Aproveitei que Fortnite foi parar à Switch esta semana para finalmente ver porque anda toda a gente a falar nisto e porque é que tem tanto sucesso. Ou pelo menos tentar. Só para verem o quanto eu estou a par disto, durante o nosso comentário stream do PC Gaming Show na E3 eu tive que perguntar qual era a diferença entre um Battle Royale e um Hero Shooter, porque na minha perspectiva de leigo não os conseguia separar. A conversa depois acerca de que um Battle Royale é semelhante ao The Hunger Games, ou o grande filme/livro japonês Battle Royale, já é algo que implica revelar o quão antigos alguns de nós somos. Tal como a minha parvoíce em não ligar o nome do jogo ao filme. Mas em minha defesa, como nunca tinha jogado nenhum só depois de me ser explicado o conceito base é que tudo encaixou na minha mente. Portanto, tendo a oportunidade lá fui eu aventurar-me onde andam os miúdos agora.

Felizmente não levei na boca, estão aqui muitos anos de experiência em jogos para perder sem mais nem menos. No primeiro jogo consegui ficar no top 20 individual com a minha equipa em 6º, sendo a minha pior colocação até agora ter ficado nos últimos 30 individual com a equipa em 10º (noobs) e a melhor em 12 individual, 4º equipa. Ou esquadrão. Pelotão? Não sei como lhe chamam, até pode ser quarteto de cordas que não quero saber porque não me estou a ver a jogar mais do que já joguei. Já foi bastante.

Não é por Fortnite ser um mau jogo, não é de todo. Graficamente é razoável, no seu estilo de animação e mecanicamente decente. Simplesmente não é o meu estilo de jogo, porque nunca fui fã desta coisa do free-for-all, mesmo quando aliado a amigos ou desconhecidos. Talvez muita da piada do jogo venha da tentativa de coordenação dos 4 jogadores que tentam que a equipa resista até ao final da batalha ou de se tentar ser o last man standing num royal rumble contra outros 99 jogadores. Como na Switch não está disponível ainda o modo Save the World (se alguma vez estiver) o único possível é o de luta.

Eu até posso tentar entender o porquê da juventude gostar deste jogo. Não requer esforço, é rápido e está tudo a mão. Caímos do céu, damos duas a três pancadas num objecto e “boom” recursos. Apanhamos armas, munições e outras coisas sem grande dificuldade, damos uns tiros, construímos umas barricadas e outras coisas e ao fim de meia dúzia de minutos já está. Não temos muito que fazer e a gratificação é imediata. Que é o que o meu povo gosta. E não são só os miúdos, estamos todos viciados em prazer imediato sem investimento. Ou só com o mínimo possível. Mas, e é um mas considerável, eu tenho um problema grande com Fortnite.

Ok, não é bem um problema é mais uma dúvida.

É inegável que Fortnite é dos jogos com mais sucesso e jogadores da actualidade. Talvez lhe falte algumas plataformas para chegar ao nível de Skyrim mas podemos afirmar com certeza que desde dia 12 que está disponível nas mais utilizadas do mercado. Qual é a fórmula mágica que lhe permite ser tão “bem-visto” pela comunidade de jogadores a nível mundial quando eu, vejo nele as falhas que apontaram por exemplo a Sea of Thieves. É o facto de ser free to play enquanto o da Rare/Microsoft tem que ser pago a full price ou pela subscrição mensal? Se duvidam vamos ver o que criticaram em Sea of Thieves:

  • “É repetitivo e só tem Fetch quests” – Fortnite só tem free-for-all e duvido que as missões de Save the World sejam assim tão variadas
  • “A progressão não aumenta stats” – Em Fortnite também não, acho eu. Já subi de nível e ainda não vi diferença.
  • “Tudo o que se compra é só cosmético e não afecta o jogo” – Em Fortnite também não, pior para comprar tem que ser com dinheiro a sério enquanto que no Sea of Thieves é com trabalho e astúcia.
  • “Tem um design muito infantil e cartoonish para um jogo de piratas” – Fortnite é de batalhas e ainda é mais cartoonish. Além de o mundo ser muito mais pequeno.
  • “É pago” – Tem microtransações.
  • “Sou fanboy da PlayStation!” – Não tenho argumento contra isso.

É um joguinho giro e é grátis, contra isso não se pode argumentar. Eu duvido que lhe vá pegar mais mas sei que há quem vá jogar a noite toda.