No lançamento da Nintendo Switch aconteceu algo inédito. A Grande N lançou em menos de um ano, um jogo para cada uma das suas maiores franquias. The Legend of Zelda: Breath of the Wild com a consola e o tema deste texto uns meses depois. Quase três anos depois, estive De Volta a Super Mario Odyssey.
Isto de voltar a jogos em que já não metia as mãos há uns anos tem a sua piada. Tem tanta piada como voltar a ler um livro, ouvir um álbum ou ver um filme anos mais tarde. Às vezes ficamos desiludidos e pensamos em como é que alguma vez gostamos daquilo. Noutras continuamos a gostar tanto ou até mais e em algumas, raras como é o caso do meu regresso a Odyssey, continuamos a gostar, mas vemos as coisas de uma perspectiva diferente.
Super Mario Odyssey é uma obra prima dos Mario em 3D e não só. É o culminar de todas as reinvenções que os jogos tiveram ao longo dos anos desde o primeiro. Pegou em todos os elementos do passado e renova-os, molda-os e adapta-os à modernidade. Tem pequenos toques nostálgicos em personagens e cenários esquecidos, tem ambientes 2D e um dos melhores níveis que joguei em todos os jogos. É excelente.
Mas olhando hoje para Super Mario Odyssey há coisas que me desagradam. Não são o suficiente para me estragarem o jogo, mas passo a explicar. Quando foi lançado jogava mais de 76% em modo TV com os comandos separados, mas nos últimos dois anos passei a jogar 100% em modo portátil e algumas das mecânicas físicas do jogo não funcionam tão bem. Há movimentos específicos para chegar a alguns locais, fazer certas coisas que requerem movimento de comando, o que com os Joy-Con acoplados ao ecrã são complicados de conseguir. Ou no mínimo são incómodos.
Quem comprar o jogo hoje para uma Switch Lite terá o sistema a limitar algumas coisas menores, mas não é problemático a não ser que queiram mesmo, mesmo, fazer tudo a 100%. Se não for isso, o jogo continua uma delícia. Jogamos com um sorriso nos lábios em todas as ocasiões, é difícil o suficiente para ser um desafio mas não ser frustrante. Tem conteúdo para miúdos e graúdos, jogadores novos e antigos.
Posso afirmar algo que se calhar faz confusão a algumas pessoas, mesmo com algumas coisas que vejo de maneira ligeiramente diferente do que na minha opinião há uns anos:
Super Mario Odyssey é o melhor jogo de Super Mario alguma vez feito. Só não é o meu favorito. Da mesma maneira que aceito que Cristiano Ronaldo seja o melhor jogador de futebol da história, mas se me perguntarem qual o meu favorito digo sempre que é Francesco Totti, com Andrea Pirlo em segundo lugar quase ex-aequo. Ou posso dizer que Leonardo DaVinci é o melhor escultor da história, mas prefiro as obras de Bernini ou Corradini. Não somos obrigados a gostar mais do melhor, temos sim que aceitar os factos que o que gostamos mais nem sempre é o melhor.