Há jogos que marcam e que ficam na nossa memória na forma dos brilhantes momentos passados diante do ecrã. No entanto, há aqueles que transcendem o pormenor íntimo e pessoal, atingindo o estatuto de lenda. Devil May Cry é um desses exemplos. Durante muito tempo foi um colosso do hack and slash, levando à criação de vários clones e de várias interpretações. A irreverência de Dante, o protagonista caçador de demónios, o combate rápido e fluído, levado ao extremo pelas variadas combos que podem ser replicadas recorrendo às várias (e por vezes estranhas) armas que temos à nossa disposição, tudo sob uma fantástica banda sonora e na companhia de um contador de hits com as várias descrições (Stylish!).

A franquia teve os seus altos e baixos ao longo dos anos, com muitos dos fãs a discutir as suas absolutas preferências entre o primeiro e o terceiro capítulo. O quarto (que chegou a ser adaptado para as consolas desta nova geração) introduziu Nero e enquanto que uns gostaram de ter um novo protagonista, outros não acharam tanta piada ao não ter Dante como o foco da narrativa… E então surgiu DMC. É tido como sendo um jogo com excelente design e com um combate tão bom ou melhor quantos aos antecessores. Contudo, mudou drasticamente o mundo, a história e as suas personagens, principalmente o carismático Dante. Para muitos, isto foi razão mais que suficiente para que este título fosse “esquecido” enquanto se esperava pelo verdadeiro regresso de Devil May Cry. E ele chegou.

Devil May Cry 5 foi anunciado na E3 de 2018 e com base nos seus vários trailers promocionais promete satisfazer os desejos mais profundos dos fãs. Recentemente surgiu um demo jogável, e não podíamos deixar de o experimentar.

Neste demo jogamos como Nero, que recebeu mudanças tanto visuais como de arsenal. Um corte de cabelo e um braço robótico, respectivamente. Este braço não mais é que uma prótese bastante simpática que tomou o lugar do seu braço demoníaco previamente amputado à força. O braço, de seu nome Devil Breaker, aparenta ser uma invenção de Nico, uma NPC que acompanha Nero e o ajuda com estes gadgets que existem em várias formas e feitios, permitindo cada um habilidades distintas (ondas de choque, puxar inimigos, surfar o próprio Devil Breaker, etc.).

O combate é bastante familiar, e para aqueles que já controlaram Nero em títulos anteriores, vão sentir-se em casa. Convém é ter um certo cuidado na forma como se orientam as combos, pois o Devil Breaker pode ser destruído deliberadamente com o carregar de um único botão. Tem a sua utilidade, como escapar do grapple do monstruoso Goliath, mas assim que o Devil Breaker é destruído, deixamos de ter uma das ferramentas do nosso arsenal.

As combos continuam a desempenhar um papel fulcral no jogo (mais e melhores combos = mais red orbs = melhores habilidades e powerups mais depressa) e aqueles que não têm tanto jeito para as executar podem ligar um auxiliar no jogo que simplifica todo o processo. Independentemente da abordagem, irá haver sempre acção frenética com golpes de espada a ser intercalados com disparos e explosões em estrondosas sucessões.

A boss battle com Goliath dá-nos uma amostra de como este tipo de confrontos irão funcionar, com cenários de grande escala, destruíveis, e oponentes colossais, mas nem por isso imunes ao sarcasmo e às várias piadas do nosso caçador de demónios.

Ainda dentro das mecânicas, há uma série de cabines telefónicas espalhadas de forma espaçada pelo cenário. Interagir com elas irá chamar Nico até nós na sua carrinha. É aqui, através de um menu, que iremos tratar de comprar e melhorar as nossas habilidades, bem como repor o nosso stock de Devil Breakers.

Devil Trigger aparenta ser a música de eleição para nos acompanhar nesta obliteração desenfreada das forças demoníacas e não vejo problema nenhum nisso. Resta saber se é possível tornar-se indiferente à música ou achá-la enfadonha quando exposto à mesma durante um demasiado número de vezes.

Mas, e quanto à história? Bem, o demo não nos diz muito. Sabemos que os demónios estão à solta e a espalhar o caos (e pelos vistos há uma árvore também). Isto sem dúvida chamou a atenção dos nossos caçadores de demónios, e tanto quanto somos levados a crer, cada um com as suas razões.

O demo, essencialmente, não passa disso mesmo: um cheirinho do que está para vir. É inegável que há perguntas no ar: onde é que o Dante entra nisto? Porque é que o Nero perdeu o seu braço demoníaco? O Vergil está realmente confirmado? Trish e Lady têm algo mais a oferecer ou vêm só dar um ar da sua graça? Quem raio é o V? E em nome de Sparda, o que raio é que se está a passar?!

Se quisermos realmente saber a resposta, temos que esperar pelo lançamento de Devil May Cry 5 no próximo dia 8 de Março.