O cenário que foi proposto à redacção neste Tudo ao Molho é darem uma pancada na cabeça, acidental para ficarem com amnésia parcial, em que apenas algumas coisas foram apagadas da sua memória.
Perguntámos a todos que jogo gostavam de esquecer completamente para poderem rejogar hoje pela primeira vez, outra vez e viverem de novo todas as experiências.
Daniel Carvalho
Assim à pressão, o primeiro Bioshock. Infelizmente quando peguei nele já me encontrava ciente DAQUELA revelação, e acredito que isso afectou a minha experiência de jogo. Fora do domínio de experiências estragadas por spoilers acidentais, não me importava nada de voltar ao Silent Hill 2 com o já referido reset.
Miguel Cruz
Castlevania Symphony of the Night, pois foi a primeira vez que descobri que um jogo pode ser tão ou mais profundo que um bom livro
Alexa Ramires
Tantos mas tantos. Acho que acima de todos: Ico e God of War 2005. Ainda ontem partilhei com amigos o quão pouco eu sabia desse novo exclusivo Sony quando ele apareceu e o quão toda eu me arrepiei quando liguei a consola e, no ecrã New Game, a face de Kratos surge e o tema Vengeful Spartan começa a tocar… Foi como saber onde “pertenço”. Claro que adoraria conhecer Ellie de novo, voltar a descobrir Lara e explorar Azeroth como se nunca a tivesse visto. Por último… A sensação de entrar numa ponte num silêncio que sussura, e ver Cleric Beast saltar à minha frente com um tema orquestral Épico por “baixo”, naquela que seria a minha primeira batalha de muitas – é algo que não viverei novamente com facilidade!
Nuno Marques
Inúmeros. FFX, FFXII, FFVII, DQ8, Okami, SOTC. Gostava de puder redescobrir estas histórias sem a influência do zeitgeist e com o olhar mais maduro que tenho agora. De certeza que muita coisa me escapou na altura em que os joguei e gostava de os poder reinterpretar sem a familiaridade que os anos e sucessivas playthroughs me deram.
Marco Janeiro
FFX pois uma vez que sabes o fim a história já não tem o mesmo impacto… Mas gostava de esquecer o Bloodborne para morrer mais 1000xs para o passar…
Óscar Morgado
FFX é a minha escolha e KH2 vem logo atrás. No caso do primeiro a história é lindíssima, as mecânicas nem tanto, pelo que hoje em dia já não as consigo aturar. Fecho o meu argumento com o facto de já duas vezes ter pegado no FFXII após a primeira vez e as mecânicas envelheceram-no bem, pese uma história pouco memorável. Para KHII sendo a mecânica melhor, poucas coisas batem recuperar aquela narrativa pela primeira vez. Deliciosa confusão.
Felisberto Lagartinha
Star Wars Knights of the Old Republic. Lembro-me de quando acabei de jogar ter andado à procura de jogos do género e não haver. Basicamente marcou um novo standard para a indústria dos RPG.
Ricardo Mota
Knights of the Old Republic. Adorava voltar a entrar ali pela primeira vez, onde me perdi jogar a fio, deslumbrado.
João Miguel Correia
Para mim o Super Mario Bros foi o jogo que joguei com mais entusiasmo e expectativa, ainda me recordo de abrir a NES e olhar para o jogo a primeira vez…
André Marrucate
Half-Life: Sentir novamente em primeira pessoa na pele de alguém que entra para trabalhar num laboratório secreto, com a expectativa do que posso encontrar na próxima esquina, ansiedade, paragens cardíacas, respiração contida, aracnofobia, adrenalina, segurança e conforto mental em ter um pé de cabra para me defender! No dia seguinte acordo e de manhã ao entrar no elevador do prédio, as memórias refexivas dum Zé Ninguém que nos conseguimos identificar num fato high-tech com o suporte de vida a apitar constantemente.
Ricardo Correia
Acho que neste momento: nenhum. A maioria dos jogos que eu adoro foram jogados há 20 anos ou mais, e a realidade é que para além de traços gerais conseguir lembrar-me de pontos importantes, há muita coisa pelo meio que jogo como se fosse a primeira vez. Estou a sentir isso agora enquanto jogo Broken Sword. Ser mais velho faz-me ler muito do subtexto como não o conseguia fazer como pré-adolescente.
Mas se tenho de dizer um jogo: Super Mario Bros 3, o meu jogo favorito de sempre, o qual gostava de conseguir olhar para ele como olhei pela primeira vez aos 8 anos.
João Machado
Para fechar as respostas já que o tema foi proposto por mim, o meu jogo não é exactamente o que a maior parte das pessoas espera. Quem me conhece apostaria num Legend of Zelda, provavelmente o Ocarina of Time ou o Breath of the Wild, mas não. Eu gosto de ter os meus Zelda na memória para quando os jogo de novo ou quando há um novo poder descobrir coisas novas, comparar referências e ter sempre aquela sensação nostálgica de voltar a casa. Apagar da memória e jogar de novo pela primeira vez? Super Mario Galaxy. Há algo mágico naquele jogo. A maneira como reinventou a fórmula de um “Mario” a maneira como todos os planetas e níveis dentro delas eram feitos, a banda sonora, tudo. Mas acima de da soma das suas partes, por ter sido um jogo que independente da altura em que decidia jogar, assim que o ligava ficava com um sorriso nos lábios até desligar.