O meu sonho, desde miúdo, sempre foi ter um grande camião americano, daqueles Mack Truck com uma frente enorme, ou melhor ainda tipo Optimus Prime para poder viajar pelas largas estradas americanas levando mercadorias de ponto A a B enquanto respeitava todas as regras do código automóvel dessa nação que de acordo com os ventos políticos recentes provavelmente se vai tornar dos primeiros estados anexados à nova U.R.S.S. ou Putinlândia.
Mentira, nunca tive fascínio por camiões, nem sequer sou fã de simuladores, mas como o mercado de verão está fraco e estamos na silly season em que o pessoal quer é férias (eu inclusive vejo as minhas cada vez mais perto) e os jogos para análise estão escassos, decidi adoptar uma espécie de dieta do Açaí, de videojogos. A dieta do Açaí é simples, vamos um daqueles churrascos brasileiros e dizemos ao empregado “Não importa o que ‘ocê Açaí, eu como tudo o que é carne!”. Foi a mesma atitude que tive na redacção cá de casa, e o que metem no prato? American Truck Simulator.
Pouco há para dizer sobre American Truck Simulator que não venha no nome, temos uma empresa de entregas e temos que levar as mercadorias de um ponto ao outro dentro de um prazo de tempo, na bela e árida região da Califórnia. Vamos ganhando dinheiro com entregas bem-sucedidas que nos permitem melhorar a frota e por aí em diante. Como um simulador é bastante competente, a condução é precisa, e os cenários são bastante bem feitos. Até posso dizer que todos os jogos que tenho no PC entre eles alguns bem fortes é possivelmente o que faz a minha máquina engasgar-se mais para tirar uma imagem relativamente decente com settings médios. Tudo bem que não tenho um Chicken mas tenho algo um pouco acima do Chick que corre bastantes jogos inclusive outros simuladores mas este, é complicado.
Há duas coisas que não gostei particularmente em American Truck Simulator sendo a primeira a falta de inteligência artificial dos outros veículos, que não têm um comportamento natural na estrada, se eu decidir fazer uma inversão de marcha na auto-estrada porque perdi a saída, ninguém pára e batem contra mim. Se não estiver polícia à volta cada um segue o seu caminho desde que o camião ainda esteja funcional. Na minha opinião é pouco simulador neste aspecto. A outra coisa que me chateia é a falta de competição e insultos que via naquele programa de televisão dos gajos que fazem entregas. Esse programa, que confesso ter visto muito mais que devia, iludiu-me e criou uma imagem de glamour e espectáculo do mundo dos transportes pesados que não se materializou neste simulador. Continuo sempre à espera de alguém mandar bocas sobre a minha capacidade de condução ou seja o que for a meio do jogo mas nada.
Talvez o ponto mais positivo seja que American Truck Simulator seja um bom escape para relaxar, com a música certa é extremamente pacífico viajar pelos quilómetros, ou milhas, de estrada da planície Californiana.
Sem dúvida que não é um jogo para todos, nem sequer é um jogo para muitos. Um produto puro de nicho para quem é amante de simulação de condução e em particular tem um setup de volante, pedais e outros apetrechos aliados a um PC bem potente para tirar o máximo proveito dele. Se não pertencerem a este grupo, talvez seja de evitar.