning!
(pelo poder da magia 78% de vocês leram isto ao ritmo de Kung Fu Fighting de Carl Douglas)
Tal como para muitos jovens da minha idade, coisas como PEGI e idades recomendadas para ver ou jogar XYZ são coisas modernas, vi e joguei muita coisa violenta na minha juventude e não sou desequilibrado psicologicamente por isso. Posso ser por outras coisas, mas não por isso. Um dos meus grandes prazeres de juventude eram as artes marciais. Hoje em dia também… Quando era mais criança via tudo o que envolvia lutas, desde clássicos que considero agora de má qualidade como Bloodsport, Kickboxer ou a saga Ninja Americano que tinha muito de Americano e pouco de Ninja, aos filmes de Bruce Lee e outras grandes produções de Hong Kong comicamente dobradas para inglês. Ou melhor, Os Jovens Herois de Shaolim.
Havia uma diferença enorme na produção de filmes de artes marciais com Steven Seagal ou Jean-Claude Van Damme e os de Hong Kong que era simplesmente a teatralidade e coreografia das lutas, enquanto as americanas se baseavam em brutalidade as orientais eram bailados de suprema qualidade estética, mesmo com as cenas irreais de voos quase sobre-humanos. Roof Rage, que estará disponível no Steam em breve é um jogo de lutas 2D que vai buscar algo do seu ser aos filmes do oriente.
Roof Rage foi-me conquistando aos poucos, talvez porque depois de eu ter julgado o livro pela sua capa tenha começado a ler as suas nuances e os seus sub-enredos quanto mais entrava nas suas páginas pixelizadas. Não esperem uma história deste jogo, não é aí que está a leitura profunda mas na complexidade inesperada da sua jogabilidade.
Quando olhei para o jogo pela primeira vez pensei que era um clone de um Smash Brothers adaptado para um ambiente 16-bits. Cheguei mesmo a pensar se era possível ser-se mais preguiçoso para criar um jogo, depois vi os personagens, todos os clássicos estavam lá, o samurai com o katana, o velho mestre de barba longa, a rapariga com a naginata, Leon o profissional,…?
Hã?
Comecei a pensar se não era mais original que estava à espera.
Foi no jogo propriamente dito e na quantidade de derrotas que tive que me apercebi que isto não era só um joguito a tentar capitalizar a vertente retro e jogos brawler, tinha uma construção complexa e dedicada por trás, desde a quantidade enorme de sprites e movimentos que os personagens têm à dificuldade da inteligência artificial que enfrentamos.
Roof Rage é rápido e brutal, e foi uma surpresa tão grande como um soco vindo de onde menos se espera. Pode ser jogado em vários modos incluindo um caótico modo até 8 jogadores online. Apesar da velocidade as lutas não deixam de ter uma elegância inerentes ao estilo oriental onde o jogo vai buscar inspiração.
Nunca esperei tanto de um jogo aparentemente minimalista, mas como dizem “Dinamite vêm em pacotes pequenos!”, tal como a pouco conhecida mas surpreendentemente bela série Into the Badlands, é uma boa modernização de um estilo antigo.