Ainda me lembro de quando Guitar Hero foi o grande impulsionador da minha aprendizagem musical na adolescência. Já What the Golf? não impulsionará ninguém a começar a praticar golfe. Garanto-vos é que alguém vai querer experimentar partes do jogo lá em casa…

Quando joguei What the Golf? pela primeira vez, PARecia que estava a jogar uma versão evoluída de um qualquer jogo de bilhar do Miniclip. Só que mais PARva. A única semelhança com a modalidade é existir um objecto/ser vivo/conceito etéreo que é arremessável até um buraco. O conceito promete fazer correr muita Teenta. A coisa começa simples e familiar com um golfista munido de um taco, o jogador a clicar na direção e com a intensidade necessária e a bola ir de encontro ao buraco. Of course que rapidamente passamos a ter de arremessar o(s) taco(s). Segue-se o golfista aos trambolhões pelo green. Eventualmente o nível torna-se tão conceptual que estamos a arremessar o próprio indicador de arremesso pelo campo fora.

Sai marisco seco para a mesa 3!

A exigência de cada nível é gradual, mas perto do fim há alguns quebra-cabeças. Embora ao início se estranhe, What the Golf? rapidamente nos dá níveis de confiança para fazermos coisas como ho-ho-hole in one mas sem nunca nos tirar aquela ideia de que “A(i)CE cais no fundo daquele penhasco…!“. Se estiver complicado, não dá para terem um caddie para vos ajudar. Mas Caddielacs já se arranjam…

Caddielacs!

Se ainda estão a ler após os últimos dois parágrafos, parabéns. O que tentei fazer – assumidamente com grande infelicidade – foi mostrar-vos o quão What the Golf? é uma piada gigante. Com muito mais sentido de oportunidade do que as minhas linhas acima. As quatro horas que levei a completar a maioria dos níveis foram diversão ao quadrado: pelo engenho dos níveis e pelas gargalhadas que soltei.

Eu sorridente a jogar What the Golf?

Para quem me conhece será fácil de concluir que este tipo de humor ressoa bastante comigo, mas deêm uma oportunidade a What the Golf? – de uma equipa seis pessoas saiu um jogo para enorme aplauso. E só para que entendam como o estúdio Triband está repleto de gente com piada, o seu website lançado em 2015 ainda está em HTML.

Pelo meio de tanta palhaçada, as centenas de níveis são surpreendentemente diversos. Golfadas com Mario, Donkey Kong, Frogger, Guerra das Estrelas, 2001: Odisseia no Espaço, e tantas outras coisas desde futebol a automóveis. Muitos automóveis. Se tivesse que vos explicar (não tenho, mas já sabem o que aí vem não é?) quão diversos são os níveis por via de uma analogia, imaginem que meia dúzia de malucos que vivem em Copenhaga pegaram numa loja da Tiger e a transformaram num videojogo.

Meta: o indicador de arremesso serve também para…arremessar bolas.

Seja para jogar poucos níveis de cada vez ou de um par de horas muito bem dispostas, What the Golf? excede expectativas e só tenho pena que não haja multiplayer. Nem consigo imaginar o potencial humorístico de um grupo de amigos à volta disto com uma pitada de estupefacientes. Não que o Rubber apoie esse tipo de práticas.

Nota final: o autor deste texto nada percebe de golfe pelo que todas as infelizes tentativas humorísticas foram suportadas pelo útil glossário disponível na página da Federação Portuguesa de Golfe.