Destiny 2 é a segunda entrada deste IP, o grande sucesso que teve na sua primeira encarnação nas consolas levou a Activision a pensar mais alto. Destiny 2 chegou finalmente ao PC e com estilo.

A Activision decidiu usar muito bem sucedida plataforma da sua subsidiária, Blizzard, que tem tido um imenso impacto na comunidade gamer de PC e das poucas que se mantém forte para além do Steam, e com muito lucro neste louco mercado competitivo do PC gaming. A chegada deste titulo à Battlenet expande e muito a comunidade possível para Destiny 2.

(Se quiserem podem ler aqui uma análise feita pela nossa galinha mor, Ricardo Correia, na altura do lançamento do jogo e que explica melhor todo este envolvimento)

A Bungie contra-ataca

A Bungie foi fundada nos finais da década de 1990 e após um começo a desenvolver jogos para Mac, foi comprada pela Microsoft. Já a trabalhar com a gigante norte-americana foi responsável pelo maior sucesso da empresa em termos de jogos: Halo e a sua ilustre descendência.

Fastfoward para 2007: a Bungie firma uma acordo com a Activision de forma a garantir a publicação dos seus jogos e reter a propriedade intelectual dos mesmos. Em 2013 chega o anuncio do grande titulo: Destiny, com enorme hype este chega ao mercado com o rótulo de sucessor do Halo.

Destiny, o primeiro de seu nome

Em Setembro de 2014, Destiny chega finalmente às lojas. Um lançamento amplamente aguardado. É publicado para consolas e chega no limbo entre duas gerações de consolas: PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One.

Destiny surge como um jogo que vai buscar algo aos MMO, com alguns elementos de RPG e uma pitada forte de acção PVP. O seu lançamento foi um sucesso estrondoso, as suas vendas bateram recordes. Porém durante a sua vida foi alvo de numerosas criticas, apesar dos vários prémios arrecadados e uma comunidade activa (ainda hoje em alguma medida), Destiny foi mal-amado por muita gente.

Argumentos da história ser fraca, das expansões não serem boas, dos mapas serem bonitos mas vazios multiplicaram-se um pouco por todo o mundo.

A comunidade gamer é exigente, o que é bom, e não raras vezes é “mimada”, diria até que gosta de fazer umas birras e muito por conta disto mesmo temos tantas queixas. No fim do dia Destiny foi um sucesso, vendeu imensas cópias e chegou a ter 25 milhões de contas activas, tem um design incrível, uma excelente banda sonora e um gameplay mecanicamente muito bom. Em boa verdade não é um jogo marcante de uma geração mas nem por isso deixa de ter o seu lugar na densa história dos video jogos. Teve os seus percalços pelo caminho e ficou sempre a sensação que tinha tudo para dar mais, apesar disso com a última expansão a comunidade ficou mais satisfeita pois com esta os jogadores sentiram o jogo mais perto de completo.

Entra em acção Destiny 2

Em 2017 chega a sequela o Destiny 2, em Setembro chegou às consolas e em Outubro finalmente encontra o seu caminho até ao PC. Foi uma excelente jogada trazer o jogo para o PC e aumentar o seu mercado, melhor ainda a forma como a Activision o fez. Associar o Destiny 2 à Battlenet, que até então servia e bem a Blizzard, agora propriedade da Activision. Sendo que este serviço é um dos mais importantes serviços de jogos online no PC, não tem o tamanho do seu concorrente da Valve mas tem sido casa daquela que é um dos mais importantes players do mercado de jogos, a Blizzard.

Quando recebi a minha cópia de Destiny 2 fiquei entusiasmado, sou jogador de PC e tive pouco contacto com o primeiro jogo, apenas em locais de exposição e consolas de amigos. Quando chegou a Lisboa Games Week tinha apenas tocado no jogo e como Destiny 2 tinha um lugar de destaque na secção da PlayStation lá fui eu testar a coisa em ambiente de feira.

– Este à parte serve para quê? Perguntam vocês, e bem. O ponto a focar é que a experiência que tive ao jogar na PlayStation foi óptima e fiquei convencido, e que se esta fosse a minha opção de plataforma de jogo ficaria provavelmente satisfeito e até compraria o jogo. No entanto chegado a casa com entusiasmo renovado para jogar, descubro um jogo imensamente melhor no meu PC! Os gráficos melhores com um frame rate colado aos 144 fps de forma a condizer com o 144Hz do monitor… enfim uma experiência incrível se comparada com a que tive na PlayStation e um jogo diferente sem dúvida. Não estou de todo a criticar a versão de consola pois não é um produto comparável, o meu PC não tem um custo semelhante ao de uma PS4 ou Xbox One e por isso é mais que natural esta diferença ser tão grande.

O que pretendia com esta observação era indicar o quão bem o jogo foi adaptado para o PC, funciona lindamente e a única critica são os tempos de carregamento de mundos quando mudamos de área, que são muito grandes e ficamos demasiado tempo a ver a nossa nave a pairar sem chegar a lado algum.

Nesta altura já todos sabemos que o jogo teve sucesso, já teve mais de 25 milhões de contas activas e vendas com números astronómicos. Também já temos o feedback generalizado do que veio trazer Destiny 2. Com as críticas a começarem por focar a melhoria do enredo, a resolução de questões por resolver do Destiny original, mundos com um design fantástico, um excelente ambiente de som e não faltam também as inúmeras criticas negativas principalmente com a falta de conteúdo. Com uma pontuação alta por parte da imprensa mas baixa pela comunidade.

Que pensamos acerca do jogo em si? O jogo é simplesmente lindo, os mundos estão soberbos com um detalhe fantástico. Facilmente paramos para ver a paisagem. A campanha é de facto melhor e mais elaborada que a anterior mesmo que não seja uma história para ganhar prémios serve bem de antecâmara para o que se pretende ser algo como um MMO, muito embora a história seja digna de um filme de acção perfeito para um Domingo à tarde no sofá.

À medida que o jogo avança algo fica claro que os comandos são fluidos, as armas e seu uso está muito bom, e Destiny 2 “deixa-se” jogar facilmente: embalamos num belo ritmo de tiroteio fácil e espontâneo. Parece que é a coisa mais natural do mundo. A Bungie fez um excelente trabalho com o motor de jogo, com o design das armas e o seu funcionamento, podemos dizer que a sua mestria neste campo se vê e sente quando jogamos.

Chegados ao endgame. O momento que esperava com a pergunta ardente: Será que vou jogar isto mais algum tempo?

A resposta foi bastante positiva. Fui entusiasta de MMORPG durante anos e muito prazer tirei destes, embora este tipo de jogo tenha o condão de ser como um buraco negro: absorve todo o tempo disponível de jogo. Para um jogador adulto com trabalho, filhos e uma vida social activa, isto significa perder um enorme número de jogos magníficos que vão sendo publicados. Aqui é onde Destiny 2 pode brilhar pois traz muito daquilo que se procura num MMORPG sem fazer dele um jogo único na colecção. Temos classes, temos crafting e um sistema consistente de progressão, temos grinding e loot. Talvez escasso para o jogador mais hardcore mas ideal para o frequente casual.

A primeira expansão: Curse of Osiris

O primeiro DLC foi lançado pouco tempo depois do jogo em si ter saído. Esta primeira expansão leva-nos para um novo planeta Mercúrio e o novo cenário apresenta-se com paisagens e cores deslumbrantes. A história desenrola-se com uma estrutura simples: um guardião lendário de seu nome Osiris, mentor de Ikora, recorre a nós para evitar uma trama Vex que utilizaram Mercúrio para construir um simulador de realidades de nome Endless Forest, que por si só é uma excelente ideia e podia originar um variedade enorme de missões, infelizmente este não é o caso.

Mas em vez disso andamos para trás e para a frente nos planetas já conhecidos numa história que nos leva a uma campanha insípida com um boss final de pouco interesse. A campanha acaba num ápice e a personagem que apresenta um poderoso e lendário guardião, deixa simplesmente de ser falado, não mais vemos Osiris. É manifestamente pouco.

As aventuras dão uma sensação de repetição constante e ficam aquém do que a premissa da Endless Forest promete. Ainda assim veio trazer mais conteúdo a um jogo que clama por ele.  Mais aventuras, mais um mapa, mais um raid que é muito importante e mais ainda o aumento do cap.

Talvez o aspecto mais interessante seja a adição de um novo raid que é sem dúvida das actividades mais interessantes em todo o jogo, aliás como deve ser neste. Mas fica a ideia de parecer apenas mais uma boa actualização do que um DLC, por oferecer tão pouco pelo seu preço, e ficamos a pensar porque não é parte de jogo em vez de ser um conteúdo complemento pago.

Take 2: Warmind

O segundo DLC veio trazer bastante mais que o primeiro. Apresenta inicialmente uma interessante Ana Brey na demanda para descobrir a história da sua família em uma base abandonada em Marte.

A campanha é curta, embora maior que a de Curse of Osiris, demoramos cerca de 3 horas a completar e são locais que revemos vezes sem conta no futuro pois são também cenário para strikes. Há aqui alguma frustração pois esta reciclagem das missões em actividades que teremos que repetir parece algo pobre para um jogo como o Destiny 2 que tem vários mundos com paisagens com tanto de bonito como de enorme e acabamos por sentir o pesar da monotonia.

Porém as aventuras são muito divertidas e levam-nos com Ana Brey a locais espantosos e dão profundidade à história da campanha. Warmind mostra uma história mais robusta, com personagens mais interventivos e os bosses estão muito melhores, com mecânicas diferentes que já obrigam a um pouco de estratégia por parte dos jogadores. No final encontramos Xol que é um verme gigante que voa sem asas, no que é um confronto espectacular até o matar vezes e vezes sem conta nos strikes que se seguem.

Temos um novo raid, que mais uma vez frisamos a sua importância pois são importantes neste tipo de jogo tanto para loot como para interacção dos jogadores em missões com mais corpo e dificuldade. Também introduz um novo modo: Escalation Protocol: neste modo enfrentamos sucessivas vagas para obtenção de peças únicas de loot. É um modo frenético e difícil de completar sem ter um grupo dedicado, é uma excelente adição ao conteúdo já existente.

Como não podia deixar de ser temos novo aumento do cap e novos brinquedos. Warmind aparece como algo mais polido, até porque coincide com vários updates e correcções feitos em simultâneo com o seu lançamento. Assistimos a uma remodelação do PVP com alterações no Crucible e respectiva adição de mapas. As armas exóticas foram devidamente revistas e tornadas melhores, mais únicas e receberam também masterworks, que é uma mecânica que permite melhoramento das ditas armas e que já se encontrava em outras armas.

Com a adição de Warmind, o Destiny 2 já parece um jogo completo, com corpo. Um jogo que sentimos que a equipa faz evoluir e que vai crescendo. Desde a saída de Warmind a equipa que desenvolve o jogo tem estado activa e temos tido eventos, melhorias e correcções constantes. A comunidade é muito interventiva e faz sentir o seu peso junto da Bungie, que por sua vez tem dado resposta a muitas das preocupações da supra-citada comunidade.

Conclusão e o futuro: Forsaken

Neste momento temos todo o conteúdo a que temos direito depois de comprar o jogo e os DLCs associados para o primeiro ano. O jogo é de facto muito bom, apesar de todas as críticas que possamos fazer e que vejamos online, porém não podemos dissociar o preço 69.99€ +34.99€. Na melhor das hipóteses 100€ para jogar um ano. O que é caro! É muito, muito caro!

Com Setembro à porta a antecipação pela chegada da nova expansão, Forsaken, está ao rubro. Pouco antes da E3 começaram os teasers, e durante o evento assistimos a uma apresentação forte do que nos espera neste segundo ano.

O foco foi no novo modo PvP, Gambit. Recebemos gameplay deste novo modo e pareceu algo intenso e divertido. Outro grande foco foi nas novas armas que se apresentam muito fortes com especial interesse na integração de um arco e flecha que vem adicionar novos elementos ao já extenso arsenal.

Com Forsaken vamos ter novos locais, novos Supers, novo modo de jogo: Gambit, mais strikes e um novo raid, uma nova campanha e novas armas e layouts. E como cereja no topo do bolo temos um pequeno filme com a morte de uma adorada personagem!

Para além de tudo isto têm sido muitas as novidades que vêm a ser reveladas pelos developers. Realmente empolgante, sentimos que agora sim o Destiny vai chegar ao que havia prometido e o cumprimento do seu potencial está para breve.. .mas lá vem de novo a factura para pagar Para poder jogar este novo Destiny 2: Forsaken que se avizinha temos que pagar o valor de um novo jogo! São 69.99€ para jogar mais um ano!

Apesar dos seus méritos e qualidades o jogo no actual modelo é muito caro: a Bungie pede aos seus seguidores para pagar anualmente um valor acima do um titulo AAA e com a amostra de conteúdo e oferta que temos o valor é manifestamente alto.