Caça ao Indie #209

Jogar videojogos com amigos sempre foi uma das melhores formas que tínhamos para nos divertirmos nas férias ou nos fins-de-semana. É claro que os single player são e sempre foram um grande conforto, mas havia algo em estar lado-a-lado com um amigo com toda a gritaria que isso implicava.

Os 2 jogos indie trazem, cada um à sua maneira, formas de partilharmos os videojogos com amigos.

Battle Planet – Judgement Day [PC, PS4, Switch]

Antoine de Saint-Exupéry criou aquele que é indiscutivelmente uma das maiores obras de literatura infantil, com uma qualidade, ternura e profundidade que poucas obras conseguiram atingir. O que é que a temática d’O principezinho tem a ver com Battle Planet – Judgement Day, que será lançado no PC e Switch dia 17 de Outubro? Nada, a não ser o facto de que, à semelhança com Super Mario Galaxy e Deiland, Battle Planet se passa em pequenos planetas que poderiam ser habitados pelo Príncipe da história.

Battle Planet – Judgement Day é um roguelite top down shooter onde vivemos a pele de um criminoso condenado (de um rol de 3 possíveis) que tem a derradeira oportunidade de se evadir da prisão. Para isso temos de ir abrindo caminho por hordas de robots, drones e soldados policiais que nos querem levar de volta para a prisão. E fazemo-lo da forma mais destrutiva possível.

O frenetismo de um jogo em que temos de estar sempre em movimento pela superfície esférica dos planetas onde decorrem os níveis ganham uma escala completamente diferente com as boss fights. O sistema roguelite de Battle Planet – Judgement Day permite-nos criar upgrades permanentes aos personagens e ao mesmo tempo tentar ultrapassar este verdadeiro bullet hell com um amigo, num couch co-op que torna toda a experiência ainda mais caótica.

Battle Planet – Judgement Day é uma excelente aposta para quem gosta de top-down shooters: com uma direcção e execução artísticas exímias, o desafio de cada nível vai fazer-nos morrer várias vezes, mas sempre com vontade de lá voltar.

Vicious Circle [PC]

Não são apenas as grandes empresas que tentam mimetizar os sucessos dos anos correntes, e até estúdios indie tentam debicar um pouco da onda dourada de jogos como Overwatch. Vicious Circle, desenvolvido pelo estúdio Rooster Teeth Games que ganhou notoriedade graças a RWBY, é um multiplayer shooter que é apelidado pelos seus criadores, de forma bizarra, como um uncooperative shooter.

Em Vicious Circle estamos no espaço à procura de pepitas de ouro, a par de tantos outros jogadores humanos, com uma galinha gigante chamada Peggy Sue a impedir-nos de o fazer. O pequeno twist mecânico de Vicious Circle é que de todos os jogadores que andam aos tiros não só entre eles, mas também com os aliados de Peggy Sue, é que apenas um conseguirá apanhar um teleporte, voltar para casa, e viver até ao final dos seus dias com o ouro obtido no espaço.

Na escolha entre cooperarmos para derrotar Peggy Sue, ou trairmos toda a gente para ficar com o ouro existe um meio termo: quando morremos passamos a ser um alienígena que pode tomar conta do corpo de um jogador que ainda esteja em jogo. 

Com formas tão diferentes de jogar, que passam quase sempre por ser um verdadeiro sacana, aliado a uma solidez de desenvolvimento impressionante, Vicious Circle é um dos mais originais shooters multiplayer que jogámos.