Inspirado pelo Ricardo e o Rui falarem de coisas boas, decidi fazer a minha última lista (até ver) de coisas pop relacionadas com jogos, porque sim, caros leitores, há bons jogos vindos de filmes. A condição aqui não é jogos e filmes inspirados em, estamos a falar de ligação directa entre o filme e o jogo, não posso falar de quão bom é Indiana Jones and the Fate of Atlantis porque não há um filme de Indiana Jones and the Fate of Atlantis mas mais tipo “viram o Terminator? Sejam o Terminator”… Só que o Terminator não entra neste artigo também porque o jogo era mau. Devia ter usado o Robocop como exemplo e falando nisso:
Robocop para Game Boy
Alex Murphy era um polícia exemplar numa cidade destruída pelo crime e corrupção, quando é deixado quase morto por um grupo de assaltantes o seu corpo mutilado é utilizado pela empresa que gere os serviços de polícia para criar um protótipo de novo agente da autoridade. Alex Murphy torna-se Robocop!
O jogo de Robocop não era assim tão bom, especialmente se jogássemos a versão de Game Boy que era tão limitada em todos os aspectos. Mas este crossover para um jogo de run and gun tinha os seus encantos. Bem que fosse só por recriar a mítica cena do filme em que Robocop salva uma mulher disparando através da sua saia acertando nas partes baixas do assaltante que a segurava.
Star Wars na SNES
Se me permitirem fazer um pouco de batota vou utilizar esta secção para falar de três jogos como um só. Lançados para a SNES em 1992, 93 e 94 respectivamente Super Star Wars, Super Star Wars: The Empire Strike Backs e Super Star Wars: The Return of the Jedi eram jogos run and gun que faziam as delícias dos fãs da série de George Lucas. Enquanto por um lado eram os únicos jogos que tínhamos acesso da série inteira naquela altura eram bastante bons com níveis bem construídos e permitiam que vivêssemos as aventuras dos heróis da rebelião contra o Império da Galáctico.
Goldeneye 007 na N64
Quanta tinta digital (e impressa) já correu desde que Goldeneye foi lançado em 1997? O que mais se pode dizer sobre um jogo que não só mudou o paradigma dos First Person Shooters quando foi lançado e as suas influências são vistas em jogos que são feitos mais de 20 anos depois?
Goldeneye era uma das jóias mais brilhantes da coroa da Nintendo 64, um jogo que permitia seguir a aventura do agente secreto mais conhecido do mundo a um nível inacreditável para a altura em que foi feito. O seu modo multiplayer ainda hoje é das melhores experiências de split-screen para jogar com amigos.
Tirando aquele palhaço que teima em escolher o Oddjob.
Sim Zé…
Estamos todos fartos dessa tua mania.
Spiderman 2 para a Game Cube, PS2 e X-Box
e outras plataformas de que não vamos falar.
Em 2004 não havia filmes da Marvel. Nem sequer havia nada como a sobrecarga de super heróis que há hoje. Tínhamos tido o Blade, os X-Men e o Toby Maguire era um bom Spiderman, porque não sabíamos que podia haver outro bem melhor. Uma espécie de síndrome de Estocolmo aliado à BD. O filme onde o jogo se inspira era considerado até recentemente o melhor dos filmes do Spiderman muito carregado pela interpretação de Alfred Molina como Doctor Octopus e pela ausência da cena de dança do terceiro filme que finalizou a trilogia de Sam Raimi. O jogo, era bem melhor.
Pode parecer um salto muito grande mas para aqueles que ficaram maravilhados com o jogo da Insomniac, mas foi essa a sensação que tivemos quando jogámos Spiderman 2 há 15 anos. O tamanho da cidade, a capacidade de a explorar saltando de teia em teia pelos arranha céus, as missões secundárias aliadas à história principal, tudo era maravilhoso. Comparando os dois jogos Spiderman 2 parece muito mais limitado, mas por razões óbvias temos que olhar para cada um deles como produtos do seu tempo. Da mesma maneira que não podemos comparar o primeiro filme com Into the Spiderverse que eu critico apenas pela ausência de Italian Spiderman.
Disney nos anos 90 para PC
Lion King e Aladdin não são só dois remakes “live-action” de dois dos filmes de maior sucesso do empresa que se tornou um dos impérios mais poderosos da actualidade. Lion King e Aladdin são dois dos melhores jogos de plataformas alguma vez feitos.
Tanto Aladdin como Lion King deveriam ser utilizados em aulas de design de níveis e jogabilidade. Os jogos eram impressionantes graficamente quando saíram mas acima de tudo foi a sua jogabilidade que impressionou a crítica e fãs. Por mais que me custe louvar uma empresa que está a criar um monopólio do entretenimento, sou obrigado a reconhecer o valor de algumas da suas obras. Mas continuo a dizer que os filmes da Marvel são entretenimento razoável independente de quem discordar comigo.
Lego para todas as plataformas desde 2005
Por onde começar? Talvez pelo início, que é um óptimo sítio para começar. Desde o primeiro Lego Star Wars que os jogos da Traveller’s Tales se tornaram um marco da transposição de cinema para os videojogos. Indiana Jones, Harry Potter, Pirates of the Caribbean, The Lord of the Rings, The Avengers… Todos receberam a transformação das suas histórias do grande ecrã para o comando na nossa mão, e sem dúvida ninguém o fez de forma mais divertida que o estúdio britânico quando transformou estas aventuras em sequências animadas por peças de plástico virtual que se desmontam em milhares de blocos para construir no ecrã o que apenas a nossa imaginação achava possível.
Filmes como Aliens, Predator e até The Thing tentaram ser passados para jogos mas nenhum deu “aquela sensação” que os outros desta lista deram. É pena porque qualquer um tinha um setting perfeito para jogos de survival horror, infelizmente mal aproveitados, não são maus, mas não são tão memoráveis como os filmes que os inspiraram.