Duelos tácticos por turnos. . . um tipo de jogo que adoro desde os tempos do Front Mission na PlayStation 1. Quando vi o trailer de Sword Legacy Omen, pensei estar perante algo entre o Fire Emblem e o Final Fantasy Tactics, dois dos meus jogos de eleição.
Estava . . . mais ou menos errado.
Sword Legacy Omen transporta-nos para os tempos do Rei Artur, pondo-nos no controlo de um grupo das mais variadas personagens da época, incluindo o lendário feiticeiro Merlin (ainda mais senil do que o costume).
O mundo está em decadência e o reino está a decair com ele, castelos invadidos, membros da realeza raptados, jogadas políticas para aqui, traições para acolá, discussões sobre quem é que afinal é o macho alfa da party. . . e aí temos a história de Sword Legacy Omen.
Não sendo má por si, fiquei um pouco triste com o potencial desaproveitado, não entrando em spoilers, em certas partes parecia que o pequeno desvio da história normal do mundo do Rei Artur parecia uma inversão do sentido de marcha, mas apesar disso, é sólida se bem que nada que nos vá deixar surpreendidos e / ou desiludidos.
O combate é interessante, bastante focado em posicionamento táctico das personagens (existe friendly fire em vários feitiços de área, o que nos faz ter mais em conta o posicionamento geral), mas também dá extrema importância ao aproveitamento do meio envolvente, derrubar barris com água ou óleo para dificultar o avanço dos adversários, chegar à beira do não muito inteligente inimigo que está parado a meio metro de um abismo sem fundo, entre várias outras coisas.
Tudo é baseado em pontos de ação, mexer, atacar, curar, usar habilidades, etc, o que apesar de tornar esta abordagem mais simples, faz com que tenhamos que fazer ainda mais compromissos: mexo-me mais um pouco mas já não me curo, ou ataco e já não tenho pontos para fugir?
Existe também o novo conceito de força de vontade, que aumenta ou desce conforme a prestação e feitos de combate, se a nossa personagem estiver motivada ganha bastantes bónus que nos ajudarão no resto da batalha… mas se por outro lado estiver extremamente deprimido e nervoso… mais vale não contar com ela.
Só tenho um pouco de pena que a novidade passe rápido, depois de um punhado de níveis as novidades tendem a deixar de ser lá muito novas, principalmente as constantes emboscadas das quais somos alvo TODOS OS NÍVEIS.
Ainda assim o aspecto gráfico é o ponto forte de Sword Legacy Omen, seja a exploração e os combates 3D cheios de cores vibrantes, os ambientes meio cartoony, meio cel-shaded, repletos de pontos que atraem automaticamente a atenção dos nossos olhos, ou sejam as cut scenes com ilustrações fantásticas em vários pontos da história, este jogo não vai desiludir no departamento visual.
Quanto à dificuldade, o jogo parece-me acessível, depois de entrarmos no ritmo não há muito por onde falhar, se bem que por alguma razão os adversários tendiam a acertar mais e com mais força enquanto a minha party não tinha sofrido baixas, depois daí toda a gente se desviava e defendia de quase tudo, se bem que só fazendo uma re-run é que eu poderia não culpar isto na aleatoriedade e sim em alguma escolha feita por parte dos criadores do jogo.
Em suma fiz como com as minhas personagens e tentei manter a força de vontade acima do Zero e não consigo dar uma apreciação final negativa a Sword Legacy Omen, talvez fruto das minhas expectativas quanto ao apelo visual e ao estilo de jogo fui ficando à espera daquele bocadinho mais que não apareceu, mas no geral está um jogo bastante sólido, que apesar de não apresentar nada de novo, promete umas boas horas de entretenimento aos fãs do género. Principalmente porque o preço sem desconto são 18€, o que fará disto uma jóia das Steam Sales.