A Nintendo Switch continua a ser a rainha dos ports. Depois da sua afirmação no mercado com alguns dos seus exclusivos criados em casa, houve uma migração em massa de pequenos indies em busca de melhores vendas. No fundo todos eles procuram algo melhor que as condições agrestes do Steam e outras plataformas de venda onde não podem ter o sucesso que os seus criadores julgam que devem ter. Crashlands e Battlezone Gold Edition são dois dos mais recentes chegados à terra prometida da Nintendo.

Tirando o facto de ambos serem ports para a consola não existem semelhanças entre eles, na verdade não podiam estar em pólos mais opostos. Se acreditam em pólos. Que é errado, porque toda a gente sabe que a Terra tem a forma de um Donut.

Olhemos para Battlezone Gold Edition que é um tanto um port como um remake dos velhos jogos Battlezone que eram mais focados em estratégia e construção. Este por outro lado coloca-nos no centro da batalha, aos comandos de um tanque num ambiente quase arcade.

Mesmo sendo um pouco limitado, apenas podemos lutar em tanques, há alguma variedade nos modelos, mas acima de tudo na estética dos nossos veículos, já que Battlezone tem uma tendência maior para o combate multiplayer.

Em ambiente online o jogo não chega a ser frenético, já que estamos a falar de tanques, mas é bastante rápido e consegue dar algumas horas de diversão. Quem não é fã de multiplayer também pode jogar em campanhas a solo, melhorando assim as suas capacidades ou simplesmente destruindo alguns inimigos, às vezes numa visão gloriosa em retrostyle ou néon.

Battlezone Gold Edition está longe de ser um port obrigatório mas também não é de evitar. Na promoção certa pode ser uma compra adequada. 

Para quem gosta de jogos de exploração conjugados com crafting, Crashlands é uma óptima opção. Há outras, mas tem coisas suficientes para ter algum destaque na competição. Tomando controlo de um “camionista” espacial encalhamos num planeta hostil com uma ferramenta e um robot cómico, um pouco sarcástico e muito útil quando nos aponta para o que devemos fazer. No mesmo estilo de Don’t Starve e outros, Crashlands consegue dar ao survival/crafting uma pintura fresca, muito graças ao seu bom humor e algumas criaturas interessantes.

Além disso o jogo vive de bastante grind, que é algo característico neste género. Mesmo assim Crashlands consegue ser leve, talvez pela variedade de espaços a explorar, pelos vários desafios que enfrentamos, ou simplesmente por poder encontrar ovos de criaturas que podemos cuidar, educar para nos acompanharem na aventura.

Crashlands não está no pódio dos survival/crafting games, mas está sem dúvida nos melhores, tal como tantos outros migrantes em terras do sol Switchente.