Durante a E3 Fortnite foi lançado na Switch, que me levou a reconhecer a minha falha de (re)conhecimento entre Battle Royales e Hero Shooters tendo em conta a minha aversão natural por jogos online. Como não há melhor professor que a experiência, e depois de ter testado alguns Battle Royales nos últimos tempos enveredei pelo caminho do Shooter com Paladins: Champions of the Realm, disponível gratuitamente na Nintendo Switch desde finais de Julho.

Paladins tem sido mais interessante para mim que Fortnite. Pode parecer estranho para alguns tendo em conta o sucesso do Battle Royale mais famoso do momento mas existe algo que me puxa mais para o Shooter, talvez seja a capacidade de coordenação entre a equipa, quando possível já que há jogadores que não entendem bem a função de cada herói e os escolhem por factor de coolness em vez de utilidade para a equipa. Eu, por exemplo, gosto particularmente de um personagem de Support e passo mais de metade das batalhas a fazer boost de HP aos meus colegas, ocupando-me muito pouco a eliminar inimigos, mas fico extremamente frustrado quando alguém é mais rápido a seleccioná-lo que me obriga a escolher outro com quem não sou tão proficiente e passo uma batalha inteira sem ter um único heal. Quase tanto como isso chateia-me quando a minha equipa vai para batalha com um Support (habitualmente eu) e sem algumas das outras 4 classes, não é tão crítico mas partimos para a batalha com alguma desvantagem. Se há classes específicas é para fazer estratégias em torno delas.

Ou se calhar sou só eu que penso assim…

Deixando as minhas queixas de lado, até porque não sou um jogador assim tão exímio para estar a criticar as escolhas dos outros, que mais se pode dizer sobre Paladins?

Além de preencher uma falha (longe de ser a única) no catálogo da consola híbrida da Nintendo, é um port relativamente decente. A acção é constante e desafiante, os vários cenários e três modos de jogo são refrescantes o suficiente para que com equipas compostas por membros diferentes, sejam elas a nossa ou dos nossos adversários, cada combate nunca seja exactamente igual aos outros. Esta aleatoriedade é o suficiente para nos fazer voltar para mais.

Os personagens base, sem a opção premium, são diversos que chegue para cada jogador encontrar o seu patamar ideal e expandir a partir daí. Assim como eu preferi o Support (nada mais que um healer), outros preferem jogar em Front Line (basicamente um Tank), Flank (que é um… ah… coiso mais ágil) ou Damage (que é outro coiso, mas mais focado em dar dano), cada um com as suas particularidades, armas e habilidades para tirar o máximo proveito. Adicionando a isso a possibilidade de fazer o nosso próprio loadout com as cartas de boost também permite que cada um afine um personagem base à sua imagem. Usando a opção premium temos um leque ainda maior dos ditos champions para escolher, sempre nas quatro classes mas com habilidades alternativas. Acho que há todo um Lore em volta do jogo e que os personagens têm histórias e tal mas não me dei ao trabalho de investigar isso. Como diz a Mona ao Sketch (de um dos desenhos animados favoritos da minha filha): investigar isso seria muito fixe, se calhar fazemos isso amanhã!

Se há uma falha crucial neste jogo é o seu modelo de negócio. Embora perceba que todos os jogos ditos grátis têm que ter uma fonte de rendimento, tenho uma aversão a tudo o que envolva qualquer espécie de loot boxes. As loot boxes não são obrigatórias e há opções para o jogador comprar algumas coisas sem recorrer a estes jogos de casino, e é perfeitamente possível desfrutar do jogo sem gastar um cêntimo porque é óptimo para quem procura algo deste estilo num modo freemium, seja para jogo mais casual ou para um modo mais competitivo que pode evoluir. Ao contrário de outros jogos freemium nos quais já gastei dinheiro por achar que os developers o mereceram, estes dois últimos não foram o caso para mim, já que dificilmente lá voltarei depois destes testes, e se acontecer será apenas para Paladins: Champions of the Realm porque achei Fortnite completamente parvo.

Testem, é grátis. Não há nada a perder a não ser algum tempo.

Paladins, Fortnite em particular mas também mais alguns jogos freemium que têm aparecido na Switch deixam-me uma dúvida:

Estamos em Agosto, de acordo com o pouco que sabemos em Setembro vai entrar em vigor o serviço online pago da Nintendo. Como é que estes jogos grátis vão funcionar neste registo? Poderemos jogá-los sem pagar o serviço Nintendo online? Se temos que pagar o serviço, compensa que eles sejam grátis? Como tirar nódoas de alperce de uma camisa branca? Quando iremos saber os pormenores do serviço?