Caçada Semanal #226

De todos os Decepticons os meus favoritos sempre foram o Soundwave e Shockwave, não sei porquê, talvez porque goste de personagens calculistas e metódicas ou só porque os achava fixes, mas logo a seguir estavam os Constructicons e o seu Gestalt Devastator. Os indies de hoje não metem Transformers mas de uma ou outra maneira metem construções.

Satisfactory [PC]

Lembram-se quando saiu aquele jogo de explorar o espaço que prometia que dava para fazer tudo e mais alguma coisa mas muita gente ficou desiludida com o conteúdo? Este vão achar muito mais Satisfactory!

Satisfactory é principalmente um jogo de exploração num planeta remoto em que temos que recolher recursos e construir a nossa fábrica e as coisas que queremos produzir nela. Nisso é semelhante a tantos outros que usam as mesma base de Minecraft a Conan acaba por ser a mesma coisa no seu core. Explorar, Recolher e Construir.

Mas, Satisfactory consegue fazê-lo muito bem, especialmente para um jogo em Early Access, está mais polido que muitos jogos já no mercado como “completos”. A sequência em que vamos abraçando as criações, em que os sistemas que são criados vão dar abertura a tantos outros, numa verdadeira linha de montagem.

Os automatismos estão também aqui para ficar, ou não fosse este um jogo de exploração com ideias de industrialização. Podemos construir drones e outros autómatos para recolherem recursos e produzirem determinadas partes da nossa cadeia de fabrico, deixando-nos livres para explorarmos a nosso bel-prazer.

Satisfactory é um jogo de qualidade para quem investir o tempo necessário para tirar os frutos dele. Não esperem dele um jogo que vão conseguir ter algo com uma ou duas horas de jogo, é um pouco como plantar uma tamareira*. Requer tempo e paciência para colher um fruto delicioso.

Para quem gosta.

Megaquarium: Freshwater Frenzy [PC]

O nosso editor chefe já tinha tecido vários elogios a Megaquarium há uns dois anos, mas agora podemos olhar para a expansão Freshwater Frenzy que torna o que já era bom, ainda melhor para dar um mergulho.

Tal como no jogo anterior e o próximo do artigo, Megaquarium é um jogo que requer investimento de tempo. Não podem ser considerados jogos hardcore mas estão longe de serem casuais. Para ser bem aproveitados há muito planeamento que tem que ser feito, estruturas devem ser bem desenhadas e espaços bem aproveitados. Megaquarium é um Tycoon, não tem exploração mas tem imenso conteúdo nas suas quatro paredes de vidro. Freshwater Frenzy vem acrescentar água doce à fervura.

Mais peixes, desta vez de água doce permitem a criação de novos habitats mas acima de tudo, esta expansão permite ser um pouco cientista louco e tentar criar híbridos. Não dá para criar tubarões com lasers, mas dá para tentar fazer algumas experiências engraçadas.

Sem dúvida algo que acrescenta bastante interesse ao jogo. Megaquarium já era recomendável antes e agora ainda mais com a expansão.

Main Assembly [PC]

Ainda em Early Access e com bastante caminho por andar está Main Assembly. Não que não tenha já bastante conteúdo polido para agradar a quem por lá se quiser perder, mas porque há muito potencial por usar aqui.

Main Assembly é daqueles produtos que tenho alguma dificuldade em chamar um “jogo” vendo-o mais como um brinquedo digital. Uma espécie de caixa de Legos virtual em que podemos construir o que quisermos para brincar. Temos vários cenários sandbox e centenas de peças para construir o que nos apetecer. Somos limitados pelo que imaginamos e as nossas capacidades de programação e montagem. O interface é user-friendly e os tutoriais por missão ajudam bastante.

Infelizmente não posso dizer que Main Assembly é um jogo recomendável a qualquer um. É algo muito específico apontado a um nicho muito pequeno de jogadores, mas de certeza que se estão nesse grupo vão gostar dele.

*Antes, uma tamareira demorava cerca de 80 a 90 anos desde que é plantado até dar frutos. Agora, graças a técnicas inovadoras já não demora tanto, mas ainda há o ditado árabe “quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”.

Há até a lenda, que o velho mestre estava no quintal a plantar uma tamareira e o aprendiz perguntou:

“Mestre, porque está a plantar essa árvore se nunca vai colher os seus frutos”

O mestre parou o seu trabalho, olhou para o aprendiz e disse sabiamente:

“Mete-te na tua vida. O quintal é meu e eu planto o que me apetecer.”