Se Core Defense fosse uma sandes, seria um pão caseiro simples. Se Core Defense fosse um automóvel, seria um Volkswagen. Se Core Defense fosse uma posição sexual, seria a missionário.

O que quis dizer é que Core Defense é um jogo simples.

“E tudo começou no R, R, R, R!”

Core Defense é também um jogo que não perde eficácia à medida que passamos o nosso tempo.

“E a seguir vem o U…”

E com Core Defense ficamos satisfeitos num instante.

“Brilhantemente com o B…”

Quando peguei em Core Defense, o jogo parecia ser uma meta-piada. Estratégia de defesa por torres como Plants vs. Zombies ou Kingdom Rush, os gráficos simples e objetivos lineares – manter o núcleo central intacto ao longo de 50 investidas de robôs – apontam para um jogo focado apenas no seu… core (ha!).

“…B, B, B!”

Ao contrário de outros títulos do género em que temos um caminho pré-definido onde os nossos adversários haverão de aparecer em rota de colisão com a linha que queremos proteger com as nossas torres, Core Defense aponta-nos apenas quatro cantos do ecrã onde irão aparecer robôs. Ninguém diria que este jogo foi criado por um alemão – para defender o núcleo temos de utilizar um número de azulejos que dispomos livremente a partir desse núcleo, desde que deixemos pelo menos um espaço para algo passar – pois parecemos um biscateiro sempre no desenrasque.

“E o E antes…”

Emhprah, impronunciável persona do criador que segundo o blog do próprio se chama na verdade Mario Kaiser, tem em Core Defense o seu primeiro jogo. E que bela estreia! Com níveis de dificuldade à escolha que prometem puxar pela cabeça dos mais dedicados estrategas, mas sem nunca se desviar do âmago que é um tower defender, Core Defense deixou-me sempre com aquela sede do “só mais uma wave“.

“…do R, faz o RUBBER!”

Feito para nos levar ao tapete e repeti-lo vezes sem conta através de uma mecânica roguelike, Core Defense expande as opções de torres e power-ups à medida que fazemos mais campanhas, sejam elas terminadas ou não. A estratégia passa não só pela colocação dos azulejos no mapa, mas pelos power-ups que escolhemos sempre que ultrapassamos uma vaga de robôs. Aumenta-se a potência ou a velocidade da torre? Ou será que queremos um explosivo ou um retardador para quando estivermos apertados? Este deck building de power-ups parece inspirado no jogo preferido de Emhprah, Slay the Spire.

“Cheguei a casa abri o livro para estudar…”

Sempre ouvi a minha mãe dizer que já em pequeno gostava de pão sem nada. O meu primeiro carro foi e ainda é um Volkswagen. Sobre posições sexuais não tecerei mais considerações. Core Defense demorou um pouco a quebrar as minhas barreiras, mas não foi preciso muito para me envolver no seu âmago de simplicidade. Tanto se joga em 20 minutos como em 3 horas.

“Mas só me apetecia robôs matar…”

É como comer um pape-seco. Ou dez.