A E3 é aquele evento agridoce para mim, enquanto por um lado marca o meu aniversário na capoeira e é onde se fazem muitos dos anúncios do que vai alimentar um dos nossos entretenimentos favoritos durante os próximos meses, por outro lado também é onde se fazem muitas promessas que não são finalizadas ou ficam aquém do esperado.
Promessas que ficam por cumprir, é o tema central do romance inter-species erótica com dinossauros que estou a escrever. Ainda não decidi se o nome vai ser “500 escamas de Raptor” ou “Fui seduzida por um pterodáctilo milionário”, terei que pensar nisso mais tarde, agora, E3:
Dia 1
Começamos com aquela que considero das piores empresas de videojogos a nível mundial maioritariamente por razões de fazerem tudo para sugar os bolsos dos consumidores com produtos de média ou má qualidade que se asseguraram de garantir a exclusividade como Star Wars.
Entre outras coisas a EA trouxe-nos um update com as Clone Wars para Battlefront II e Jedi: Fallen Order para final de 2019. O que é este Fallen Order? Não sei, não me interessa porque não é:
- a) um KotOR novo;
- b) um Jedi Academy novo;
- c) um Rogue Squadron novo
Portanto deve ser cocó.
Porque é que digo isso? Porque além de ser um Star Wars feito pela EA e provalmente ter mais loot boxes que lightsabers não mostraram um único vídeo, nem uma imagem, foi só “ah e tal vamos ter isto”.
Outros jogos incluídos foram Unravel Two, que é girinho e tal mas não é o meu estilo, tal como Anthem. Por melhor aspecto que tenha não acho que vá investir nisso mesmo que no ano passado tenha-me parecido bom, devia ser da privação de sono por ter uma criança com menos de três meses lá em casa. Já o ponto alto e talvez o melhor jogo a sair da sanguessuga norte americana sem contar com o FIFA 19 que me espanta não ter um modo Battle Royale este ano, é Sea of Solitude que acho que o trailer fala por si.
Estava a gozar acerca do FIFA 19. Vai continuar a ser o mesmo jogo que tem sido relançado nos últimos 7 anos e todos pagam full price para ter os plantéis actualizados.
Mas dar €20 por um indie que se acaba em 6h? Isso já não porque é roubalheira.
E antes que me esqueça, também vai voltar o Command and Conquer. Como jogo mobile, preparem os cartões de crédito para as microtransações.
Dia 2
Começamos com a empresa cuja apresentação ficou meio esquecida debaixo dos grandes nomes, a Devolver Digital. No geral tem algumas coisas com potencial mas o que vou ter mesmo debaixo de olho é My Friend Pedro. Um shooter acrobático que me faz lembrar Seraph, mas com mais câmara lenta e uma banana que fala com o que parece ser a voz do Antonio Banderas e quer que matemos tudo o que nos aparece à frente. Sem ter visto o trailer só esta descrição era suficiente para me convencer.
Já a Bethesda decidiu não se poupar a inovações e vai lançar o Rage:2, um Doom e um Wolfenstein novos além de um DLC para Prey, tudo jogos que não me interessam mas estes anúncios quase eclipsaram a breve menção a Elder Scrolls VI que está em produção até quem sabe quando. Quase eclipsaram porque tudo ficou na sombra dos seguintes anúncios. Um Elder Scrolls exclusivo para mobile chamado Blades, um port grátis de Fallout Shelter (2015) para PS4 e Switch e Skyrim no Echo da Amazon.
Apesar de ter sido feito como uma piada por parte da Bethesda que soube rir-se de si própria, mais tarde veio a descobrir-se que é mesmo possível ter o Skyrim no Echo, só falta correr em torradeiras mas vamos lá chegar. Portanto quem ri por último, ainda está para se ver.
Ah… e o Fallout 76, que me parece ser o Fallout 4 mas online.
Finalmente a Microsoft teve uma boa conferência, além de terem comprado alguns estúdios indie (se os vão matar como fizeram a outros ainda não sabemos) tiveram alguns jogos interessantes na sua apresentação sendo um dos que mais me agrada Ori and Will of Wisps, por adorar o primeiro e este parece fazer justiça à sua origem, talvez até superá-la.
Tiveram um pequeno teaser de Battletoads, uma só imagem do logo mas foi o suficiente para eu ficar feliz para já. Ao contrário de certas pessoas que já falei, fizeram um pequeno esforço para mostrar algo. Tiveram mais alguns jogos de vários estúdios que irão eventualmente parar à minha Xbox One. Mesmo sabendo que vou jogar Forza Horizon 4 o máximo que conseguir, estou extremamente desiludido que o cenário seja a Grã-Bretanha, porque o que eu queria mesmo era que fosse no Japão como foram feitos vários teasers a indicar isso. Eu queria e acho que a maioria dos fãs também, mas infelizmente vamos ter que levar com o cenário britânico em cima. Para quem já conduziu na Grã Bretanha, e em especial Inglaterra sabe que vai ser um Horizon complicado, cheio de obras nas estradas, trânsito e vias muito apertadinhas. Nada como no trailer.
Para fechar em grande, Cyberpunk 2077, ainda não sabemos muito sobre ele mas conhecendo o trabalho da CD Projekt Red e este trailer, vai valer bem a pena a espera.
Dia 3
Neste dia mais cheio de conferências tivemos a Square Enix a mostrar porcaria nenhuma.
A sério, mais valia terem dado a slot deles a alguém que a usasse como deve ser tipo Maria Leal, ou a tipa que ficou em último na Eurovisão, ou a outra que ficou em primeiro na Eurovisão, a qualidade era semelhante. A questão aqui é que não mostraram nada de interessante ou que já não tivesse sido apresentado noutras conferências. Se querem ter isto numa perspectiva mais interessante:
Ainda tenho que fazer bem a contagem mas acho que Microsoft apresentou mais JRPGs que a Square Enix.
Depois disso, estava à espera que a Ubisoft desse com a boca no chão, mesmo depois daquela surpresa brilhante no ano passado que foi Mario + Rabbids, pensei que tinha sido um acaso do destino, tipo one-hit wonder, mas não. A Ubisoft está a mostrar óptimos trabalhos para os próximos meses/ano. Apesar de eu não estar tão entusiasmado com Beyond Good and Evil 2, porque nunca joguei o primeiro, admito que me parece interessante e bem feito. Tal como Skull and Bones que dá a impressão de ser um Sea of Thieves para quem queria mais do jogo, mas no final vai ser a mesma coisa. Só que como tem um aspecto mais semelhante a Assassin’s Creed Black Flag e não vai ser exclusivo Microsoft o pessoal vai achar genial, original e muito superior ao jogo da Rare.
Um dos dois pontos mais altos da Ubisoft num espaço bem recheado foi Starlink: Battle For Atlas. Se fosse só um dogfighter no espaço já me chegava porque como já tinha dito é algo que sinto falta, mas é para a Switch e conta com o grande Fox Macleod da série Star Fox da Nintendo, mais uma vez aliada ao estúdio francês dando-lhes oportunidade de usar a sua propriedade que estava algures numa prateleira. A última correu bem, espero pelo menos metade da qualidade desse para ficar feliz.
O melhor da apresentação foi mesmo Assassin’s Creed Odyssey. Só ligeiramente acima de Starlink. Estou a gostar de ver a marca afastar-se mais dos originais e adaptar-se a outros modelos de jogo, e agrada-me particularmente o setting na Grécia.
E no grande pout-pourri que foi o PC Gaming Show, entre menos Battle Royales do que estava à espera (foram só 3 e eu apostava em pelo menos 7), mais jogos de taxistas que pensava serem necessários no mundo (2), uma espécie de clone do Road Rash, um jogo VR com um Robot que parece um Johnny 5 crescido, e um que pensava ser 4X mas depois não era, entre outros que cairam no meu esquecimento, 4 jogos chamaram-me particularmente a atenção:
Two Point Hospital, no qual gerimos um hospital e podemos fazer colonoscopias. Acho que isto chega para vender o conceito do jogo e a colonoscopia é obviamente a primeira coisa que qualquer pessoa vai fazer assim que tiver oportunidade.
Maneater em que somos um tubarão.
Rapture Rejects que é possivelmente o único Battle Royale que provavelmente vá jogar. Se calhar. Um dia. Talvez.
Sable um jogo de exploração com um design banda desenhada franco-belga, muito inspirada em Moebius. Absolutamente lindo na sua estética visual e sonora e o resto é-me indiferente, pode ser só para andar a passear no deserto, eu alinho.
Para acabar de madrugada, a Sony fez a sua conferência, toda a gente entusiasmada e eu já tinha ido dormir porque o meu nível de entusiasmo com exclusivos PlayStation é este:
Mesmo assim de manhã lá fui ver o resumo da cena e vi que toda a gente ficou maluca com um beijo lésbico em Last of Us 2, a tal ponto que um canal de stream controlado pela Disney teve um acidente na emissão nesse momento e cortou as imagens, entre outros ataques de fúria anti-diversidade. Toda a gente ficou doida com o gameplay do Spiderman, e eu ainda estou a tentar perceber que raio é suposto ser o jogo do Kojima com o tipo do Walking Dead. Tivemos mais alguns gameplays de jogos que tinham sido anunciados em 2017.
Admito que fiquei impressionado com Ghost of Tsushima, por mais que eu adore o setting feudal no Japão e o jogo esteja aparentemente deslumbrante, não vou comprar uma PS4 por ele. Talvez roube a de alguém uns tempos para o testar mas só isso. Acho que a Sony devia ter dinheiro para contratar o Rão Kiao para fazer a introdução ao jogo em vez daquele gajo que deve fazer parte de uma banda tributo ao grande flautista português João Maria Centeno Gorjão Jorge.
Portanto acabada a apresentação da Sony o meu entusiasmo tinha subido para:
Dia 4
Para acabar em beleza (que está no olho de quem a vê) a Nintendo fez um dos seus agora característicos Digital Events e deixou a maior parte dos fãs de boca aberta.
Pela negativa.
*monólogo interno* Quem estiver a ler não faz ideia do que me custa escrever as próximas palavras. *respira fundo e bate teclas com fúria contida*
A Nintendo não teve a pior apresentação mas teve lá perto. O problema foi que havia muitas expectativas de ver mais sobre jogos que foram anunciados na feira do ano passado como Metroid Prime 4, e outros que serão lançados em breve mas não fizeram nada disso. Numa apresentação de 45 minutos 30 foram dedicados a Super Smash Bros. que mesmo sendo um dos jogos mais esperados pelos fãs, é esperado só pelos fãs. Eu, por exemplo, não precisava de estar tanto tempo a ver todos, literalmente todos, os personagens que já entraram num Smash, não gosto assim tanto do jogo, muito menos quando este não vai ter um equivalente ao Space Emissary da Wii. Para quem não tem alguém com quem jogar constantemente (mesmo online) Super Smash é aborrecido à brava.
Tirando isso, até apresentaram uns nindies fixes, uns ports já esperados como Hollow Knight ou Fortnite que já estão disponíveis. Um novo Fire Emblem Three Houses pode levar-me a jogá-los outra vez tendo em conta que saltei os que saíram para a 3DS, e Daemon X Machina parece-me ter um óptimo potencial, porque robots gigantes e/ou mechas são sempre boa ideia. Não posso dizer que tenha ficado tão desiludido com a Nintendo como algumas pessoas porque já aceitei há muito que eles mudaram de mentalidade acerca da E3 e estão numa onda completamente diferente. Mesmo assim podia ter passado um pouco mais de tempo nestes jogos, no serviço online que vai ser lançado ou na 3DS.
O que nos leva à conclusão explosiva:
Há sempre aquele discussão de quem “ganhou” a E3, e esse debate é sempre acesso pelas paixões partidárias dos fãs. Tenho a certeza que muita gente defende a Bethesda com mais fúria que defenderia os filhos, ou vá, um primo afastado. Foram apresentados por quase todos os envolvidos um ou mais jogos que me interessaram, mas no geral achei todo o evento bastante fraco. A E3 ainda é relevante porque adaptou-se, ou melhor está a adaptar-se, ao mercado e aponta as suas baterias para o público que está em casa. Só que toda a indústria está num modelo que considero estagnado, muito semelhante à indústria automóvel. Tirando a Nintendo, e mesmo essa anda a escorregar um pouco, não há individualidade nos jogos, são quase todos iguais que seguem a moda do momento. Já foram MMORPGs e MOBAS, agora são Hero Shooters e Battle Royales, pelo menos durante uns tempos. Mesmo jogos que deviam ser puramente singleplayer e deviam dar uma experiência ao jogador acabam por falhar na originalidade muito por força dos componentes online/multiplayer enfiados a martelo.
Ainda ontem saí dum restaurante e tentei abrir 3 carros até chegar ao meu, porque todos me pareciam iguais, marcas e modelos diferentes mas sem um olhar atento aos símbolos debaixo da luz fraca dos candeeiros de rua, todos pareciam a mesma coisa. Nos jogos começamos a ter o mesmo, e isso não me agrada, talvez mude no futuro mas não me parece. Para já empresas como a CD Projekt Red fazem-me ter fé, mas a minha fé está a ser testada diariamente e já não aguenta muito mais.
Para o ano há mais E3, até lá não discutam quem ganhou ou foi melhor no quê, aproveitem bem o que vai sair que é para isso que os jogos servem, eu vou voltar à escrita do meu livro.
Tiffany, arfava ruidosamente ao sentir o toque frio e reptiliano na sua pele, Travis envolvia-a suavemente colocando uma das suas asas em volta das costas da bela mas tímida estagiaria na sua empresa de transportes de valores, enquanto as suas garras retiravam os botões da camisa que apertavam o seu peito firme, hirto e suado da jovem enquanto esta começa a gemer de prazer contido, prestes a explodir.
Ca caw! Ca caw – dizia-lhe ao ouvido com a suavidade de uma pluma – Caw. Tuki tuki tuki tuki
Porcaria… enganei-me no documento… mas se acham que interspecies erótica com dinossauros é uma cena que inventei para fins cómicos cliquem aqui. Se tiverem coragem e não estiverem no emprego. A sério. Kinda NSFW.