Nintendo Direct. Mais um. 40 e qualquer coisa minutos de novidades e um press release com pormenores. E o segundo artigo seguido que escrevo sobre a Nintendo. Quem não me conhece até pode achar que sou um fanboy ou qualquer coisa assim. Eu não quero fazer só um resumo do Direct mas também de assuntos que vão estar relacionados com ele e a actual postura comercial da Nintendo. Uns assuntos serão bons, outros maus…
Vamos tirar já da mesa os ports quase todos. A Switch tem sido inundada de ports que têm dado a muitos jogadores a oportunidade de jogar alguns grandes jogos que lhes podem ter passado por baixo do radar por várias razões. Além do já anunciado e muito esperado Witcher 3, foram anunciados o brilhante Return of the Obra Dinn, o excelente Divinity: Original Sin 2 e Assassin’s Creed Rebel, uma compilação que junto um dos menos conhecidos jogos da série ao melhor de todos, Assassin’s Creed IV: Black Flag. Para nossa grande alegria vamos poder levar as nossas aventuras náuticas para todo o lado. Só espero que o port seja melhor que o que fizeram com o III. Eu até estou a gostar mais deste universo novo dos ports, muitos deles são caros, muito mais caros, mas não temos que os comprar quando são lançados, especialmente se não os vamos jogar logo.
Saldos são bons amigos.
De portes interessantes, passamos para portes talvez desnecessários: Overwatch.
Confesso que não sou um grande seguidor do mercado de jogos multiplayer competitivos, mesmo assim tenho sérias dúvidas de relevância de Overwatch neste momento que torne a sua transposição para a Switch relevante. Ainda há muita gente a jogar Overwatch? Ou será que perderam tanto público que estão a tentar agarrar novos jogadores numa plataforma que não exploraram ainda. Alguns ports são duvidosos. Este é um deles por estar inserido num mercado muito competitivo. Tenho sérias questões acerca do sucesso disto, posso vir a engolir estas palavras mas não acredito que vá valer a pena.
Relevância é a questão destes próximos ports também mas numa perspectiva oposta. Já em Setembro vai ser portado Star Wars Jedi Knight II – Jedi Outcast apenas com o modo single player, e no início de 2020 será lançado Jedi Academy, desta vez com o brilhante modo multiplayer também. A importância destes ports é imensa por várias razões. Não só estes jogos são óptimos mecanicamente tendo as melhores adaptações de luta de lightsabers para um videojogo como abrem um precedente valioso. Desde a compra da franquia Star Wars pelo Império pela Disney que grande parte foi retirado do cânone. Tal como estes jogos e toda a sua história. Além disso, o facto da EA ter agora os direitos de criação dos jogos da franquia só nos deu um péssimo Battlefield II, na minha opinião, e um “vamos ver o que dá” no Fallen Order.
O sucesso de Outcast e Academy pode abrir as portas para Rogue Squadron e KotOR serem levados para a Switch. Ou seja, jogos de Star Wars a sério e fãs muito sorridentes.
A Nintendo também anunciou que a partir de hoje (06/09/2019 em que estou a escrever isto) quem subscreve o serviço Nintendo online terá acesso a 20 jogos de SNES tal como os sei lá quantos que já estão da NES. Aqui eu tenho sentimentos mistos. O meu coração e a minha carteira estão a lutar entre eles. Por um lado ter disponível entre outros Mario Kart, Super Mario World 2: Yoshi’s Island, F-Zero, The Legend of Zelda: A Link to the Past, Super Mario World, Star Fox, Pilot Wings e Breath of Fire na Switch é interessante. Muito interessante. E tentador. Mas por outro lado eu tenho estes jogos em mais algumas plataformas espalhadas pela casa e por melhores recordações que tenha deles, nunca os jogo. Portanto, por mais que me apeteça ter estes jogos constantemente à mão, duvido que vá utilizar o emulador porque no último ano usei o da NES num total de 1h ou menos. Até estarem disponíveis todo o catálogo de exclusivos da NES e da SNES assim como da N64, GB, GBC e GBA no serviço online, eu não o vou renovar. Dito isto, tenho até dia 19 para jogar o Super Metroid até os meus olhos chorarem.
Eu percebo que há muitos jogos que não vão sair no serviço online, a Nintendo e outros produtores/estúdios preferem lançar os jogos em pacotes ou remasterizados tal como Xenoblade Chronicles porque é mais proveitoso financeiramente. Esta jogada de relançar os melhores jogos da Wii U na Switch é excelente porque quase ninguém os comprou. Tal como à Wii. Tendo uma enchente de jogos lindos que poucos jogaram e os ports lhes dão uma nova vida, uma segunda oportunidade. Olhando para o que falta, há uns que preferia ver o mais cedo possível como The Wonderful 101, Super Mario 3D World, Star Fox Zero (porque é lógico e nós queremos um Star Fox e não a participação de Star Fox seja onde for), Twilight Princess e Windwaker HD (porque é claro que os íamos comprar outra vez, mas tenho dúvidas no Skyward Sword por causa dos comandos agora com a Switch Lite) e Fatal Frame: Maiden of Black Water, simplesmente porque gosto dos Fatal Frame e foi o meu primeiro artigo aqui no Rubber Chicken.
A Switch é uma máquina de ports com alguns jogos novos. É altura de fazer mais que aceitar isso. É altura de tirar o máximo de proveito.
Para finalizar, foi disponibilizada mais uma demo de Daemon X Machina na qual podemos jogar a fase inicial do jogo e depois transferir o save para o jogo. Se o comprarmos. Eu descarreguei esta demo mas ainda não a joguei, contudo estou a gostar imenso de jogar a demo de Dragon Quest XI que tem o mesmo sistema de transferência de save. Eu não faço ideia de quanto tempo/níveis temos em DQXI na sua versão final porque não joguei na PS quando saiu originalmente, mas na demo de Dragon Quest há um mínimo de 10 horas.
10. Horas.
Numa Demo.
10 horas é mais que muitos jogos completos, mas é pouco numa perspectiva de JRPG. Num ponto de vista comercial pode ser uma óptima jogada. Se passar 10 horas numa demo há grandes hipóteses de eu comprar o jogo seja por vício ou porque quero ver onde vai o resto da história. Mesmo que só tenha mais 5 horas, não quero saber o mais provável é que vou largar os €60 para ter Dragon Quest antes de comprar Astral Chain ou Daemon X Machina.