Ao contrário da maior parte dos fãs da Nintendo eu não molhei a cuequinha durante a apresentação do Nintendo Direct da semana passada, nem sequer quando anunciaram os ports (provavelmente mal feitos) de Final Fantasy VII, IX e Assassin’s Creed III, ou como é conhecido pelo consumidor no geral “aquele que é mesmo, mesmo, mas mesmo mau tirando a parte dos barcos que veio dar à luz à parte melhor do IV, que é mesmo o melhor”.

Ok… admito a qualidade potencial do que foi mostrado na apresentação, mas não foi daquelas coisas que me fizessem rebentar de êxtase prematuro. Dos vários jogos que foram apresentados apenas três me interessaram, e posteriormente tive uma surpresa agradável.

Astral Chain

Astral Chain parece-me algo muito interessante, seja por todo o aspecto do jogo e a dinâmica de dois lutadores ligados pelo pulso que é tão duvidosa como atraente, tal como aquela rapariga no bar do hotel de quem não nos aproximamos porque não sabemos se é uma acompanhante ou apenas está lá a beber um copo, ou pelo facto de Platinum estar a dever-me um bom jogo até lançar a sequela de Transformers Devastation, e este pode ser um bom amuse bouche para já.

Link’s Awakening

O remake de The Legend of Zelda: Link’s Awakening em fofinho para a Switch também me agradou. Não vou ser hipócrita e juntar-me ao coro daqueles que dizem que é “dos meus Zelda favoritos” porque nunca o joguei tal como 78% das pessoas que o disseram nos últimos dias. Link’s Awakening saiu há anos para Game Boy, dificilmente viu a luz do dia em Portugal no grande mercado e é tão obscuro como os Oracle of Seasons e Oracle of Ages para a grande maioria dos jogadores que não os conhecem para além das listas e artigos sobre os jogos, ou na melhor das hipóteses o terem comprado na Virtual Store da 3DS. Se é que ele alguma vez lá esteve. Tenho preguiça de ir confirmar.

Gosto bastante desta modalidade que a Nintendo tem usado de fazer os seus Direct e disponibilizar imediatamente de seguida, ou pouco depois, uma panóplia de títulos e demos de onde aparecem o terceiro jogo do meu interesse e a minha surpresa.

Daemon X Machina

Durante os não 27 minutos dedicados a Super Smash na E3, um jogo chamou-me a atenção pelo aspecto cel-shaded, a palete de cores invulgar e acima de tudo Mechas! Daemon X Machina parecia ser feito à medida de um apetite que tenho por saciar à muito tempo. A demo disponibilizada no final da apresentação veio dar-me mais certezas que é um jogo que quero jogar, mesmo que esta versão esteja nitidamente incompleta e apresente algumas particularidades que possam tirar algum do prazer do jogo a alguns jogadores. Há dois tipos de Mechas no universo, dois pólos opostos por assim dizer, os mechas à lá Evangelion ou até Gundam que se movimentam com velocidade e agilidades quase tão explosivas como os arsenais dos outros que são autênticos tanques de batalha, lentos e destruidores mais ao estilo de Mech AssaultChamemos-lhes a divisão entre escolas orientais e ocidentais.

Contradizendo esta polarização sempre esteve Armored Core, e Daemon X Machina está nesta linha, ou não fosse ele uma obra do mesmo criador. Os Mechas são ágeis mas não o são demais, a destruição é massiva mas não avassaladora. Há um equilíbrio, ainda titubeante que está a ser alcançado na jogabilidade divertida e envolvente deste jogo que precisa de algum trabalho até o seu lançamento. A louvar acima de tudo a capacidade gigante de adaptação dos nossos Mechas, entre peças, estilos, cores duvido seriamente que vão existir dois iguais no mundo todo.

Finalmente a minha surpresa.

Tetris 99

Tetris Battle Royale…?

Hã…?

Desculpe…?

Como disse…?

É isso, e não há muito a dizer. É o Tetris tal e qual como jogávamos nos Game Boy contra alguém ligados por um cabo mas desta vez contra dezenas de pessoas em simultâneo através da internet, e o último ganha. É simples, é rápido, é difícil, é injusto, é viciante, é… perfeito?

Perfeito, perfeito não é. Mas é excelente mesmo para quem como eu não gosta de jogos multiplayer. Também é, neste momento, a única razão pela qual estou a ponderar renovar a minha subscrição do serviço Nintendo Online em Setembro. Até esta semana, achava que eram dos €20 mais desperdiçados dos últimos 10 anos, e acreditem que gastei €20 em coisas bem parvas nos últimos 10 anos. O jogo é grátis para quem subscreve o serviço, portanto se o fizeram aproveitem.