A 1 de Outubro saiu o aguardado Shadowkeep, que era há muito esperado pelos fãs e um pouco por toda a comunidade ligada aos videojogos. Mas porquê tão esperado?

Por um lado pode consolidar o lugar de Destiny 2 como o rei dos Looter Shooters e por outro pode também coroar a Bungie como rei dos estúdios indie! A primeira afirmação será facilmente aceite já a segunda… é mais complicada embora na verdade a Bungie se tenha tornado independente da Activision, que é uma das empresas vilãs dos videojogos neste momento. Já há uns anos se tinha tornado independente da Microsoft.

Assim sendo é um dos maiores estúdios indie do mundo neste momento e com um IP extremamente valioso nas mãos.

A importância de Shadowkeep

Abandonada a alçada da Activision, a Bungie ficou com a responsabilidade de mostrar que de facto está com a comunidade e demonstrar que algumas decisões controversas foram tomadas com mentalidade corporativa de forma a agradar investidores e não jogadores.

Finalmente com o Destiny nas mãos sem responder à Activision todos os olhos estavam postos no que o estúdio conseguiria fazer por si só. O lançamento de Forsaken no último ano foi de vital importância pois revolucionou um jogo que já tinha uma base razoável e um incrível potencial. A nova vida que veio trazer esta bem sucedida expansão foi muito positiva, de tal forma que foi para muitos candidato ao jogo multiplayer do ano.

Uniu e fez crescer uma comunidade que já era muito boa. Revitalizou a narrativa com uma história cativante que acabou por dar profundidade ao conteúdo já existente e que nem era nada de especial.

Agora a fasquia estava mais alta não só porque os padrões estabelecidos são por si só altos, assim como a partida da Activision também fez com que Destiny 2 se mudasse para a Steam, que é sem dúvida um grande passo.

Jogar Shadowkeep

Tinha jogado o Borderlands 3 imediatamente antes e tinha sido um jogo que esperava com entusiasmo e que apesar de ser um muito bom jogo deixou-me um pouco desiludido por não trazer nada de novo. Apreciei o facto de manterem as componentes clássicas de Borderlands mas faltou o algo mais para ser um jogo que me faça voltar de forma consistente todas as semanas.

Para quem já joga há algum tempo o primeiro passo em Shadowkeep é ir directo para a Lua, num cenário aproveitado da primeira entrada da franquia em Destiny, e jogar a campanha para começar a desbloquear tudo que é novo.

A campanha é curta e diria que por isso é um produto caro, porém está muito bem feita. A atmosfera pesada e carregada com fantasmas do passado leva-nos por caminhos tortuosos carregados de sobressaltos, sem nos dar muita informação a história tem uma narrativa fluída.

Somos encaminhados pela história de forma segura até um cliffhanger que prepara o futuro. Posso dizer que seguramente achei curta a campanha mas bastante divertida de uma forma muito linear sem introduzir mecânicas de quests mais elaboradas como Forsaken fez outrora, consegue ser satisfatória com quests em que de forma tradicional enfrentamos trash mobs para depois defrontar um (ou mais) mini bosses e depois, como não podia deixar de ser, vem o big bad boss!

Não entrarei em pormenor em relação ao conteúdo da história porque não justifica ainda fazer spoilers.

Em geral a nova área é interessante, mais actividades que são sempre bem vindas, tem alguns locais que são visualmente incríveis, como a Red Keep e a Pirâmide que figura ameaçadora no horizonte. A música continua excelente e acrescenta tanto à atmosfera sombria.

Os cinematics e vozes continuam com uma excelente qualidade e acrescentam imenso a tudo o resto. Ao mesmo tempo acrescenta algo mais com um enredo com a investida Vex que mitiga um pouco o facto da campanha ser pequena.

Que mais temos de novo em Shadowkeep?

Vamos começar pela migração para a Steam que fez com que a base de jogadores aumentasse de forma massiva, isso tem um grande impacto na comunidade já estabelecida e amplamente reconhecida pela sua união e qualidade. Um fluxo grande e repentino de jogadores pode de alguma forma mexer com este aspecto mas em boa verdade senti apenas alguma ligeira diferença em PVP.

Com a chegada à Steam a Bungie introduziu a New Light que é nada mais nada menos que um grande parte do jogo, até Shadowkeep, oferecida de forma gratuita. Assim está acessível a todos o que já um conteúdo enorme e excelente sem terem que pagar, se não experimentaram vão lá que o preço está perfeito.

Foram também introduzidas duas quests exóticas: Deathbringer e Divinity. Vão dar resposta às necessidades dos jogadores hardcore que mantém e fazem evoluir o Destiny. O Season Pass é uma evolução natural do Annual Pass para ir de encontro a ideias mais modernas como o que já vemos em jogos como Apex Legends.

Como não podia deixar de ser temos um novo raid Garden of Salvation que infelizmente ainda não joguei apesar de ter visto já que se afigura muito interessante. Temos muitas pequenas coisas que surgem como os finishers, golpes que permitem acabar com um inimigo moribundo numa só estucada, armas novas da Lua e o artefacto que nos dá aquilo que mais queremos, loot, de forma doseada e constante à medida que cumprimos objectivos.

Não esquecer as alterações feitas às armaduras agora conhecidas por Armor 2.0 que permitem uma muito maior personalização dos equipamentos de forma a termos builds mais suportadas pelos ditos

O menos bom

Nem tudo é perfeito neste terceiro ano de Destiny 2, Há sem dúvida uma série de coisas das quais me queixo, por exemplo os novos jogadores terão grande dificuldade em começar e fazer a campanha de forma linear, não percebo a decisão de não colocar disponível a campanha e deixar os novos jogadores começar do zero.

A UI é bonita mas continua com problemas de navegação pouco intuitiva por outro lado temos um sem numero de quests que podemos fazer mas temos um espaço extremamente limitado para as mesmas. Este problema faz com o seguinte seja pior, que é o facto de o carregamento de mundos continuar a ser muito lento portanto se temos que voltar à base com mais frequência para resgatar novas quests mais tempo ficamos à espera.

Em geral temos pouca informação para podermos perceber tudo aquilo que temos no inventário e que passos seguir e algo sempre irritante é ficar sem armas porque há um bug que não é resolvido por várias semanas.

Conclusão

Com a particularidade de ser o terceiro jogo mais jogado na Steam desde que lançado nesta plataforma, Shadowkeep cimenta de facto o Destiny 2 como o rei dos Looter Shooters neste momento.

É um jogo que continua a valer por ser imensamente divertido no seu gameplay, com armas para todos desafios para diferentes níveis de jogadores, uma comunidade divertida e activa, um PVP bom e mais e melhor conteúdo que a concorrência.

Um aspecto muito importante é que neste espaço de tempo já sentimos o empenho da equipa de devs que já nos deu eventos e que sabemos que estará sempre a introduzir coisas novas muito frequentemente.

Tenho jogado as maiores franquias que foram lançadas neste género recentemente e Shadowkeep mostra que mesmo não tendo sido tão revolucionário como o seu antecessor é uma entrada sólida que solidifica a posição deste jogo. Aconselho vivamente.

PS: Enquanto escrevo estas linhas há a possibilidade de o primeiro jogador no mundo atingir o nível 999 e é suposto desencadear eventos que vão levar à mudança do mundo de Destiny 2