Já ouviram falar de Killer Queen, um mítico jogo de arcadas para 10 jogadores? Visto que as máquinas deste jogo indie suportam obrigatoriamente 10 pessoas em simultâneo, com um ecrã grande para cada uma das equipas, a realidade é que apenas um punhado destas arcadas existem pelo mundo todo. 

Com esse estatuto de mito a rodear este jogo cujas arcadas rondam a módica quantia de 14.000€, os seus criadores decidiram que perante a originalidade das suas mecânicas que era tempo de pegar em Killer Queen e trazê-lo para plataformas que conseguissem agrupar um grupo de jogadores para levarem a cabo partidas esfuziantes com um jogo enganadoramente complexo.

Nasce assim Killer Queen Black, disponível para PC e Switch com uma novidade adicional: crossplay. Mas afinal, o que tem Killer Queen [Black] de tão interessante que o torne um dos jogos multiplayer mais originais que conhecemos? A jogabilidade de Killer Queen Black é completamente simétrica, com as duas equipas a terem um jogador que controla a Abelha-Rainha e os restantes a controlarem obreiras (na versão arcadas são 5 contra 5 e na versão PC/Switch as equipas são constituídas por 4 membros.

As abelhas obreiras podem, através do consumo das bagas existentes pelo mapa, fazerem upgrade para soldados, o que lhes vai permitir voar e atacar. A decisão de o fazer depende da estratégia da equipa, já que existem três formas distintas de ganhar uma partida.

A primeira, e mais directa, passa por matar a Rainha adversária três vezes: a primeira equipa a consegui-lo é automaticamente declarada a vencedora. A segunda é uma vitória económica: ao invés de usarem as bagas para fazer upgrade às obreiras, as equipas podem guardá-las na sua “colmeia”, e a primeira a conseguir 12 bagas, vence. Por último, e num momento totalmente díspar de todo o jogo, a primeira equipa a conseguir trazer para a ponta do seu lado do ecrã um caracol que está ao centro do nível, vence.

A densidade estratégica deste jogo é brilhante, e para o olhar destreinado não só este jogo é enganadoramente simples, como poderão não perceber qual a estratégia que cada equipa está a adoptar: se estão a tentar vencer de um modo específico ou a trabalhar para todas as condições de vitória em simultâneo.

Killer Queen Black é verdadeiramente brilhante, e fez-me ganhar uma vontade exacerbada de jogar o jogo original numa máquina de arcada oficial. Esta versão disponível na Nintendo Eshop e no Steam é o mais perto que vou chegar, penso eu, mas não deixa de traduzir na perfeição aquilo que é um dos jogos multiplayer mais originais que já joguei.