Celebra-se esta semana o segundo aniversário do Game Dev Meet @Porto. A efeméride é coroada com uma edição especial do evento, a apadrinhar as novas instalações de uma empresa de referência que não raras vezes apoiou o evento, a Fabamaq. Tivemos ontem um Rubber Talks com dois dos promotores e organizadores do evento, pertencentes ao NECGM – FEUP, o Núcleo de Estudantes de Computação Gráfica e Multimédia da FEUP. Não tem havido grande mediatismo ou atenção por parte da imprensa e poder político, mas o Game Dev Meet tem feito história ao longo destes dois anos. História e carreiras.

Visto como um encontro informal de criadores e aspirantes a criadores na indústria dos videojogos, o GDM vai sendo mais que isso, tendo criado um salutar regresso aos tempos de tertúlia e convívio. O tema central, os jogos (dir-se-ia videojogos, mas em boa verdade, é possível ver jogos de tabuleiro e de cartas a serem apresentados e discutidos por lá, atestando a diversidade da oferta e de pontos de interesse), por vezes não passam de uma desculpa para conhecer ou rever pessoas com paixões semelhantes às nossas. Se, por vezes, o púlpito permanece vazio com a multidão a deambular pela sala a averiguar e avaliar jogos, outras vezes não falta quem queira falar e apresentar os seus projectos, sejam eles académicos, profissionais, de investigação ou resultantes de uma das muitas Game Jams que têm vindo a povoar o país.

Construiu-se assim, ao longo destes dois anos, algo que apenas o tempo permite construir: uma tradição. A tradição de, na última sexta-feira do mês, ir ao Game Dev Meet. Conversar, ver, estudar… depois, ir jantar e perder-se pelas ruas do Porto em busca de um bom copo para aconchegar a francesinha prévia. Parece pouco. Parece simples. Sê-lo-ia, fazer uma ou outra vez. Mas a alma deste projecto é a continuidade. A mesma que vai acolhendo e acarinhando novos alunos, semestre após semestre. Alunos do crescente número de cursos de videojogos ou com uma pitada dos mesmos. Alunos que vêem com interesse uma potencial carreira nos videojogos. E que vêem como modelos outros que, aqui dentro de portas ou lá fora, singraram no mundo dos videojogos e estão envolvidos em projectos de relevo, partilhando as suas experiências e conhecimento em discurso directo, ali, para todos, gratuitamente. O GDM mistura masterclasses com mostras, apresentações com discussões, educação com cultura. E ergue-se, aparentemente sozinho, sem fazer grande alarido, sem contar e espalhar aos sete ventos o que fez, faz e fará, não só pela cidade e zona metropolitana do Porto, como por toda a comunidade estudantil e amante de videojogos em Portugal. Não divulga. Faz. E faz bem.

Podem assistir aqui à conversa tida no último episódio das RubberTalks sobre os bastidores da organização do evento, um balanço destes dois anos e planos para o futuro.