O mercado dos laptops continua a evoluir e é ainda um mercado bem vivo, sendo para muitas marcas o seu grosso de negócio: os ultrabooks caem na mesma categoria, sacrificam a potência a favor duma maior autonomia e portabilidade.
Desde que a AMD lançou a sua nova arquitectura Zen tem estado a desafiar a Intel no seu monopólio do mercado, pelo menos ainda nos laptops. A arquitectura Zen tem sido optimizada desde 2016 e tem crescido tanto em potência como em eficiência, o suficiente para serem uma boa alternativa com a melhor relação custo/desempenho.
Estamos em Julho de 2020 e querendo antecipar o que vem de novo aí: aproveito para analisar uma boa proposição da Asus com um dos melhores chips que a AMD tem para oferecer desde o ano passado dentro do seu segmento e por agora, porque vêm aí os seus sucessores da gama 4000U.
Este portátil tem no seu “coração” um Ryzen 7-3700U, são 4 núcleos zen+ com simultaneous multithreading e 10 cores de processamento gráfico ou CUs Vega.
Outras características de destaque também não menos importantes deste portátil é 12gb de ram DDR4 no total, um SSD de 500GB e um HDD de 1TB, bastante espaço de sobra!
Não irei me alongar mais nas especificações pois podem ser vistas no site da marca ou nas lojas. Destaco ainda as portas de conexão que são duas portas USB 2.0, uma porta USB 3.1 (Gen1), uma USB-C 3.1 (Gen 1), e Jack audio para headphones combinado in e out. Tem também Bluetooth.
Não possui porta de rede, pode ser um dealbreaker para alguém, mas neste segmento é pouco importante dado que na generalidade dos utilizadores duma maquina destas usarão Wifi.
E agora ao mais importante: qual é o desempenho deste portátil?
Para as tarefas que esta unidade foi desenhada, desempenha-as de forma eficaz e competente, o software de produtividade não mudou muito nos últimos 10 a 15 anos: processar Texto e folhas de cálculo não apresenta qualquer problema para esta máquina, até mesmo para tarefas um bocado mais complexas e pesadas como edição de imagem e edição de vídeo que não sejam demasiada puxada o faz de forma satisfatória.
Devo dizer que em tudo o que fiz com ele não ficou demasiado quente, aquece um pouco mais do lado direito do teclado mas nada que seja desagradável, e quando está em uso com coisas leves nem se nota, é fresco e silencioso.
Digamos que quando esteve nas minhas mãos editei um simples vídeo com 1h a 1080p 30fps com umas quantas transições e legendas e em tempo algum tive quebras de desempenho, a renderizar é outra coisa mas desempenhou essa tarefa de forma também satisfatória.
No fim dependerá muito da complexidade do vídeo, da edição e no formato que iremos usar para o formato final, e claro do programa usado, portanto podem esperar aqui uma máquina com desempenho modesto que sirva para desenrascar em alturas que não temos um terminal de trabalho dedicado.
Dos benchmarks sintéticos usei o Cinebench R20 e o resultado foi mediano mas o resultado bateu certo dentro da experiência que tive com programas de produtividade e a edição de imagens e vídeos, obviamente que está muito longe ainda de hardware de secretária, mas consegue estar a par de muita maquina que ainda muito boa gente usa, ou seja os resultados estão um pouco até acima do que podemos ver num intel i5 de 2ª geração.
Mas seria injusto comparar este CPU de 15W com um CPU de 95W. Se compararmos com a concorrência está próximo dum i7-10710U, perdendo numas, ganhou noutras, mas no global são aproximados.
E para jogos? Não se pode abusar, pois não se trata de hardware projectado para jogos pesados ou muito recentes, mas a gráfica integrada consegue correr muito bom jogo. Fiz algumas torturas a este pobre desgraçado e claro tive que ir jogar um bocado de Rust com ele.
Como previa não é suficiente, não que os 10 CUs da Vega 10 não fossem suficientes para o mínimo mas dado que se trata dum ultrabook as frequências estão mais baixas que o padrão para a eficiência, devido a esse pormenor tive resultados mistos com um desempenho variável e inconsistente, mesmo com tudo no mínimo a uma resolução inferior à nativa do ecrã. Consegui correr o jogo nos 14fps aos 43fps, numas ocasiões estava nos 14 ou menos noutras estava nuns fluídos 43 fps.
A conclusão que chego é que não dá para jogar Rust a menos que necessitemos numa pausa de 5 minutos ir verificar se a nossa base não foi assaltada, bem para isso serve, mas não é uma boa experiência.
Como não jogo nenhum dos jogos de Esports em voga, posso confirmar com confiança que pelo menos isto dará para jogar Dota 2 e CS:GO dado que os testei em tempos em máquinas muito mais fracas que esta e com gráficas integradas, até o popular Fortnite será jogavel desde que joguem com as settings baixas.
Doom foi outro que peguei, não foi uma experiência agradável com as settings automáticas, exige algum tempo a optimizá-lo, mas acabei por conseguir resultados satisfatórios na ordem dos 30 a 40 fps com um 70% de 900p ou a 720p, em Vulkan verifiquei momentos mais altos mas foi mas estranhamente foi mais inconsistente que com o OpenGL.
O que atesta isto foi ter ido jogar Overwatch, jogo que não jogo há uns bons anos, quando o arranquei já veio configurado com as configurações automáticas ajustadas para este hardware, não completamente no mínimo possível, mas obtive um bom resultado na resolução nativa e em low, os frames oscilaram entre os 30 e os 60 o que de si já é minimamente satisfatório para fazer umas partidas de 20 a 30 minutos.
Sid Meier’s Civilization VI foi o ultimo jogo a ser testado e dos que joguei foi a melhor experiência, o jogo nunca esteve abaixo dos 40 fps com as settings médias e nos momentos iniciais do jogo com poucas unidades rondava dos 70-115 fps.
Quase me esquecia de medir a duração da bateria, mas posso concluir que deverá durar umas 5 a 6 hora dependendo o tipo de uso, com cerca de 3h com o portátil desligado da corrente a correr só com a bateria, estive pelo Facebook, no YouTube e até joguei uma horinha de FTL e Don’t Starve e acabei este artigo, ficou com 50% da bateria. A conclusão é a olho mas estará perto segundo outras analises a hardware idêntico.
Resumindo e concluindo, é uma boa máquina, o hardware com 1 ano é perfeitamente útil em especial se o pensarmos adquirir em descontos, mais ou menos altura que surge novo hardware e estando ai a chegar no mercado os novos Ryzen 4000U com Zen 2 que obviamente serão mais caros.
https://www.asus.com/pt/Laptops/ASUS-VivoBook-15-F512DA/
Se estão a pensar adquirir um portátil com especificações similares procurem as promoções, este apanhei numa por 749€.
É um ultrabook logo não será para todos, se preferem algo mais robusto onde possam ter uma experiência mais folgada em jogos tem proposições mais apropriadas dentro do mesmo preço, mas se pretendem algo mais eficiente e compacto este é um bom portátil, seja no seu desempenho, seja na qualidade geral dos materiais, seja na eficiência energética e sobretudo muito espaço nos discos rígidos.
Fontes:
https://www.asus.com/pt/Laptops/ASUS-VivoBook-15-F512DA/
https://www.techspot.com/review/2045-amd-ryzen-4500u/
https://www.notebookcheck.info/AMD-Picasso-Ryzen-3000-APU-3700U-Notebook-Processor.452313.0.html