Ora desta vez calhou-me na rifa um roguelike, este estilo está longe de ser dos meus favoritos mas como bom samaritano e vindo de boa educação aprendi a dar pelo menos uma hipótese a tudo. Apesar de reconhecer o valor neste género de jogo e a diversão que pode ser alcançada, não gosto de jogar apenas pelo momento, tenho a necessidade de manter um registo numa causa/objectivo maior, da qual superar os meus pontos a cada volta, não encaixa.
The Binding of Isaac e Enter the Gungeon foram clara inspiração para Genetic Disaster, o primeiro título da recente formada Team8 Studio, sediada em Lyon, tendo sido este mesmo lançado oficialmente em Dezembro do passado ano.
Genetic Disaster está longe de ser um desastre, aos bocadinhos tirados claramente das suas musas inspiradoras e “classic tropes” do género, juntam-se algumas ideias lindas, como a cooperação até 4 jogadores baseado em *you guessed it* 4 classes. Temos à nossa escolha às típicas classes à qual estamos habituados sendo elas o Bunker (tank), Sneaky (rogue), Devil (dps) e Panic (support). Como podem deduzir todos têm habilidades distintas o que oferece uma maneira interessantíssima de repetir as dungeons, seja a jogar sozinho ou com amigos. Devo admitir que praticamente todas as minhas corridas foram feitas de Bunker e Devil mas e que se podem contar pelos dedos de uma mão as vezes que joguei de Sneaky, tal é o meu ódio a rogues.
Devo dizer que o aspecto mais juvenil dos personagens jogáveis bem como dos inimigos me comprou quase de imediato. Há algo nesta fusão de caos e juventude que tem uma fórmula quase mágica no que toca a convencer-me de algo. A Team8 Studio afastou-se do habitual aspecto “pixelizado” dos outros jogos que partilham o mercado com o seu e sem dúvida que conseguiram destacar-se pela positiva. Não foi forçado um 3D cheio de polígonos mas temos umas sprites em alta definição deliciosas, complementadas pelos efeitos especiais dos projecteis e desenho dos diferentes patamares pela qual passamos a cada run. Para complementar tudo isto, adiciono ainda que todos os mapas e personagens foram pintadas à mão.
Cada nível é gerado via método de programação procedural estando em causa que nenhuma repetição de jogo será igual à anterior. A cada sala de cada nível podemos encontrar armas, equipamentos, chefões, portas, tudo o que se espera de um roguelike e nisso este jogo não falha. Segundo os criadores podemos encontrar mais de 65 armas diferentes, nada mau tendo em conta que já temos 4 classes diferentes, isto oferece cerca de 260 maneiras diferentes *quick maths* de combater os inimigos sem contar com as alterações causadas por upgrades aos nossos personagens.
Juntar tudo isto é uma oferta de diversão para horas a fio sendo altamente recomendado para servir de couch co-op obrigatório em qualquer sala de um jogador com amigos. Não me vão apanhar a jogar este jogo quando estiver sozinho por não gostar do género como referi acima mas sem dúvida nenhuma que vai estar instalado no meu computador com acesso rápido no Steam Link.