Guilty pleasures. Aquelas coisas que a maioria gosta mas tem vergonha de admitir. Um pouco diferente de ser um fascista no armário e revelar-se apenas quando os ventos eleitorais estão de feição, ou quando aquele vosso amigo amigo meio parolo de escola decide um dia vestir a roupa da Mocidade Portuguesa e concorrer a um Município português. Guilty pleasures são perfeitamente inócuos para toda a gente. Quer dizer, só não são inócuos para a imagem pública de quem os tem. E novamente, relembro, não falamos de ideais de extrema-direita encapotados. Que isso não há vergonha que os limpe.
Quais são os nossos guilty pleasures?
Alexa Ramires
Quick Time Events…. I love them when they are used smartly.
João Machado
Já que fui eu que coloquei o tema vou tentar abrir as hostilidades. Apesar de já não ser segredo o meu gosto por alguns jogos de corrida e de wrestling, este foi bem escondido durante muito tempo, especialmente aqui na capoeira. Mas o que não sabem é quão fundo vai esse meu gosto. Não sou fã de simuladores puros de corrida, prefiro jogos mais arcade tipo Forza Horizon ou Need For Speed 2, o melhor dos NFS. O meu guilty pleasure aqui não é a corrida mas o tuning. Sim eu sou um tuner no armário. Adoro passar horas a pintar os carros, meter vinil, tirar vinil, dar um toque aqui ou ali, meter saias, ailerons, jantes, tudo regado com a minha obsessão de que cada marca de carros tem o seu padrão. Acho que passo mais horas a pintar carros nesses jogos que a correr com eles. Acaba por ser um meio para um fim. O fim é comprar mais carros para pintar.
No wrestling, especificamente é simular combates no Fire Pro, que não seria problemático se eu não criasse enredos em volta dos combates e fizesse comentários enquanto os vejo.
Além disso, adoro jogos de ritmo, prazer que se culmina no fantástico Elite Beat Agents, que chega ao ponto de eu não poder ouvir o You’re the inspiration dos Chigaco sem a minha mão inconscientemente fazer os movimentos no ar como se fosse um maestro. Já que estou no assunto, acho as baladas altamente azeiteiras de Peter Cetera geniais.
Fora disso, sou um fã enorme dos Rocky. Tirando o quinto. Isso não existe.
Felisberto Lagartinha
O meu último prazer escondido foi o I, Cyborg da Choice of Games.
André Marrucate
Sou viciado em jogos que envolvam management. Já longos vão os tempos quando estava altamente viciado em Ogame e Travian. Porque tinha de acabar o curso fui forçado a largar aquelas drogas mas mantive a conta Hattrick ao qual mantenho o meu sonho de levar o meu clube de futebol ao topo! Ainda não larguei aquela porcaria apesar de estar na 3a Liga há quase 8 anos! Também tive que desinstalar o FTL porque aquilo era uma droga leve para mim ainda pior que pacotes de açúcar. Também andei metido num TCG Coreano onde cheguei a estar no top 5 entre 2008 e 2010 gastei lá uma pequena fortuna em cartas de tal maneira que quando a versão internacional do jogo fechou a editora ofereceu-me uma conta coreana onde o jogo ainda hoje é popular, mas nunca mais lhe toquei porque aprender coreano é lixado. Estou ainda na tentação de comprar o They are Billions e estragar a minha vida! E para estragar a minha vida mais vale continuar no Rust.
Ricardo Correia
Não tenho guilty pleasures. Para mim gostar de algo significa reconhecer-lhe alguma qualidade, diversão, ou um factor qualquer que o torne “degustável”. Na prática não tenho vergonha de gostar de coisas que a maioria odeia. Veja-se o caso da Céline Dion, que é uma das minhas vozes favoritas de sempre (talvez mesmo a favorita) e a forma como toda a gente olha para ela.
Seja no cinema, na TV (onde sou doente por sitcoms e vejo pelo menos o piloto de todas as novas séries do género que saem) ou mesmo nos videojogos, tenho uma total ausência de guilty pleasures. Adorei os jogos da Zynga na sua época áurea no Facebook, joguei demasiados anos a League of Legends (parei, felizmente, em Abril deste ano) e ando há 2 meses a jogar a um mobile game da Disney. O primeiro que jogo com tanta dedicação no telemóvel.
Mas nada disto são guilty pleasures porque não tenho qualquer sentimento de culpa em gostar deles. Gosto, e para mim isso chega. Se os outros não gostam é como diz a Agência Publicitária de Chelas…
João d’Sousa Antunes
É complicado considerar algo um guilty pleasure: pegando na ideia de que se é um prazer meu, não tenho de ter vergonha nele. No entanto percebo a ideia e deixo já a bomba de que Taylor Swift é das minhas artistas favoritas e encontra-se no meu top 10 de artistas musicais. Não tenho vergonha de o admitir, mas também não me sinto confortável a dizê-lo como cartão de apresentação.
Tocando nos jogos, eu amo, venero e sou ávido comprador de Musou Games, para quem não sabe. Comecei o meu amor logo no Dynasty Wariors 3 e a partir daí foi obter tudo e mais alguma coisa relacionada, talvez seja uma das minhas colecções mais extensas. No entanto não comprei o Dynasty Warriors 9, por razões óbvias.
Ouço regularmente Southern Emo Folk enquanto pratico o amor.
Nuno Marques
Bem… Para mim um guilty pleasure é uma coisa na qual encontro montes de falhas que deveriam tornar essa coisa muito difícil de desfrutar mas, mesmo assim, não consigo parar de gostar dela. O primeiro a vir à mente seria a série de jogos Digimon World, especificamente o primeiro e o 2003. São jogos com uma rampa de dificuldade frustrante e mal calibrada, com mecânicas obtusas e complexas só para estender a jogabilidade e são muito grindy. No entanto, há uma sensação de satisfação no simples colecionar e evoluir os Digimon enquanto se explora um mundo muitas vezes estranho e perigoso e sempre muito excêntrico, que me volta sempre a atrair. Aparte isso, diria que o meu outro guilty pleasure seria o Final Fantasy VII: Dirge of Cerberus. Há ali toda uma tentativa de inovação de um RPG/Shooter que acabou por sair apenas meh, mas voltar a Midgard com um grafismo e banda sonoras incríveis e com uma personagem pouco conhecida acabou por solidificar o jogo na minha memória. Pelo menos o suficiente para múltiplas playthrough.
Para mim, esta música é e sempre será sinónimo de tardes de Verão frustrantemente bem passadas.
Marco Janeiro
O meu guilty pleasure atualmente são os Battle Royales… Sou um jogador competitivo: há 15 anos o Ultima Online era o que me preenchia a nível competitivo por me dar um adrenaline rush em que os nervos e o stress de estar num Player Versus Player onde podia perder um equipamento que me demorou cerca de 1/2 semanas a conseguir dava-me uma sensação brutal de adrenalina, aqueles 5 minutos de extremo foco na tarefa mas ao mesmo tempo medo de perder algo importante e valioso fazia com que cada vez que o combate acabava as mãos no rato e no teclado tremiam, o coração batia na caixa torácica como se quisesse abandonar o corpo e o suor a escorrer na cara.
Durante anos pensei que estes 5 minutos, que se repetiam várias vezes ao dia, estivessem perdidos para todo o sempre com o fim do Ultima Online. Mal sabia eu que ia recuperar isso com este “novo” estilo de jogo chamado Battle Royale, onde o Fortnite (que me cansou rapidamente) está inserido. Mesmo assim experimentem uma zona final de um jogo destes e vão perceber o que digo.
No entanto é um guilty pleasure que falamos e quase todas as vezes que acabo de jogar um Battle Royale, digo para mim mesmo “que desperdício de tempo”. Agora o que me preenche as medidas é o Battlerite Royale.
João Miguel Correia
O meu guilty pleasure é jogar NBA2K na dificuldade mínima.
Daniel Carvalho
Depois de muito ponderar, sou levado a crer que o meu guilty pleasure é jogar para ganhar troféus e similares. Got to get that platinum!