Nunca tendo jogado um Wasteland não foi complicado entrar espírito do jogo numa questão de segundos. Dizem que há 7 histórias básicas desde o início dos tempos que são constantemente recauchutadas e recontadas, isto não deixa de ser verdade no jogos talvez tenhamos mais que 7 mas não deve estar muito longe disso. Wasteland 3 leva-nos ao pós-apocalipse no Colorado onde temos que usar o nosso esquadrão para concluir várias missões militares com o máximo de eficiência. Parece familiar? É porque é.

Como podemos dar uma opinião sobre Wasteland 3 que vos diga “este jogo vale a pena o vosso dinheiro e o vosso tempo”? Como dizer-vos “está aqui uma obra que marca a diferença neste estilo de jogos”? Não podemos. Wasteland 3 é um bom jogo, táctico mas por melhor que seja a sua produção, e jogabilidade não é nada que não se encontre noutros outros tantos pelo mercado. Sem contar com o ex-libris de jogos de estratégia militar por turnos XCOM e XCOM 2, já tivemos este ano o Gears Tactics, no ano passado tivemos Phoenix Point e antes disso Mutant Year Zero. Todos eles superiores a Wasteland 3 em algum ponto que ele tenta ser bom. Mutant Year Zero tem uma história mais interessante e o ambiente pós-apocalíptico com os mutantes é mais envolvente. Phoenix Point é superior em gestão e Gears Tactics é mais frenético no combate tornando-se muito mais tenso. XCOM é só melhor em tudo.

Os nossos soldados são enviados para o Colorado para ajudar o Patriarca, há um ataque feito pelas forças hillbilly da zona que dizimaram todo o nosso batalhão, quando os nossos dois soldados chegam ao seu destino, é o normal. Há que lutar contra estas forças, e os rebeldes que se separaram do Patriarca, e há possibilidade de traição. Estamos encarregues da base, temos que melhorar defesas, gerir os recursos, recrutar soldados, etc. O normal. Não há nada de novo debaixo do sol e ainda menos neste cenário gelado onde o sol não bate. Há uma pequena diferença que podemos escolher o nosso par inicial tendo em conta em que queremos que sejam mais fortes, luta corpo a corpo, armas, tecnologia, cada par tem um foco e cada membro é mais forte e mais fraco em algo nessa área específica. Tirando isso não há muito, mais, é generalista.

Podiam ter-se focado num ponto e querer que o jogo fosse o melhor nesse, mas infelizmente tentaram ser o homem dos sete ofícios, tornando-se mestre de nenhum. Há a possibilidade de jogar com alguém em co-op, cada um controlando um esquadrão, torna a coisa mais desafiante mas com coordenação suficiente é apenas ter mais soldados no esquadrão, podemos combinar o que fazer e tornar as missões ainda mais fáceis de completar.

Wasteland 3 é bom, joga-se bem e consegue prender o suficiente para estar lá algumas horas a jogar, a evolução dos personagens as possibilidades tácticas são interessantes, o seu estilo de jogo em tempo real passando para turnos nas situações de combate é mais semelhante a MYZ mas não é o suficiente para ser um jogo que valha a pena comprar a preço total já. Felizmente para os assinantes do Xbox Gamepass está incluído tanto para PC como para consola e por isso não têm nada a perder se o jogarem, mas não é algo que valha a pena comprar já por mais de €50 quando há tantas outras opções melhores ou de igual qualidade a um preço mais apetecível, contudo se já esgotaram essas opções é o melhor que foi lançado no último mês.