Caçada Semanal #240

Against the Moon and The Fury of Dracula soa ao título em inglês de um dos vários filmes do grande El Santo, mas não. São “apenas” os nomes dos jogos que vamos tratar na caçada de hoje.

Estão dois cartazes porque não sei qual é o meu favorito se contra as mulheres vampiro ou contra Cthulhu.

Against the Moon [PC, PS4, Switch, Xbox One]

Vou já meter todas as cartas sobre este deckbuilder na mesa. Agradou-me bastante porque pega em fórmulas que não são fáceis de inovar e dá-lhes uns pequenos ajustes que o tornam muito interessante. Against the Moon não reinventa a roda mas deu-lhe uns ajustes jeitosos.

Há vários nomes que definem Against the Moon como turn-based, tactical, roguelike mas o melhor é deckbuilder. Com um twist. Mas essa parte fica para o final. Como aquele trunfo forte que se bate na mesa para acabar com o jogo.

Em Against the Moon vemos uma Terra desolada, destruída e com cada vez mais criaturas monstruosas a conquistar o planeta, cabe-nos reunir os nosso heróis e os seus exércitos para defender o que nos resta.

Cada herói tem unidades específicas com habilidades próprias e enquanto nas fases iniciais do jogo é muito fácil espalhar as mesmas pela grelha de posições para derrotar os nossos adversários, mas conforme o jogo vai avançando e tendo em conta a sua natureza roguelike é cada vez mais complicado escolher as tropas e armas ideais para derrotar as forças inimigas. O que nos leva à minha parte favorita do jogo. Upgrade de cartas.

Habitualmente num jogo táctico, com alguns componentes RPG podemos fazer upgrade ao Champion, às tropas, até às bases, mas num deck builder não é comum fazer upgrades às cartas. Ainda menos comum é ter duas opções para o fazer podendo assim aprimorar mais minuciosamente o baralho ao nosso estilo de jogo. Estes pequenos toques de precisão dão mais gosto às batalhas conforme avançamos numa história que enriquece o que só por si tem valor.

Against the Moon é um dos finalistas do Indie X 2020

Fury of Dracula – Digital Edition [PC]

A maneira mais fácil que eu teria para explicar o jogo Fury of Dracula seria indicar-vos para um vídeo de YouTube onde mostrem o jogo de tabuleiro a ser jogado por 5 jogadores e dizer que o que vissem naquela mesa era exactamente o que poderiam esperar da versão digital, só que em vez de cartão e plástico, está tudo no vosso monitor.

Neste jogo assimétrico para 2 a 5, 1 jogador controla o mítico vampiro enquanto ele se esconde pela Europa e os outros controlam Mina Harker, Van Helsing, John Seward, Lord Arthur Godalming que tentam apanhá-lo. Usando um sistema de ciclos diários (noite e dia) em que cada jogador apenas pode fazer acções específicas, procurar pistas, viajar de cidade em cidade e tentar deduzir onde está Vlad Dracul que na sua vez pode aliar criaturas da noite e preparar armadilhas para os seus perseguidores num jogo de gato e ratos (não vamos enganar ninguém sobre quem é o caçador supremo aqui). 

Apesar de poder ser jogado com bots, Fury of Dracula é acima de tudo um jogo social, e como tal especialmente num ambiente gótico e sombrio precisa de mais jogadores para tirar todo o proveito dele. Proveito que pode ser ainda maior se quiserem juntar um pouco de role playing à mesa virtual e interpretar os personagens a fundo.

Como uma transposição fiel da 4ª edição do jogo de tabuleiro Fury of Dracula é perfeito. Permite alcançar tudo o que se espera de uma sessão à antiga no conforto de casa seja com outros jogadores em local ou online multiplayer. Para jogar a solo não é recomendável porque perde-se muito da experiência.