O Rubber Chicken foi convidado a testar a em primeira mão o aguardado jogo Dakar 18. A expectativa é grande: este é um projecto que se apresenta ambicioso e é com particular orgulho que fomos testar este imenso jogo criado em Portugal. A Bigmoon, autora do Dakar 18, recebeu a imprensa nacional e Internacional nas instalações da Anje e nós tivemos a honra de ser os primeiros.
Com o briefing inicial, acompanhado de trailer começamos logo por perceber que algo distingue o Dakar 18 de outros jogos de condução e rally. À conversa com Paulo Gomes, Ricardo Mota* e Pedro Bianchi Prata, percebemos que é um projecto que além de ambicioso é um projecto de paixão.
Este é um projecto que se preocupa com o ínfimo detalhe da experiência. O Dakar 18 não tem a preocupação de ser um jogo para qualquer um pegar imediatamente mas sim para quem quer ter uma aventura o mais próximo possível de uma prova incrível que é o Dakar.
Vimos na apresentação que existe um imenso cuidado com o realismo de tudo o que está feito dentro do jogo. O mapa em mundo aberto é simplesmente gigante com 18.000 km2, com um terreno desenhado com cuidado e rigor. As viaturas estão visualmente impecáveis e temos viaturas para todas as 5 categorias presentes no Dakar 18: carros, motas, quads, camiões e sxs.
Todas estas categorias tem os seus trajectos próprios, como na vida real. Os pilotos e marcas todos licenciados e realistas. Os trajectos, vilas e aldeias, texturas de terrenos, elementos e ciclo dia/noite estão todos presentes e com rigor. Até Bivouacs (acampamentos) e reparações. Tudo presente para podermos sentir a experiência em toda a sua plenitude.
E tudo isto é muito giro mas nós fomos lá para colocar a mão no volante e rodas na areia: tivemos oportunidade de testar o jogo em playseat com 3 monitores, volante pedais e tudo mais, para uma experiência imersiva. Do outro lado em toda a sua plenitude de gráficos, utilizando um monitor de 43″ e 4k da Philips e controladores. Com este setup o impacto foi melhor do que o antecipado.
Pelas imagens que tínhamos visto a ideia era que estaria visualmente pior, isto também porque sabemos que este mapa é gigante e tem que correr em diferentes plataformas. Ser o mesmo jogo em multi-plataformas é algo que pode limitar o desempenho gráfico. Mas ficámos bem impressionados com ele, sentimos que está bonito, o mapa é realmente espantoso e tem muito detalhe as viaturas muito boas mas também vimos alguns bugs e coisas que com certeza serão corrigidas, afinal este não é o Dakar que vai chegar em Setembro, ainda vamos ver muita coisa polida até então e neste momento o jogo já está muito promissor.
O grande impacto inicial é na condução e navegação, rapidamente nos apercebemos o que é fundamental e que o é incontornável, ao mesmo tempo temos que nos preocupar com o carro que recebe dano e vai pedir um arranjo se abusarmos nas colisões. Mas já que podemos sair da viatura e arranjá-lo, somos perfeitamente independentes na experiência.
A curva de aprendizagem no Dakar 18 promete ser íngreme, apesar de ser altamente gratificante conseguir encontrar o caminho através do deserto com a ajuda dos roadbooks desenhado por profissionais, é igualmente frustrante tentar reencontrar o caminho quando perdidos. Testamos apenas 2 dos 3 níveis de dificuldade e sentimos que é preciso treino para singrar no segundo patamar. O jogo parece talhado para profissionais e condutores que gostam de aventura e desafio.
Desta primeira abordagem o melhor foi mesmo o multiplayer, jogámos 4 jogadores cada um na sua playseat e em LAN, por outro lado jogamos em split screen com comandos de Xbox num monitor grande. É muito promissor e divertido jogar em multiplayer e estes dois modos podem levar o Dakar 18 e próximas iterações um patamar mais alto pois toda a inovação e desafio trazidos para este jogo pela Bigmoon tem tudo para brilhar como um excelente jogo de multiplayer.
Este primeiro contacto com o Dakar 18 fez-nos sentir um projecto ambicioso e com muita dedicação, vimos que tem arestas para polir até ao lançamento mas é uma simulação trabalhada que promete. É bom ver uma produção desta dimensão a ser desenvolvida aqui mesmo em Portugal. Não porque o facto de ser uma empresa Portuguesa precise de provar seja o que for, mas sim porque ainda temos poucos trabalhos de relevo nesta área, a Bigmoon por seu lado já tem uma vasta experiência e está a aplicar tudo o que aprendeu neste projecto.
Bonus track
Como bónus os nossos anfitriões convidaram-nos a visitar os bastidores. Fomos às instalações da Bigmoon em Gaia e vimos em primeira mão a equipa no seu habitat natural, fomos bem recebidos e tivemos oportunidade de ver vários componentes do jogo a serem trabalhados para além do contacto com a história e vida desta empresa.
À conversa já sentados, Paulo Gomes CEO da empresa contou-nos um pouco de como chegaram a um projecto como o Dakar 18, como os projectos que o antecederam deram a experiência em diferentes áreas que viriam, com um crescimento sustentável traduzir-se neste projecto actual. Debatemos um pouco a industria e jogos concorrentes e ficamos a perceber um pouco mais o que podemos esperar do Dakar tanto para esta edição como as próximas até 2020.
* Nota do editor: apesar do Ricardo Mota pertencer à redacção do Rubber Chicken e simultaneamente à Bigmoon, esta previsão foi uma oportunidade de fazer uma antevisão àquele que é o maior jogo produzido em território nacional. Por razões de ética não teremos análise ao jogo aquando do seu lançamento.