Inspirado pelos clássicos arcade Contra, Metal Slug e Strider, Blazing Chrome presta homenagem aos shooters run and gun de perspetiva side scrolling 2D com um aspeto de 16 bits dos anos 80, em que os reflexos rápidos ditavam o sucesso da ação. Este título foi produzido pela produtora brasileira JoyMasher e pretende recuperar esse legado, transportando os jogadores para cinco cenários repletos de adrenalina. O estúdio tornou-se uma especialista em recriar os clássicos, tendo anteriormente lançado Oniken baseado em Strider e Ninja Gaiden, assim como Odallus: The Dark Call, inspirado em Castlevania.

A história transporta-nos para um futuro pós-apocalíptico onde as máquinas, ou melhor, as torradeiras dotadas de inteligência artificial conquistaram a humanidade e governam agora o mundo. Sim, é mais uma história baseada na temática do Exterminador Implacável e o eterno conflito entre o homem e a máquina. O que resta dos humanos sobrevivem escondidos e há um pequeno grupo organizado de rebeldes que procura eliminar o perigo. Informações apontam para uma importante central de energia controlada pela Inteligência Artificial, sendo organizada uma missão suicida, atrás das linhas do inimigo.

Sim, o jogador, na pele de Mavra, será encarregue de defrontar um exército de robots e poderosas máquinas de guerra para alcançar os objetivos. Mas não estará sozinho, um robot inimigo, Doyle, acabou por ser convertido e poderá ser igualmente controlado, neste caso é possível pedir ajuda a um amigo e entrar na ação em formato cooperativo, o que torna a ação mais frenética e divertida. No final da aventura poderão ainda desbloquear duas personagens secretas.

A jogabilidade é o ponto alto deste shooter. A personagem é bastante maleável, entre os saltos nas plataformas, a rebolar pelo chão ou a trepar pelas cordas. Tudo para fugir à chuva de tiros dos inimigos que aparecem de qualquer lado do cenário. Sendo possível disparar nas diagonais, deitado ou no ar, a personagem é uma autêntica máquina de guerra, e mesmo que os inimigos se aproximem podem sempre golpeá-los com uma catana de energia. Claro que não existem barras de energia, e um toque no inimigo ou uma simples bala perdida significa que uma vida foi ao ar.

Felizmente apesar do desafio elevado do jogo, mesmo na dificuldade média, cada missão está dividida por diferentes segmentos que servem de checkpoint quando morrem. E mesmo que tenham meia dúzia de vidas, podem fazer continue infinitamente. Pelo menos não terão de recomeçar tudo de início, diminuindo alguma da frustração patente neste tipo de jogos clássicos, onde se gritava pelo código Konami.

Claro que para além do disparo normal, as personagens terão acesso a um leque de armas mais poderosas, através da recolha de power ups. Entre granadas, armas de laser, uma espécie de chicote de energia, ainda é possível ter escudos e um drone a acompanhar que aumenta o poder de disparo. Em certas partes da aventura a ação transfere-se para frenéticas perseguições de mota, mas há ainda mechs para controlar, e até uma homenagem a Space Harrier, em que controlamos a personagem numa perspetiva na terceira pessoa quando equipada com um jetpac.

Apesar dos cenários distintos de cada missão, o estúdio decidiu replicar os mesmos inimigos comuns em todos os níveis, o que é pena, porque os mini-bosses, inimigos especiais, e claro, os bosses tanto do meio do nível como final estão bastante inspirados. Estes mudam de fase e tornam-se mais poderosos, sendo necessário decorar todos os seus padrões de ataque para evitar morrer.

Blazing Chrome é uma excelente homenagem indie aos jogos clássicos da Capcom, Konami e Sega, que irá agradar aos jogadores old school que desejem um desafio da velha guarda. É uma experiência curtinha mas desafiante, se decidirem passar o jogo apenas em normal, mas as dificuldades superiores vão suar como antigamente…