Ando em preparação para os meus streams, espero começar na primeira quinzena de Abril se o meu tempo e saúde me ajudarem, e para isso ando a jogar mais Turn-based tactics que é normal. E o meu normal já é bastante elevado. Entre as minhas buscas de potenciais jogos para as sessões dei de caras com a sugestão de Galaxy Squad que se anunciava como uma mistura de FTL com XCOM, foi algo que chamou a atenção e decidi gastar os €8 e poucos para testar este Early Access. O facto de 3 dias depois terem posto o jogo num saldo temporário de €2 foi totalmente irrelevante e nada frustrante…
Quando vejo jogos que anunciam ser como X ou Y, sucessor espiritual de A ou B, fico sempre pé atrás porque a maior parte das vezes não o são. Galaxy Squad é daqueles que até foge à regra e realmente está muito inspirado em FTL e XCOM, não é uma cópia de nenhum deles nem tenciona ser, mas vai-lhes buscar o suficiente para ter imenso potencial já que ainda está numa fase inacabada, apesar de ter updates quase diários e um óptimo feedback de Kazakov Oleg, o one man army que está a produzir este jogo. Galaxy Squad pode ser dividido em duas secções distintas: Viagem e Combate. É nessas duas vertentes que temos as semelhanças com os jogos já mencionados.
Quando pegamos nos nossos heróis/mercenários low-poly aprendemos como nos movimentar pela galáxia gerada aleatoriamente. O sistema é feito em saltos de planeta em planeta onde podemos seguir uma linha quase recta, mantendo o foco na missão principal ou saltando em exploração limitada pela perseguição constante de uma ameaça. A cada salto somos confrontados com situações aleatórias que podem ir de uma simples opção de texto ou a uma missão aleatória. Além dessas situações nos planetas, temos estações espaciais onde podemos reparar, melhorar e recarregar a nossa nave, recrutar mercenários, comprar e vender itens ou armas e aceitar missões.
Dentro das missões temos um esquema muito semelhante a XCOM, muito mais que muitos outros jogos que também o dizem fazer. Por exemplo Mario + Rabbids é apresentado como um XCOM simplificado, contudo e por mais que adore esse jogo, não o é. É um puzzle game. Todas as missões de Mario + Rabbids são sempre as mesmas para todos os jogadores, e para as vencer há habitualmente uma a duas soluções ideais. XCOM e Galaxy Squad tem missões que têm um início fixo, as do modo história, mas todas as outras e até as soluções dessas são quase infinitas, vão sempre depender do estilo de cada jogador. Aqui, muito dificilmente vamos ter duas missões que corram de um modo exactamente igual a outro, seja pelo facto de os cenários serem destrutíveis, e alguns covers não serem eternos dando uma dificuldade maior ao jogo, ou terem itens recuperáveis com turnos limitados, ou aparecimento de reforços. O simples facto de no início do jogo escolhermos uma de várias naves com habilidades diferentes como uma poder fazer ataques e outra criar drones de combate é o suficiente para ver as diferenças de aproximação de cada missão.
Galaxy Squad ainda tem alguns bugs e falhas mas tem muito potencial, merece bem o valor de compra completo como está, nem é preciso ver o quanto ele ainda nos pode dar. Usando uma analogia culinária, ele tem todos os ingredientes e está bem temperado, só precisa passar mais um bocadinho no forno para apurar. Não é um XCOM nem um FTL mas usa bons pontos de cada um a seu favor. É um esforço enorme e uma obra com gosto do seu criador que merece o investimento na sua obra.