Já não me lembrava de jogar algo que me deixasse a pensar que afinal não percebo nada disto.

Até chegar este resource managment narrative driven card based persistant roguelike coiso?

Apresento-vos : CULTIST SIMULATOR:

Eu não sei se o tutorial ainda não está feito, ou se nem sequer vai existir, mas agora que olho para trás… até que gosto da ideia. Começámos sem qualquer noção do que se está aqui a passar, ou o que raio este jogo é suposto ser, pois apenas vemos duas ou três cartinhas em cima de uma mesa.

Cada vez que arrastamos uma carta para outra, algo acontece, (se elas forem compatíveis), por exemplo, ao juntar o verbo trabalhar com a carta criatividade, começámos um trabalho na área da pintura, que nos pode desenvolver a carta de sonhar ou presentear com uma carta diferente.

E no seu mais básico, Cultist Simulator é isto, arrastar umas cartas para as outras, de maneira a que os recursos gerados por elas desenvolvam novas cartas ou novos locais para onde as arrastar, somos um pequeno cultista que nada mais quer que formar a sua trupe de sacrifi… seguidores.

A nossa história é-nos contada através da lore escrita em cada carta, uma pequena frase ou parágrafo que podem ser algumas pistas para o melhor rumo a tomar, com um desenrolar de história extremamente bem escrito, não fossem os criadores de Fallen London e Sunless Sea os mesmos que nos presentearam com Cultist Simulator.

Partindo daí, temos que subir na carreira, sonhar com um futuro mais negro (no bom sentido), investigar a cidade, explorar os arredores, conhecer pessoas, manter a sanidade mental e física… e criar o nosso culto, baseado nos livros que fomos descobrindo, restaurando ou traduzindo, com um dos cursos de línguas que os nossos cultistas nos deram.

Mas engane-se quem pensa que isto é um passeio linear pela vida pré-definida de uma personagem principal, quando der o badagaio ao nosso menino, it’s over, acabou, finito. Vai tudo ao ar e começámos de novo com uma personagem nova, entrando aqui a parte genial: nas jogadas seguintes existe a possibilidade de termos que interagir com resultados das ações das nossas playthroughs anteriores. Já fui o polícia que investigou os crimes passados, ou o filho que herdou uma boa suma  . . . e mais não vou spoilar.

 

 

 

Tenho que admitir que fiquei muito surpreso com este jogo, a primeira hora que joguei deu comigo a pensar :  “mais 10 minutos e farto-me disto.” mas a certa altura fiquei mesmo imerso no meu wannabe cultista, e acabei por já quase chegar a dois dígitos de horas jogadas, aconselho vivamente.