Rebel Galaxy Outlaw caiu-me nas mãos quase acidentalmente, já que por várias razões meti de lado os meus planos para os jogos que eu queria voltar a jogar. Tenho-o instalado no PC mas deixei de o jogar uns tempos depois de ter escrito sobre ele e já nem me lembrava que eventualmente iria sair em consolas mas ficou no passado até que vi um amigo desta nossa casa a jogar na Switch. Comprei e voltei ao espaço. Desde aí que é raro o dia em que não jogo um bocado de Rebel Galaxy Outlaw, e o pouco que jogo fora disso é por obrigação profissional.

Como é voltar a este mundo, um ano depois e ter que fazer tudo de novo? Especialmente na consola híbrida da Nintendo? É bom. É muito bom. O port está excelente tendo em conta as capacidades da consola e o que o jogo puxa por ela. Numa analogia estranha faz-me lembrar quando treinava pesos com um colega e ele punha-me a levantar muito acima do que eu julgava possível, às vezes tremia um bocado mas conseguia. Rebel Galaxy Outlaw puxa pela Switch mas ela aguenta o peso. Os combates são bons mesmo com uma grande quantidade de naves no mapa, inclusive as grandes que é a única altura que o jogo arrasta um bocadinho, mas não é o suficiente para ser negativo, de resto é suave como o rabinho de um bebé.

Para quem não quer ler o artigo do ano passado vamos resumir Rebel Galaxy Outlaw em 50 palavras ou menos. O marido de Juno Markev foi assassinado e nós controlando-a temos que encontrar o assassino, pelo meio podemos ser camionistas espaciais, piratas, mercenários, caçadores de recompensas e jogar snooker enquanto ouvimos música country. Quando conseguimos uma jumpdrive a galáxia está ao nosso alcance num grande open world. São 47 palavras. E na verdade eu podia gastar vários parágrafos a explicar outra vez o que me agrada em Rebel Galaxy Outlaw mas posso fazê-lo numa palavra: Liberdade

Rebel Galaxy tem uma diferença grande da maior parte dos jogos open world, controlamos um protagonista mas não um herói, não é alguém especial que tem uma missão de importância crucial para o destino do universo, é apenas e só uma pessoa. E como uma pessoa normal não estamos presos a algo maior. Há uma missão, a nossa vingança, mas não há mais nada. Queremos ser um camionista espacial e fazer entregas de cargas de um lado ao outro da galáxia? Ok. Queremos ser um caçador de recompensas? Feito. Pirata espacial? Na boa. Passar duas horas a jogar slots? Está bem. Andar de bar em bar a ganhar e perder dinheiro no fantástico jogo de 8-ball incluído que mete muitos simuladores a um canto? A escolha é nossa e mesmo com a imensidão da escolha, não nos sentimos assoberbados, o jogo é aberto q.b., dá-nos opções mas não é libertino dando tantas opções que não sabemos o que fazer. Tem algo que falta a muitos jogos, é equilibrado.

Voltar a Rebel Galaxy Outlaw está a ser um bálsamo psicológico, permite-me descansar a mente enquanto me desafia sem me frustrar. A possibilidade de poder jogar em modo portátil é um grande bónus do qual tenho tirado muito proveito e se pudesse criticar uma coisa, é apenas o facto de não ter a possibilidade de pintar a minha nave como na versão PC que tem uma ferramenta de pintura exageradamente complexa. Nem precisava de tanto, algo mais simples que me deixasse mudas as cores, alguns decalques ou até que tirasse proveito do touch screen da consola seria bem vindo. Algo para tornar a minha nave mais minha. Não tendo isso, não faz mal. Vou continuar a viajar pelo espaço e mesmo que queiram que eu obedeça a regras, vou apontar para me portar mal.