Caçada Semanal #187
Os Erasure diriam que o que falta é um pouco de respeito e o David Fonseca e os seus Silence 4 iriam corroborar anos mais tarde. Mas às vezes são alguns indies que se limitam dentro de um espectro de simplicidade e que nos levam para outros tempos do crescimento dos videojogos. E do nosso próprio crescimento. É o caso dos 3 indies seguintes.
Dimension Drifter
Lembram-se de chegar a casa, de ligar DOOM ou Quake III Arena e simplesmente andarem pelos corredores a disparar tiros? No meu caso (e espero que nenhum dos meus colegas psicólogos da redacção analisem isto) eu gostava de chegar a casa e ir para o Quake III Arena andar aos tiros pelos corredores, com pequenos torneios contra a AI. Havia algo de relaxante no frenetismo daquelas arena deathmatches.
Dimension Drifter leva-nos precisamente para esse ambiente, mas troca a primeira pessoa desses títulos pela primeira pessoa, e aproveita para pôr na receita ainda umas pequenas pitadas de RPG, à medida que podemos ir desbloqueando pequenos upgrades com o XP que ganhamos nas nossas missões.
Ainda em Early Access, os labirintos de Dimension Drifter relembram-nos as nossas corridas cheias de adrenalina pelos jogos dos anos 1990, onde muitos inimigos fazem pop-up sedentos de nos matarem. O conceito é simples, a jogabilidade, idem. Mas é neste estranho déja vu que rapidamente nos perdemos em algumas horas de jogo.
Squids Odyssey
Há quase cinco anos falámos da chegada deste original jogo de iOS à Wii U, e o quanto a sua mistura curiosa entre Angry Birds, calamares, uma mesa de bilhar e o Final Fantasy Tactics nos deixou divertidos por bastante tempo.
Possivelmente inspirados pelos primos que conseguem ressuscitar dos mortos (ou tornarem-se quase imortais) Squids Odyssey chegou há poucas semanas ao PC, depois dos referenciados 5 anos do seu lançamento na Wii U (e de ter chegado entretanto à Switch).
Podem ler a nossa análise completa ou permitir-nos falar rapidamente deste jogo descontraído, e que recentemente teve um jogo mobile semelhante a ser lançado, chamado Smashing Four. Numa arena as nossas lulas (com estatísticas diferentes) são dispostas pelo terreno. Temos de as projectar contra os inimigos, turno a turno, na esperança de derrotar a equipa adversária antes que ela nos dê TSK, ou como quem diz, Total Squid Kill.
Squids Odyssey é um jogo simples, mas continua no PC tão divertido e interessante quanto na altura em que foi lançado. Já agora, chegámos a dizer-vos que foi feito pelo estúdio The Game Bakers, responsável pelo Furi?
Nimbatus – The Space Drone Constructor
Há qualquer coisa em Nimbatus – The Space Drone Constructor que me leva aos momentos da minha infância, sentado no chão da varanda, a brincar com os meus Lego. A criar estruturas e veículos pouco funcionais mas que voavam propelidos pelos sons “wooosh” pela minha boca.
Nimbatus – The Space Drone Constructor é uma brincadeira de engenharia, simples na sua apresentação e na sua execução. Numa base de desenho técnico podemos ir adicionando módulos ao centro do nosso drone, com propulsores, armas, escudos, entre uma série de mods e gadgets, pensando sempre no seu aerodinamismo, manobrabilidade, capacidade ofensiva e defensiva.
Pegar nos nossos designs virtualmente infinitos e levá-los para as missões single player ou para arenas contra outros jogadores e os seus próprios designs, pô-los à prova e perceber se as horas “enterradas” a desenvolver o drone perfeito foram, ou não, desperdiçadas.
Nimbatus – The Space Drone Constructor parece-me o jogo perfeito para todos aqueles que adoraram Space Engineers e outros jogos que tais, ainda que a simplicidade visual deste indie bidimensional recém-lançado em Early Access não se possa comparar com o conhecido jogo (também ele num aparente Early Access infinito) da Keen Software House.