Da mesma maneira que um grupo de pessoas se pode juntar à volta de uma mesa para explorar uma caverna abandonada, também pode reunir-se para explorar uma galáxia muito, muito distante.
O universo de Star Wars é extenso, o que faz com que seja rico em conteúdo e em novas possibilidades para novas histórias e, até mesmo, complementar (ou não) aquilo que já conhecemos deste icónico franchise.
No que a RPGs de mesa diz respeito, tive recentemente a possibilidade de experimentar Star Wars: Force and Destiny dentro do projecto Rola Iniciativa (e que vai ser jogado durante os Sábados do mês de Junho). Para além de Force and Destiny existem também Edge of The Empire e Age of Rebellion, manuais em si idênticos, apenas focando-se em momentos históricos diferentes e com alguma diferença a nível de conteúdo, como por exemplo nas classes a escolher. Ainda assim, os manuais usam o mesmo sistema, tornando possível interligarem-se ao ponto da na mesma sessão haver um pouco de cada um sem qualquer forma de choque prejudicial.
O setting já é nosso conhecido, com os jogadores a explorar a galáxia e auxiliar a Ordem Jedi contra as forças do Império, ou, se for caso disso, o total oposto, com os vários participantes a servirem de aliados do Imperador Palpatine. Tal como qualquer outro sistema, a imaginação é o limite no que toca ao que se pode fazer e qual o caminho a tomar.
Quanto ao sistema em si, tudo começa a ficar mais peculiar. Estamos habituados a ver dados poliédricos associados a este tipo de jogos, e embora Star Wars não seja uma excepção, os mesmos estão desprovidos de números, havendo vários símbolos no seu lugar. Apesar desta diferença, existe uma premissa simples que suporta toda a mecânica: da mesma maneira que há dados que representam as habilidades das personagens, as suas proficiências e as suas vantagens, também há dados que representam complicações, problemas e desvantagens. Desta forma, no momento de rolar, rolam-se estes vários tipos de dados em conjunto, que se vão cancelar uns aos outros no culminar do resultado final. Neste sentido, permite uma série de situações caricatas, tal como falhar um check mas receber uma série de vantagens, e também vencer esse check e ter que lidar com uma série de problemas.
E como não há Star Wars sem Força, ela está também no jogo, sendo usada para activar os Force Powers aos quais algumas classes têm acesso, para trazer vantagens em lances de dados, e até mesmo para interceder em favor dos jogadores na forma de Destiny Points, congratulando-os com aquilo que mais os beneficiaria num determinado momento. Contudo, e em semelhança com Star Trek Adventures, sempre que os jogadores usam a Força, a mesma pool do Mestre de Jogo vai crescendo, permitindo-lhe dar os mesmos benefícios às personagens e situações que controla. O resultado é uma troca constante de recursos entre jogadores e Mestre de Jogo.
Quanto às personagens, as mesmas podem ser escolhidas através das várias raças, classes e especializações à disposição. As raças conferem os atributos base, uma série habilidades especiais e um valor fixo de Experience Points (XP) que serão utilizados para evoluir os atributos, os talentos da especialização e os Force Powers (se a personagem tiver acesso à Força).
Em suma, Star Wars em formato RPG de mesa é singular na sua execução e permite toda uma série de momentos que certamente farão as delícias dos fãs do franchise.