Caça ao Indie #210

Lembram-se daquele tempo em que os jogos de música eram tão rentáveis que a Activision disparava mais jogos cá para fora do que títulos de Call of Duty? Esse tempo já passou, e o interesse por grandes companhias em rhythm e music games já lá vai, com as memórias de lucros quase infindáveis.

O que nos resta para apaziguar a sede de jogos musicais? Os criadores indie, que vão criando formas originais de inserir a música em novas mecânicas. É o caso dos dois indies desta caçada.

Spin Rhythm XD [PC]

Lançado há dias em Early Access no Steam, Spin Rhythm XD é um daqueles casos em que a diferença entre a nossa compreensão das mecânicas e a destreza real para as levar a cabo divergem muito. Já para não falar da inexistência de memória muscular para tirar alguma pontuação decente de um jogo que mal jogámos.

Apesar da explicação ser simples, a aplicação e a jogabilidade de Spin Rhythm XD são das mais difíceis que já experimentei até hoje. Temos apenas 2 cores de notas, azuis e rosa, e temos de conseguir encaixá-las nos tempos certos. Para isso temos, na base do ecrã, uma roda com essas duas notas intercaladas. O objectivo é conseguirmos rodar essas duas notas para que elas acompanhem sempre as notas que nos vão surgindo.

Easier said than done, já diziam os anglófonos. Com mecânicas adicionais que passam por rodarmos por completo para um lado e outro, há muito tempo que não via um jogo musical pegar na fórmula clássica do género e fazer algo novo, e Spin Rhythm XD fê-lo.

Para todos os fãs de rhythm games que procuram algo verdadeiramente fresco e não sabem onde encontrá-lo.

Songbird Symphony [PC, Switch, PS4]

Falando em alterações clássicas a fórmulas estanques, Songbird Symphony, dos Joysteak Studios e publicado pela PQube Limited traz-nos mudanças não só aos rhythm games mas também aos platformers, misturando os 2 num excelente jogo de plataformas musical direccionado para crianças, mas que se apresenta como uma excelente experiência para todos.

Em Songbird Symphony entramos nas penas de Birb, um pinto órfão que foi criado por pavões, mas que quer saber mais da sua própria origem. Com animações excelentes a trazer o que de melhor a pixel art consegue fazer, os pormenores deliciosos dos diversos personagens conversarem apenas em linhas musicais é excelente, e lembra alguns filmes de animação.

Pelo caminho Birb vai aprendendo notas e trechos musicais que vai ter de utilizar em batalhas musicais com outros pássaros, e que apesar de serem fáceis (não esquecer que o público-alvo é mais novo) dão um sabor único a este colorido platformer.

Songbird Symphony é um excelente título para os mais novos, mas isto não significa que os mais velhos não o consigam usufruir, muito pelo contrário. Leve, descomprometido e original, este indie é altamente recomendável como jogo de partilha em família.