Starcom: Nexus – o carvão que pode virar diamante

Starcom é um jogo de exploração espacial muito ao estilo de S.P.A.Z. ou seja uma aventura espacial cheia de escolhas. Mas na verdade acaba por roçar um muito bom top down shooter em esteróides.

Admito que a minha opinião quanto a Starcom: Nexus não foi simples de finalizar. Cerca de 10 minutos dentro do jogo e eu estava a amar tudo o que via, deslumbrado pelas luzes, os efeitos especiais, a capacidade de criar a minha própria nave por módulos (apesar de haver pouca diversidade) e principalmente o factor exploração que unia tudo como um tubo de Super Cola 3. Conheci raças novas, mecânicas novas e aprendi que a maior parte do tempo o jogo não me vai dizer directamente o que tenho de fazer. Tudo parecia impecável e eu estava pronto para escrever maravilhas sobre este título.

No entanto, parece que bati numa parede por volta das 5 horas de jogo, que apesar de parecer muito tempo, não o é na verdade, muito devido à imensidão do universo de jogo mas também por causa da velocidade a que tudo se move. Digamos que o criador deste jogo leva muito a sério o assunto de que é demorado chegar de um planeta a outro. Bem que podia ter investido em motores mais rápidos mas possivelmente não conseguiria destruir as naves mais fracas dos meus (não tão) valentes inimigos.

Um problema grave deste jogo é não ter um log que mantenha o jogador a par do que se passa de uma maneira simples e concreta. Existe um log, mas baseia-se em guardar as conversas que temos com personagens não jogáveis e os textos que nos são apresentados quando fazemos uma descoberta num planeta. Escusado será dizer que é uma confusão procurar informações sobre o que fazer a seguir. Admito que cheguei a usar um bloco de notas para me manter a par das minhas missões. Se isto é propositado, então é genial. Mas não me parece que seja, infelizmente.

O jogo é impressionante ainda assim. Especialmente se pensarmos que está a ser desenvolvido por uma pessoa e está numa verão muito primitiva. À escrita deste artigo a versão era 0.9.4 e sei que no ambiente de teste, está a ser usada a 0.10 o que significa que estamos a anos de luz (piada intencional) de ver uma versão final. O que vejo aqui é uma base sólida para um indie que vai com toda a certeza dar que falar no futuro. Por agora a falta de conteúdo é evidente, sendo que as horas que se demora a “terminar” o jogo não reflectem a actividade que temos durante o mesmo, são sim reflexo de um universo que pode e virá com toda a certeza a ser, incrível.