As galinhas e os seus amigos fizeram mais uma visita de estudo (sem a Carrinha Mágica) ao Dolce Vita Tejo para experimentar e apreciar o jogo Outbreak Origins da Zero Latency.

Apesar de adorar jogos e experiências em realidade virtual, esta foi a minha primeira derradeira experiência de imersão e primeira visita à Zero Latency. Este jogo é uma espécie de prequela para o reconhecido Zombie Outbreak e o spin-off Zombie Survival.

Perdi o chapéu durante o Apocalipse

Ora eu não sabendo ao que ia fiquei surpreso com a simplicidade com que tudo ocorre. Para começar recebemos um pequeno briefing do funcionamento do jogo e depois cada um é equipa com uma mochila completamente saída dum filme de ficção científica. Nesta mochila temos uns óculos que não consegui perceber se são HTC VIVE ou alguma espécie OCULUS Rift, uns auscultadores Razer e um daqueles computadores Alienware pequenos que serviam como Steam Machines. Sim, tudo isto vai andar às vossas costas durante a sessão. E temos também uma arma claro mas essa não vem na mochila, há quem diga que é DLC não pago.

Esta experiência/jogo tem a duração aproximada de 30 minutos e em teoria dá para 8 jogadores, reforço a expressão “em teoria” porque éramos 7 jogadores e tivemos de abandonar 1 por o jogo não reconhecer mais do que 6. Aliás eu inicialmente era o sétimo jogador e a minha experiência era um ecrã preto e as vozes dos meus colegas. “Duas mochilas depois” o dung— game master acabou por admitir derrota e alguém teve de se sacrificar, num acto heróico, o nosso querido Marco Janeiro deu a vida pelos seus companheiros poderem encontrar uma cura e salvar a Humanidade.

Marco, sei que consegues ver isto de onde estiveres, espero que tenhamos feito jus ao teu sacrifício e que estejas orgulhoso de nós.

A aventura estava bem planeada, batendo num cliché das grandes companhias andarem a criar vírus para lançar o caos na terra, aquela velha torpe do vilão que quer governar o mundo. Talvez o lançamento desta “origin story” tenha vindo no comboio de sucesso do remake de Resident Evil 2, talvez não, mas não é pela história que se entra numa experiência destas.

A surpreendente forma como ficamos presos ao jogo e nos esquecemos do mundo real é o mais impressionante e mais assustador ao mesmo tempo. Em todas as minhas experiências eu sabia que estava numa situação virtual, sabia era só tirar os óculos e ia ver as paredes de uma sala. Não sei se é o factor de termos total liberdade de movimento, ou o estado social de olharmos para o lado e vermos os nossos companheiros que sabemos de antemão que era suposto estarem lá, a verdade é que me esqueci do mundo real.

Os gráficos são algo saído de 2009 e nada transparece realismo, acima de tudo estamos no meio de um surto de mortos-vivos, mas ainda assim eu senti-me dentro daquele mundo de 30 minutos. O suor que sentia com o peso do equipamento era real, o medo de poder ter um bicho atrás de mim a qualquer momento era real e houve várias situações em que o meu instinto “luta ou fuga” me deu uns pontapés no cérebro.

Tocando nesse instinto de stress, notei uma grande diferença entre esta experiência e uma qualquer das milhares de montanhas-russas que existem em RV, eu em momento algum desses pensei em tirar os óculos. O meu pensamento dizia-me para correr e procurar um ponto de vantagem ou gritar pelos menos colegas por ajuda. Em 30 minutos nunca me lembrei que podia tirar os óculos e sair dali.

O jogo em si não é nada de outro mundo, temos meia dúzia de zonas fechadas com 3 ou 4 pontos de entrada de inimigos e temos de sobreviver. Já a experiência… Quanto à experiência eu podia falar durante horas e não conseguia explicar o que senti, sugiro mesmo visitarem o espaço e viverem por vocês mesmos.